Governo quer criar três novas estatais sem necessidade

por Miriam Leitão

O governo que criar três novas estatais: uma empresa de fertilizantes, uma de telecomunicação e outra de energia. Não precisa.
Em primeiro ponto:

Não é necessário transformar a Telebrás em uma empresa de banda larga é que não precisa de estatal para isso, já que há o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que tem, hoje, entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões depositados e rende R$ 700 milhões por ano. Esse dinheiro está parado.
A função do Fundo é exatamente financiar o serviço de telcomunicação para áreas onde não há interesse econômico ou para camadas sociais que não conseguem pagar o preço do serviço. Basta uma boa regulação e o uso desse dinheiro para que os serviços de banda larga e internet rápida sejam universalizados no país.
Ninguém consegue entender a razão para se criar uma empresa de fertilizantes. Falei com vários especialistas no assunto, que não sabem explicar. O Brasil produz três das matérias-primas mais importantes para fertilizantes. Não produz cloreto de potássio, mas nunca produziu.
Está acontecendo uma nacionalização nessa área. A Vale acabou de comprar a Bunge.
No setor de energia, o governo já controla o setor. Oito das dez maiores empresas de energia do país já são estatais. Não faz sentido nenhum.
O governo decidiu que os bancos vão ter que recolher mais dinheiro ao Banco Central. O que essa medida significa na prática e por que agora? É o chamado compulsório.
Era esperado, porque o Banco Central tinha criado medidas para facilitar o crédito na época da crise. A crise está acabando. O governo está revertendo as medidas anticrise.