'Concurso do Senado é pouco profissional', diz Alexandre Garcia

Comentarista avalia problemas ocorridos no concurso para o Senado, cita erros do Enem e questiona: 'Será que continua o amadorismo?'.

Confusão, erros, já vimos esse filme no Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. E agora nesse concurso do Senado, um dos mais disputados do país. Parece que os erros no Enem não ensinaram ninguém.

Será que continua o amadorismo? Pelo depoimento dos inscritos, os aplicadores das provas estavam atarantados com os problemas.

Pelo menos serviu para chamar a atenção para os concursos do Senado, um lugar que tem 1.946 funcionários do quadro para servir os 81 senadores, os quais ainda têm direito de contratar, sem concurso, 11 comissionados por gabinete - o que dá no total 35 funcionários por senador.

E esse concurso visa contratar mais 246 funcionários muito bem remunerados: de R$ 13.833 até quase R$ 24 mil de salário - quase o que ganha a presidente da República.

A polícia do Senado, por exemplo, vai ganhar muito mais que a polícia que procura proteger a população brasileira, afinal deve ser mais nobre e complicado proteger os senadores do que dar segurança à população.

A complexidade das tarefas dos que trabalham no Senado é de assustar, como se deduz pelo edital do concurso deste domingo que tem 30 páginas em letra miúda.

Enfim, os que sonham com estabilidade no emprego e excelente salário e se prepararam por meses, já começam com a frustração do mal organizado e pouco profissional.