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terça-feira, dezembro 01, 2009

DEM quer se livrar do seu mensalão

por Alexandre Garcia
São três dos maiores partidos do país:

PT, PDSB e agora o DEM de Brasília, cada um com seu mensalão próprio.


O DEM quer se livrar do seu mensalão, mas não sabe como ou está com medo.

O governador já ameaçou que se o DEM radicalizar, ele radicaliza também.
Ontem, Arruda cumpriu um ritual para dar uma satisfação àqueles que, no DEM, usavam o argumento do “quem cala, consente”. Falou, mas foi mais convincente quando negou participar na violação do sigilo do painel de votação do Senado. Na época, em 2001, era mais fácil negar, porque não havia flagrantes de áudio e vídeo.


Só para recordar, depois Arruda confessou que mentira, renunciou ao Senado, esperou um pouco e elegeu-se deputado federal e depois governador. Pediu uma segunda chance. Não aproveitou a segunda chance, que está virando a última.


Se o DEM se livrar desse mensalão, que nome dar: mensalão do Arruda? Do panetone? Na frente da residência oficial, há até uma baraquinha do panetone. Além da desculpa do panetone, há outras cenas para rir da tragédia da ética: o dinheiro nas meias e de novo nas cuecas. De dono de jornal local. Teve a oração da hipocrisia. O dono da empresa de ônibus que invade entrevista para fazer denúncias. Como disse o senador Jarbas Vasconcellos: exuberância e robustez no indecoroso.


A fala do governador, ontem, em um raro momento de terno e gravata, fez uma revelação: livrou-se da herança maldita. Referia-se ao secretário Durval Barbosa, que ele herdou de Roriz, já com mais de 30 processos e, por algum motivo forte, ficou no governo Arruda até hoje. A demissão dele só sai no Diário Oficial de hoje.


Os registros de Durval envolvem boa parte do governo Arruda, dez deputados locais e quatro desembargadores do Tribunal de Justiça. Aí fica a pergunta: sobra gente suficiente para um inquérito legislativo ou julgar? E a origem do dinheiro?
Empresários se dizem vítimas, mas também são autores.

Tudo com dinheiro que não pode passar por conta corrente bancária

– esse é um assunto para a Receita Federal e para a Justiça Federal.

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