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domingo, março 15, 2009

Pró-Paz desmonta a versão de Sefer


Eugênia Fonseca

Deputado pedófilo Luiz Sefer, segundo acusação.

Calma, coerente, assustada e com sintomas claros de que sofreu mesmo os abusos sexuais de que acusa o deputado estadual Luiz Afonso Sefer. É assim que a coordenadora do Centro Integrado de Atenção a Vítimas de Violência Sexual (Pró-Paz), Eugênia Fonseca, descreve a menor de 9 anos de idade que, durante cerca de três anos, afirma ter sido molestada sexualmente pelo parlamentar, atualmente sem partido, desde que foi forçado a se desligar do DEM por pressões da vice-presidente nacional do partido, Valéria Pires Franco.
As afirmações da coordenadora do Pró-Paz desmontam o fio condutor da versão apresentada por Sefer, que tanto no depoimento de cinco horas que prestou à CPI da Pedofilia do Senado, reunida em Belém no dia 6 de março passado, como em entrevista concedida a O LIBERAL, traçou o perfil da menor como rebelde que chegou a levar uma vida promíscua, que incluiu até passagens frequentes por bares e festas em locais impróprias para sua idade.
Eugênia Fonseca disse que a criança apresenta uma personalidade calma e muita coerência no que fala. 'Uma criança não mente sobre violência sexual. Essa menina, por exemplo, demonstra uma calma que é própria de quem foi vítima de abuso sexual e que leva à introspecção (e em alguns casos à depressão). Mas ela não apresentou contradição em nenhum de seus depoimentos. Em todos ela repetiu as mesmas informações', disse Eugênia Fonseca.
De acordo com ela, a menina não apresenta nenhum sintoma de surto psicótico, como foi noticiado pela Imprensa. Além disso, de acordo com Eugênia, por várias vezes, ela teria tentado fugir, o que é um sintoma característico de vítimas de abuso sexual. 'Não tenho conhecimento de nenhum dos comportamentos que foram noticiados pela Imprensa', finalizou a coordenadora do Pró-Paz, que atendeu a menina e acompanhou os depoimentos dela na CPI da Pedofilia.
CONSEQUÊNCIAS
A coordenadora do Pró-Paz explica que o abuso sexual contra crianças e adolescentes gera várias consequências de ordem psicológica nas vítimas. Assistente social, ela trabalha no atendimento a essas vítimas há 15 anos e diz que os sintomas mais comuns são: insônia, pesadelos, tentativa de suicídio, depressão (atendida com acompanhamento psicológico e medicamentos), regressão escolar, deixa de confiar nos adultos, foge ou tenta fugir do lar, apresenta agressividade, tentando reproduzir com os colegas a mesma violência que sofrera e em, muitos casos, acaba caindo na rede de exploração sexual.
Segundo ela explica, os comprometimentos variam muito em tipos e intensidades. Algumas pessoas ficam com um comprometimento muito grande e com dificuldades de sociabilidade. Isso sem contar os danos físicos, em função das lesões e até doenças resultantes da agressão. Em alguns casos há até mesmo a necessidade de uma intervenção cirúrgica. 'As consequências são muitas e devem ser tratadas com muita atenção para que as vítimas possam retomar as suas vidas', disse Eugênia.
Tendência de abrir processo de cassação se amplia cada vez mais
O caso que envolve o deputado Luiz Afonso Sefer, acusado de abusar por mais de três anos de uma criança, ganha a cada dia novos desdobramentos. Se o desembargador João Maroja ainda não se manifestou em relação à denúncia oferecida pelo Ministério Público, o futuro político do parlamentar, atualmente sem partido, pode ser decidido nos próximos dias. Uma reunião da Executiva Nacinonal do Democratas, prevista para esta semana, vai decidir se a legenda vai cobrar na justiça a vaga que Sefer ocupa no Legislativo. Também começa a ganhar corpo na Assembleia a abertura de um processo de cassação do parlamentar, que seria conduzido pela recém-instalada Comissão de Ética, independentemente ao que vier decidir o relatório a ser votado na CPI da Pedofilia.
'Depois do desligamento do Sefer, ainda não nos reunimos para decidir se vamos pedir o mandato de volta. Mas seguramente este assunto estará na próxima reunião que deve acontecer esta semana tanto no DEM estadual como na reunião nacional da legenda', afirmou a vice-presidente nacional do DEM, Valéria Pires Franco.
Ela já havia dado um ultimato para o parlamentar se desligar do partido e agora sustenta que a presença de Sefer na agremiação partidária é insustentável. 'Fizemos o que tinha que ser feito. A partir do momento em que a denúncia foi formalizada, o inquérito policial foi inclusive entregue à CPI, não podíamos permitir que uma pessoa envolvida em um crime como esse continuasse em nossos quadros. Como mãe, mulher e pessoa pública, não poderia ser conivente com uma coisa dessas', afirmou.
Caso Sefer perca o mandato, quem assume a vaga é o terceiro suplente, o vereador Francisco Gualberto, do DEM de Tucuruí. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Cipriano Sabino e o vereador Nadir Neves - que mudou para o PTB - seriam os 1º e 2º suplentes, respectivamente.
O cerco político contra o parlamentar também começa a se fechar na Assembleia Legislativa.
Durante depoimento de mais de cinco horas à CPI da Pedofilia do Senado, que no último dia 6 de março o ouviu em Belém, Sefer alegou que a acolheu a menina em sua casa para adotá-la como filha e que as acusações a que responde são fruto da imaginação da garota, em virtude das reprimendas feitas pelo parlamentar para que ela melhorasse sua conduta. Ele chegou até mesmo a acusá-la de tentar abusar sexualmente de um menino de 6 anos, filho de sua empregada. Entretanto, a defesa foi contestada pelo presidente da CPI, Magno Malta, que não só apontou fortes contradições no depoimento como recomendou à CPI do Pará que instaurasse um processo de cassação de mandato de Luiz Sefer.
Uma parte dos deputados se empenha para convencer o deputado a renunciar e outra já começa a articular assinaturas para um processo independentemente do relatório da CPI ou da determinação da Comissão de Ética, recém-criada pela Casa.
'Vai ficar muito difícil para ele continuar na Casa em uma situação dessas. Se ele não pedir para sair, daqui a pouco os próprios deputados vão forçar esta situação. E estão encontrando amparo nos partidos', opinou um parlamentar que preferiu não se identificar

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