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quinta-feira, julho 17, 2008

FOGO TOMA CONTA DO LIXÃO DO CURVÃO EM BRASA.


Não há previsão para que catadores possam retomar às atividades no local
A catadora Maria de Fátima Dias não consegue conter as lágrimas diante do fogo. Em dois dias, o incêndio que suspendeu a coleta de lixo na área conhecida como Curvão, em Ananindeua, tranformou em cinzas mais de um mês de trabalho da família. São seis filhos e quatro netos que correm o risco de não ter o que comer se o incêndio se prolongar por mais tempo.
'Eu estou desesperada. O que a gente pode fazer se ainda tá queimando? Nada', lamenta a catadora. Toda a família depende da coleta de materiais recicláveis e está sem trabalho desde que o fogo tomou conta da montanha de lixo.
De longe, a família acompanha o trabalho dos bombeiros e amarga cada centavo do prejuízo. 'Não deu pra salvar muita coisa do que a gente já tinha separado. Quase dois meses de trabalho aí, perdidos. Tudo queimado', diz Fátima, em frente a uma montanha de cinzas. O material acumulado pela família renderia pouco mais de R$ 300. Garantiria, pelo menos, o almoço do mês na casa de Fátima.
Desde terça-feira, o Corpo de Bombeiros tenta controlar as chamas da área do Curvão. Não há previsão para o fim da operação já que a cada hora aparecem novos focos de incêndio, queimando aos poucos o monturo de lixo. Na madrugada de ontem, o fogo voltou a avançar, ameaçando chegar às casas de madeira que ficam no entorno do lixão.
De acordo com a tenente Aline, comandante da operação pelo Corpo de Bombeiros, as equipes vão continuar se revezando no trabalho de resfriamento da superfície do lixo enquanto os indícios de fogo, debaixo da terra, ainda existirem. 'Estamos aguardando uma retro-escavadeira para começar o trabalho de reviro do lixo e resfriar a parte debaixo, onde ainda está queimando. Pode durar mais um, dois, três dias'. Segundo ela, o incêndio está controlado na superfície e não há risco de que as casas, construídas na margem do lixão, sejam atingidas pelas chamas. Mesmo assim, não há previsão para que os catadores possam retomar às atividades.
Na rua que dá acesso ao Curvão, a estrada Jardim Providência, famílias inteiras estão sentadas na frente das casas, sem ter o que fazer. Fazem a conta dos prejuízos pela produção queimada e pelos dias sem trabalho. Quase todas as cerca de 60 famílias que moram na área dependem da coleta de materiais recicláveis - papelão, plástico e garrafas pet - e não têm outra alternativa de trabalho.
'Não há o que fazer enquanto ainda tiver risco de fogo', diz o coletor Paulo Manuel das Dores. 'Não é só o problema de se machucar, com queimadura. É essa fumaça que faz a gente tossir e dá até dor de cabeça'.
Em 2006, outro incêndio no Curvão chegou a destruir da catadora Ângela Regina dos Santos, que agora viu o fogo chegar no quintal de seu nova casa. Já Honorata Dias, com um filho no colo, conta que o fogo lhe roubou o sonho de ter uma casa. Desde janeiro, ela e o marido juntavam madeira e telhas para a construção de um barraco na comunidade. Todo o material estava acumulado no quintal da casa, e foi queimado no incêndio. 'A gente perdeu tudo. Tudo o que tinha produzido na semana passada, o que a gente tinha juntado pra nossa casa. Tudo', lamenta.
A vizinha, Raimunda Pires Lobato, presidente da Associação dos Coletores de Águas Lindas, conta que a família inteira está sem trabalhar. 'Vai ser o mês mais apertado pra todo mundo. As contas vão vencer, o mês vai acabar e não vai ter dinheiro pra nada. Vamos ficar pendurados mesmo', diz. 'Nessas horas, só dá pra contar é com a providência de Deus. Vem todo mundo falar, mostrar o fogo, dizer que vai ajudar. Depois esquece, some'.
Quem quiser ajudar as famílias do Curvão com doações de alimentos ou materiais para a reciclagem (papelão, garrafas pet, materiais de plástico), pode ligar para o 8203-0985 (Graça Ferreira).

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