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quinta-feira, dezembro 22, 2011

Boxeador preso injustamente por 26 anos vence primeira luta profissional

Dewey Bozella virou o campeão de boxe da prisão de Sing Sing e venceu a primeira luta profissional após provar a própria inocência.

Imagine só passar 26 anos preso por um crime que você não cometeu. Para alguém nessa situação provar a inocência e ser libertado deveria ser a maior das conquistas, mas para um homem havia um sonho ainda maior: vencer uma luta de boxe profissional aos 52 anos de idade.

Dewey Bozella nasceu em Coney Island, Brooklyn, em 1968. Aos nove anos de idade, ele viu a mãe ser assassinada pelo próprio pai. Em 1977, o irmão dele foi morto na frente da escola no bairro do Queens. Depois dessas tragédias em Nova York, Dewey Bozella foi tentar uma nova vida no norte do estado.

Na cidade de Poughkeepsie, naquele mesmo ano de 1977, Dewey Bozella foi preso, acusado de matar uma senhora de 92 anos. Emma Crasper saiu de um bingo e foi assassinada ao chegar em casa. Dewey Bozella passou quatro meses na cadeia e foi solto, porque não foram encontradas provas contra ele.

"Dois rapazes testemunharam contra mim e eu acabei voltando para a cadeia", conta Bozella. Ele sempre negou ter participado do assassinato. Mesmo assim, foi para Sing Sing, prisão de segurança máxima. Dewey Bozella chegou ao presídio em 1983, para ficar mais de duas décadas. Foi a condenação que recebeu.

“O que eu vou fazer? Vinte anos de prisão”. Revoltado, passou os primeiros anos isolado, até descobrir a academia de boxe da cadeia e encontrar a esperança. "O boxe era a minha obrigação, me deu responsabilidade. Era a minha disciplina”, declara.

Bozella treinou, lutou, venceu e virou o campeão de boxe da prisão de Sing Sing. Mas ele ainda precisava vencer a luta mais importante de sua vida: a luta pela liberdade. Em 1990, ganhou uma chance de negociar a libertação. Se confessasse o crime, ficaria livre das grades. "Eu disse não. Não, porque minha integridade é tudo para mim. Meu caráter é tudo para mim. Eu não fiz isso”, aponta o boxeador.

Dewey Bozella continuou atrás das grades, mas não deixou de lutar. Passou dias e dias na academia treinando o corpo. Passou noites e noites na escola, exercitando a mente. Fez curso de direito. Faculdade e pós-graduação. “Eu decidi fazer da prisão uma academia. E fui para a escola. Eu sabia que a minha vida não tinha acabado”, disse.

Dewey ainda se casou, com Tryna, uma professora que ganhou o sobrenome Bozella. A mulher decidiu limpar o nome do marido. Procurou o “Projeto Inocência”, uma organização que usa exames de DNA para ajudar aqueles que foram culpados sem ter culpa, mas os exames feitos após o assassinato da senhora de 92 anos tinham sido destruídos.

O caso foi parar nas mãos de novos advogados. Os dois descobriram onde vivia um dos policiais envolvidos no caso. Ele, mesmo aposentado, tinha guardado em casa uma cópia do inquérito. O policial disse que tinha guardado porque sabia que um dia alguém iria aparecer na casa dele para provar que Dewey não cometera o assassinato.

E aí foi uma descoberta atrás da outra, explica o advogado: “As duas testemunhas que acusaram Dewey Bozella pelo assassinato deram depoimento sob efeito de droga, bêbadas. Descobrimos também que um rapaz que foi convidado para participar do homicídio revelou quem foi o verdadeiro assassino”.

Mesmo assim, a polícia nunca conseguiu provar quem foi o verdadeiro assassino. Por quase três décadas Dewey Bozella ficou preso por um crime que não cometeu. Em outubro de 2009 ele voltou ao mesmo tribunal onde foi condenado duas vezes. Desta vez, para ouvir o juiz dizer: “Senhor Bozella, o senhor está livre”.

"Finalmente acabou”, disse Bozella. Foram 26 anos se preparando para o dia da liberdade e para a segunda luta mais importante da vida dele. Uma luta de boxe como um homem livre. Era um sonho E foi no último mês, em Los Angeles, contra um adversário 20 anos mais novo.

O homem que nunca desistiu ainda quer persistir. Quanto ao futuro, Dewey Bozella acredita que vá estar em uma das cidades mais violentas do estado de Nova York. Newburgh tem gangues, tráfico de drogas, um alto índice de homicídios.

É onde Dewey Bozella quer abrir uma academia de boxe para ajudar a tirar os jovens da criminalidade. “Eu quero mostrar para os jovens o que me ajudou. O que fez acabar com o ódio, com a tristeza, a vencer uma grande injustiça”, declarou.

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