Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

sexta-feira, abril 10, 2009

De Sanctis: sentença contra Dantas continua sólida

Bandido Daniel Dantas

Juíz De Sanctis

Juiz diz não ter levado em conta fita que PF desqualifica
‘É errado dizer que a minha sentença se baseou naquilo’
‘A filmagem, para mim, não teve nenhuma importância’

Patrícia StavisSempre que se refere a Daniel Dantas, Protógenes Queiroz engancha no nome do desafeto uma qualificação: “Banqueiro bandido”.

Sente-se autorizado a fazê-lo porque o mandacuva do Grupo Opportunity já traz pendurada na biografia uma condenação judicial de primeira instância.

Foi proferida em 1º de dezembro de 2008. Traz a assinatura do titular da 6ª Vara Criminal de São Paulo, o juiz Fausto de Sanctis.

Impôs a Daniel Dantas uma sentença de 10 anos de cadeia, mais R$ 12 milhões de multa. Considerou-o culpado do crime de “corrupção ativa”.

O inquérito que levou ao infortúnio de Dantas é um subproduto da Operação Satiagraha. Envolve a tentativa de suborno de um delegado da PF.

Chama-se Victor Hugo Ferreira. Foi-lhe ofertada a propina de US$ 1 milhão. Em troca, deveria fazer sumir dos autos da Satiagraha os nomes de Dantas e de familiares dele.

As provas da tentativa de suborno foram colhidas numa investigação chamada tecnicamente de “ação controlada”.

Autorizado pelo juiz, o delegado simulou aceitar o assédio de dois prepostos de Daniel Dantas: Hugo Chicaroni e Humberto Braz. Recebeu parte da propina.

Há três dias, a PF concluiu um inquérito que abrira em 24 de julho de 2008, para apurar supostos desvios de conduta atribuídos ao delegado Protógenes Queiroz.

Responsável por essa investigação, o delegado Amaro Vieira pôs em dúvida um pedaço da “ação controlada” que propiciou a condenação de Daniel Dantas.

Conforme noticiado aqui, o delegado Amaro concluiu que foi feita por uma equipe da TV Globo e não pela PF a filmagem da oferta de suborno.

A cena foi captada em 19 de junho de 2008, no restaurante El Tranvia, em São Paulo. No seu relatório, Amaro insinua que a “falha” poderia beneficiar Daniel Dantas.

Anota que a participação de jornalistas, propiciada por Protógenes, resultou “em possível comprometimento negativo da qualidade da prova obtida na diligência”.

O blog ouviu, nesta quinta (9), a opinião do juiz Fausto de Sanctis. Ele foi categórico ao afastar o risco mencionado no relatório final do delegado Amaro:

“Aquela filmagem, para mim, não teve nenhuma importância. Nem foi levada em consideração. Para dizer a verdade, eu cito numa nota de rodapé da sentença...”

“...Minha decisão se baseou num universo de provas muito maior. Essa fita não teve peso nenhum. É totalmente errado dizer que minha sentença se baseou naquilo”.

Em que se fundamentou, então, a sentença? De Sanctis cita os depoimentos, o monitoramento telefônico dos condenados e áudios captados em escutas ambientais.

Menciona também a operação de busca que permitiu à PF recolher no apartamento de Chicaroni, um dos prepostos de Dantas, o dinheiro que bancaria o suborno.

O repórter foi à sentença redigida por De Sanctis. Um calhamaço de 312 folhas. Quem lê verifica que, de fato, o vídeo desqualificado por Amaro tem peso zero.

A decisão do juiz traz todo o histórico do assédio a que foi submetida a equipe que conduziu a primeira fase da Satiagraha.

Abordados, Protógenes e Victor Hugo avisaram a De Sanctis. Que autorizou a deflagração da “ação controlada”.

A voz de Daniel Dantas soou em grampos telefônicos da PF. Conversou com Humberto Braz, um ex-funcionário da Brasil Telecom.

Numa das escutas, captada às 15h43m41s do dia 29 de abril de 2008, Dantas menciona o nome que interessava: “Quem tá responsável é esse Protógenes mesmo”.

Menos de dois meses depois, na tarde de 19 de junho, os delegados Protógenes e Victor Hugo dividiam uma mesa do El Tranvia com Hugo Chicaroni.

Apresentou-se como amigo de Humberto Braz, o elo com Dantas. Demonstrou interesse por informações da Satiagraha. E se dispôs a remunerar os interlocutores.

Protógenes e Victor Hugo acompanharam Chicaroni até o apartamento dele. Subiu. Voltou com uma bolsa preta. Continha 10 pacotes de dinheiro. No total, R$ 50 mil.

Tudo gravado, em áudio. Na noite do mesmo dia, Victor Hugo retornaria ao El Tranvia. Encontrou-se, dessa vez, com Chicaroni e também com Humberto Braz.

Foi nesse segundo encontro –filmado pela equipe da Globo, segundo Amaro Vieira— que a proposta de propina alçou à casa de US$ 1 milhão.

Na sentença, De Sanctis valoriza o áudio, não as imagens. Áudio recolhido por Victor Hugo. Um pedaço por meio de um celular. Outro com um gravador de bolso.

Em 26 de junho, Victor Hugo encontraria Chicaroni noutro restaurante, Paddock. Acertou-se o pagamento de uma primeira parcela do surborno: R$ 80 mil.

O encontro foi, de novo, gravado pelo delegado. Áudio sem interrupções. Num trecho, Chicaroni diz que a preocupação de Dantas se restrigia à primeira instância.

No STJ e no STF, disse ele, Dantas “resolveria tudo com facilidade”. O delegado recebeu a propina na garagem do prédio de Chicaroni. Ao contar a dinheirama, a PF verificou que a cifra era menor: R$ 79.050.

Tudo descrito em relatórios enviados sistematicamente a De Sanctis. Por fim, autorizada pelo juiz, a PF deu uma batida no apartamento de Chicaroni.

Deu-se em 8 de julho de 2008. Recolheu R$ 1,18 milhão. Inquirido na fase em que esteve preso, Chicaroni reconheceu que o dinheiro provinha de Dantas.

Depois, em juízo, tentou se desdizer. Mas De Sanctis desconsiderou, por inverossível, a nova versão.

Nenhum comentário:

Turista de SP é assassinado com um tiro em casa de veraneio invadida por criminosos; VÍDEO Dupla de bandidos pulou o muro do imóvel em Itanhaém e, depois de ameaçar a vítima, disparou contra ela. Os criminosos levaram um celular. Por g1 Santos

16/03/2024 13h29.  Ativar som Ativar som Homem é assassinado com um tiro dentro de casa após invasão de criminosos. Um homem, de 52 anos, fo...