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quinta-feira, abril 30, 2009

Brasileiros enfrentam a natureza para ir à escola na Amazônia


Conheça uma escola que não aparece nas estatísticas.

Fica escondida, no meio da selva e é surpreendente.
Sandra Moreyra e Luiz Paulo Mesquita Rio Amazonas



A educação no Brasil. São muitos desafios. O governo anunciou números. O último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe dados preocupantes. As escolas públicas tiveram um desempenho muito ruim. Foram avaliadas mais de 20 mil em todo o país. Entre as mil com as piores notas, 965 são das redes estaduais. Veja fotos dos bastidores da série Vidas Alagadas


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Ainda é noite na várzea. Sob a luz fraca da lamparina, Dioneia prepara a tapioca. Raimundo confere os pescados na véspera, forra o estômago com a tapioca, toma um gole de café, se despede da mulher com um beijo, Entra na canoa do filho Janderley. Os dois embarcam no Diamante. Há nove anos, todas as manhãs, chova ou faça sol, o Diamante sobe o rio. Faz o transporte escolar na região do Tapará Grande. Em período de cheia, só dá para chegar à escola de barco. Nessa época, chove quase todo dia. O barquinho para de trapiche em trapiche. Raimundo recolhe e acolhe cada criança. Transporta professores, ajudantes, a diretora da escola municipal, parte da merenda, embrulhadinha em um plástico para não molhar. É água para todo lado. Uns alunos cruzam os igarapés com os pais de canoa, remam ao encontro do Diamante. Outros enfrentam o rio sozinhos, a caminho da escola. “Eu venho para escola de bote, com meu irmão, todo dia. Eu e ele remamos”, conta a estudante Luiziane.

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No tempo em que o barqueiro Raimundo Socó era criança era muito mais difícil, tanto que ele teve que deixar a escola na 3ª série. Hoje o barco de Raimundo contribui para tornar melhor o presente e o futuro das crianças de Tapará Grande. “Na época que a gente estudava não tinha essa facilidade que tem hoje. Quando eu comecei a estudar, não tinha colégio, estávamos embaixo de árvores e hoje temos escolas para nossos filhos”, compara Raimundo Socó. Aldali aproveita para estudar. É dia de prova. No Diamante não tem bagunça. Seu Raimundo mantém a disciplina. “Eu sempre falo: a partir do momento que vocês entram em um barco, estão entrando em uma sala de aula. Façam os deveres, participam do trabalho de seus colegas. Explico que o barco é meu, mas o transporte é de vocês. Em um dia de chuva, se não tivesse um barco, um transporte para eles vir, eles não vinham, os pais não iam deixar”, diz o barqueiro. Até a Escola São Jorge, o Diamante leva em torno de uma hora. Quando chegamos à escola, desce uma cortina d'água do céu. Assusta. Com a ponte estreita muito molhada, as crianças têm que esperar a chuva diminuir para desembarcar. “A gente venceu mais uma batalha. Por isso que a gente está aqui hoje. Eu me sinto feliz por isso. Nós temos que contribuir com a nossa comunidade. Ela precisa de nosso apoio”, comemora Raimundo Socó. Raimundo Socó virou exemplo na escola. “Vou ser marinheiro quando crescer”, planeja o estudante Jucicleisson. Onde o transporte não chega, mães e alunos chegam a remar por meia hora, 40 minutos para chegar às escolas da várzea. Nessa época, as mães só têm o tempo de deixar o filho e atravessar novamente o rio, quase sempre debaixo de muita chuva. O povo da várzea resiste, tira água da canoa e segue contra a correnteza. Essa é a vida por aqui. Para chegar e sair da escola, os alunos aprendem a proteger e ensacar livros, cadernos, óculos, roupas. A chuva não dá trégua, deixa tudo encharcado. Com todo temporal, quase ninguém falta às aulas. “É uma imensa alegria estar com vocês, proporcionando a integração entra as turmas. Apesar de todas as dificuldades , estamos aqui. Nós também estamos em busca da educação de nossa comunidade. Da educação de vocês”, diz a professora. Vai começar mais um dia de aula no Tapará.

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