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sexta-feira, novembro 07, 2008

"OBAMA CUBANO" ESCANCARA VIRADA DOS DEMOCRÁTAS E "FOSSO RACIAL" DA FLÓRIDA.

O sósia mais famoso do recém-eleito Barack Obama ser um cubano da Flórida mostra dois pontos polêmicos dentro do país que terá o primeiro mandatário de origem negra. Simboliza, primeiro, a virada dos democratas no Estado em que o voto latino era do Partido Republicano, sempre disposto a mostrar mão dura com os irmãos Castro. E escancara também o fosso racial da nação mais rica do mundo, que precisa de um estrangeiro quando procura um imitador de seu presidente mulato, filho de um queniano.
Sósia cubano de Barack Obamafaz sucesso na Flórida
Gerardo Puisseaux ganha a vida se apresentando em programa humorístico do canal hispânico America TeVe, de Miami, e se apresentando em eventos corporativos como congresso de funcionários ou encontro de empresários, onde cobra cachê de U$ 100. E tem garantido mais quatro anos de emprego com a ascensão de Barack Obama. "Estava preocupado que teria de voltar à vida de trabalhador braçal. Tinha que ganhar dinheiro até o dia 4. Agora estou mais tranqüilo", disse à reportagem do UOL, em uma das poucas perguntas que respondeu, afinal, ele queria remuneração para falar mais e tirar fotos.Em sua carreira de "impersonator", a pior passagem foi justamente excursionando em reduto anticastrista de Little Havana, bairro tradicional dos cubanos. Quando ele entrou no restaurante Versailles, onde os veteranos cubanos se encontram, o dono do local o expulsou argumentando que ele apanharia ali. Puisseaux iria gravar um quadro para o programa "Pellizcame Que Estoy Soñando" (em português, me belisca que estou sonhando) e voltou para o estúdio anunciando que abandonaria sua "carreira artística".Mas a popularidade de Obama entre os caribenhos está em alta. Desde 1980, quando se fez o primeiro levantamento do voto latino nos EUA, foi a primeira vez que um candidato democrata acabou como o mais votado pelos eleitores de origem hispânica: 57% contra 42% de John McCain, que foi recebido durante a campanha em Miami pelos correligionários com a camiseta "McCubans for McCain". Como exemplo, em 2004, George W. Bush recebeu 55% contra 44% de John Kerry.Seja porque a nova geração não se identifica com a raiva anticastrista, seja porque imigrantes de outras origens estão entrando na conta (mexicanos e centro-americanos principalmente), o eleitor hispano também deu seu voto de confiança em Obama.Uma identificação tão grande que faz as pessoas pararem Puisseaux toda hora na rua para fotos ou autógrafos. A senhora cubana Sylvia Casas gritou "Obama, I love you" quando o viu em um estacionamento, fumando dentro de um Ford Escort e de camiseta regata. Mesmo no cenário e figuração improváveis, ela acreditou que ali estava o futuro presidente norte-americano. Já é mais fácil confundir-se quando ele sai de terno, gravata e dois seguranças na escolta. Caminhando assim por Fort Lauderdale, as pessoas paravam de trabalhar e saiam dos carros para tocá-lo, repetindo para quem estava do lado o mantra dos norte-americanos nos últimos dias: "isso é história."
Uma identificação que já chega a perturbar o cubano. "Quando as pessoas me cercam e começam a gritar, sinto como se estivesse perdendo minha personalidade." Os colegas de TV contam que ele se negou a participar de quadros em que Obama era ridicularizado, tamanha é a sua incorporação. Nas aparições, ele imita o gestual (Obama aponta muito o dedo para a platéia e junta as mãos quando faz pausa no discurso) e até as idéias do político, como a saída da Guerra do Iraque e em sua posição moderada em relação à Cuba socialista. Só o sotaque carregado é que não dá para disfarçar.Outros imitadores de Obama acabaram caindo em uma polêmica. O jornal Chicago Tribune levantou a lebre que os sósias do senador de Illinois não eram "afro-americanos". O do programa "Saturday Night Live" tinha um asiático maquiado de negro. Outro programa da NBC, o "Tonight Show", ancorado por Jay Leno, contava com um latino carregado nas tintas. O mesmo país que vende o politicamente correto e proclama que não se deve classificar a população de "negra" é o que confina grande parte dela em bolsões de pobreza e bairros não muito diferentes de guetos - a miscigenação e os casamentos inter-raciais são itens raros. Já Puisseaux, um cubano de pais haitianos (por isso, o sobrenome francês), cai como uma luva no papel. Ele chegou aos EUA em 2001 graças ao programa que concede 20 mil vistos permanentes todo ano para cubanos (conhecida como "loteria cubana"). Ele e a mulher voaram para Seattle, onde trabalharam como pedreiro e recepcionista, respectivamente.Foi lá no Oregon que as primeiras pessoas o confundiram com o político, que em 2004 ganhou notoriedade com discurso na convenção do Partido Democrata. Como falava pouco mais que 50 palavras em inglês, não entendia quando falavam "Obama" perto dele.
"Bebê" Obama nasce no dia da vitória de Barack Obama nos Estados Unidos
Mas quando se mudou para Tampa (Flórida), em 2005, as pessoas todo o dia o paravam na rua, e ele entendeu o "fenômeno Obama", vendo o senador pela primeira vez na TV. Incentivado pela mulher, Hortensia, que estava preocupada que não conseguiam pagar os US$ 950 de aluguel da quitinete em que vivem, ele venceu a timidez e se apresentou na sede do canal America. No começo, o produtor ofereceu uma pequena participação em programa humorístico chulo, desses com anões, mulheres de biquíni e personagens caricatos. E também um cargo de ajudante geral, carregando e montando cenários. Com a resposta boa do público e a fama de Obama se espalhando, o papel aumentou, e Poisseaux deixou o serviço pesado.Quando o produtor Damian Romay teve a idéia de levá-lo à convenção democrata em Denver, que definiria entre Hillary Clinton e Barack Obama, veio a fama instantânea. Foi entrevistado por The New York Times, Reuters, CNN e meios estrangeiros que estavam cobrindo as primarias dos EUA. Até o colega Ted Kennedy o cumprimentou. Os blogueiros políticos o batizaram de Faux-bama (o falso Obama).Agora, ele sonha que aconteça com ele o enredo do filme "Presidente Por Um Dia", produção de 1993 estrelada Kevin Kline e Sigourney Weaver, em que um sósia do mandatário dos EUA é chamado à Casa Branca para um evento e acaba assumindo o cargo porque o presidente real adoece. Se os Estados Unidos são o país em que "tudo pode acontecer", como Obama proclamou em seu discurso de terça à noite, é bom o imigrante cubano se preparar para a missão.

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