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quarta-feira, janeiro 28, 2009

Fórum Social Mundial 2009 foi aberto oficialmente ontem à tarde com a marcha "Da África para Amazônia".

O Fórum Social Mundial (FSM) 2009 foi aberto oficialmente ontem à tarde com a marcha Da África para Amazônia, uma referência ao último encontro, que aconteceu em Nairobi, no Quênia. A Polícia Militar estimou em 70 mil o número de participantes, número que provavelmente se efetivou. A marcha teve a presença de políticos e governantes do Pará e de todo o Brasil, entre eles a governadora Ana Julia Carepa, que fez questão de tocar e impulsionar para o alto o globo gigante que simboliza o universo.
Representes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) também caminharam juntos, entre eles a ex-senadora Heloisa Helena, o ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, o senador José Nery e a vereadora de Belém Marinor Brito, que seguiu a passeata de cadeira de rodas, ainda em função de um acidente sofrido no ano passado e do qual ela se recupera.
A movimentação de manifestantes começou a 'tomar corpo' por volta das 13 horas. Uma hora depois, a praça em frente à Escadinha do Cais do Porto, ponto de concentração para a saída da passeata, já estava tomada, de modo que os primeiros participantes já avançavam pelo primeiro quarteirão da avenida Presidente Vargas. Um dos grupos mais animados foram cerca de 300 crianças e adolescentes da organização Movimento República de Emaús. Os jovens chamaram atenção com uma banda e com faixas que falavam sobre violações de direitos como trabalho infantil e violência sexual.
ÍNDIOS
O grupo de índios também chamou bastante atenção na manifestação. No total, o FSM 2009 vai reunir 380 grupos e mais de 1,5 mil índios do Brasil, Bolívia, Colômbia e Guianas. Entre os grupos mais representativos estão os Tembé, Wai-Wai, Kaiapó e os Xicrim. Ao final da marcha, os índios entoaram hinos em suas línguas nativas. Uma indígena do Peru cantou canções na língua quechua, originária dos povos andinos. Um índio brasileiro da etnia Kaiapó entoou o Hino Nacional Brasileiro também em língua indígena.
Por volta das 15 horas, uma chuva forte desabou sobre Belém, mas não foi suficiente para afastar os manifestantes, que seguiram com música e muita animação mesmo debaixo do temporal, que durou cerca de duas horas. Entre a escadinha do Cais do Porto e a praça do Operário, em São Brás, o que se viu foi uma profusão de manifestações pacíficas. O Greenpeace levou uma vaca inflável de quatro metros. O objetivo era chamar a atenção para a destruição de matas em função do avanço predatório da pecuária.
'Momentos como esses são muito importantes para chamar atenção do mundo para a destruição de nosso planeta', disse a argentina Anne Gonzales, que não é filiada à entidade, mas se diz simpatizante da causa ambientalista. Como ela, muitos manifestantes se aproximaram dos ativistas do Greenpeace e até usaram a vaquinha inflável para se esconder da chuva.
Ambientalistas, negros, mulheres e sindicalistas puxam grande cortejo
Como é costume desde o segundo Fórum Social Mundial, houve uma espécie de ritual de passagem do território do Fórum. No Pará, ela foi marcada pela forte presença de negros e índios e contou com a participação de representantes de comunidades de índios e quilombolas, organizadas pelo Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa) e Grupo de Trabalho (GT) do Índio, entre outros. Os grupos trocaram presentes e lembranças entre si, como alimentos e artefatos africanos e indígenas.
Além dos ambientalistas, houve manifestações de partidos políticos e grupos sindicais. Os trabalhadores seguiram a marcha entoando gritos de ordem contra o desemprego e a crise mundial. A Frente Nacional de Combate ao Trabalho Escravo também aproveitou a grande movimentação de pessoas para engrossar um abaixo-assinado que pede a votação no Congresso Nacional da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 438/ 01.
A medida prevê a desapropriação compulsória e perda da propriedade de fazendeiros flagrados usando trabalho análogo à escravidão. Segundo um dos representantes do grupo, a intenção é conseguir pelo menos 80 mil assinaturas em Belém. 'O Fórum é um momento muito importante, em que as pessoas estão mobilizadas para causas como essas, então acredito que será fácil coletar as assinaturas', explicou o manifestante, enquanto convidava outros manifestantes a assinar o abaixo-assinado.
criminalização
A criminalização dos movimentos sociais foi um dos temas levantados pelo Movimento Terra, Trabalho e Liberdade que, ontem, levou para a marcha cerca de 800 trabalhadores rurais e urbanos. A coordenadora nacional, Jamira Rocha, observou que a luta dos movimentos de defesa da reforma agrária e urbana provoca reações e, atualmente, isso tem feito com que os grupos sejam taxados de criminosos.
Ela justifica que a defesa da distribuição das terras e dos créditos é uma necessidade que, atualmente, vem se somar à busca de alternativas econômicas. O capitalismo, diz, sempre excluirá milhões de trabalhadores. A marcha foi palco também para a apresentação do grupo Marcha Mundial das Mulheres, que reúne feministas de 17 Estados brasileiros.
Sapatos
Foco das atenções, os palestinos Ahmed Jaradat e Mahomoud Farroukh, dupla de outros 30 que vieram da região para o Fórum, foram aclamados pela multidão, que os saudava com sapatos nas mãos, levantados para o alto, num gesto de quem vai lançar o objeto. Era referência ao gesto do repórter iraquiano Muntazer al-Zaidi, que, em dezembro do ano passado, jogou um sapato no ex-presidente norte-americano George W. Bush.
O coronel Marques, comandante do Policiamento Metropolitano de Belém, elogiou o movimento. Revelou que, até às 18 horas, nenhum incidente tinha sido registrado. O megaesquema de segurança reuniu 1,2 mil policiais militares, posicionados em pontos estratégicos; 210 homens da Força Nacional de Segurança; 400 homens da Guarda Municipal de Belém; 170 agentes da Companhia de Transportes do Município de Belém (Ctbel) e 200 homens do Corpo de Bombeiros.
Enquanto isso, quem voltava para casa enfrentava congestionamento
O primeiro dia do Fórum parece ter agradado somente aos 70 mil participantes da marcha que marcou a abertura do evento. Para muia gente, o dia ontem foi marcado por muita confusão e lentidão no trânsito da cidade. Por conta da caminhada promovida pelo evento, o tráfego em algumas ruas foi interrompido e, no fim da tarde, não havia como fugir do congestionamento. Para piorar a situação, a chuva de ontem alagou ruas e deixou muita gente sem saber o que fazer.
A tarde de ontem foi um verdadeiro teste de paciência para o motorista de Belém, que se aborreceu com a lentidão com que os carros trafegavam em direção ao centro da cidade. 'Estou aborrecida por estar aqui esperando, fico imaginando o que deve se passar na cabeça dos motoristas', contou Eliane Moreira, passageiras de um ônibus. Ela que pretendia chegar a São Brás para visitar alguns amigos e acabou descendo do coletivo na avenida Duque de Caxias.
Como se não bastassem os transtornos provocados pela caminhada, a chuva também atrapalhou a vida de muita gente. Na rua dos Pariquis, mesmo três horas após o término da chuva, a via ainda estava alagada e muitas pessoas permaneciam ilhadas dentro de casa ou local de trabalho. Foi o caso do frentista Jefersson Ferreira, que mais de duas horas depois do fim do expediente ainda permanecia no posto de gasolina onde trabalha.
O trânsito lento e ruas alagadas foram responsáveis por um prejuízo superior a R$ 500 para o representante comercial Édipo Nóbrega, que tentava fugir do congestionamento na rua dos Mundurucus quando entrou com seu carro na travessa Rui Barbosa em direção à Pariquis. Sem se preocupar com o alagamento, seguiu pela rua, que estava coberta pela água. O resultado foi uma pane no motor e aquebra da correia dentada, segundo a avaliação do mecânico.

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