A Polícia Federal fez novas descobertas sobre a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Os relatórios da Operação Monte Carlo mostraram que a empreiteira Delta, uma das maiores do Brasil, transferiu dezenas de milhões de reais para empresas de fachada do bicheiro às vésperas das eleições.
Um exemplo é o caso da empresa Brava Construções. Segundo relatório da Policia Federal a que o Fantástico teve acesso, a Brava tem como sócios Álvaro Ribeiro da Silva e João Macedo de Miranda. Mas quem movimentava a conta na verdade era Geovani Pereira da Silva - ainda foragido - apontado como o contador da organização criminosa.
Segundo a polícia, entre setembro de 2009 e julho de 2010, foram depositados na conta da Brava R$ 2.671 milhões. E no mesmo período foram sacados R$ 2.644 milhões. O dinheiro que passava por essa conta foi transferido para várias pessoas.
Luis Carlos Almeida ramos, o irmão de Cachoeira, por exemplo, recebeu mais de R$ 100 mil em apenas uma transferência. Em outra transação, o cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio de Souza, apontado como testa de ferro do bicheiro, recebeu R$ 65 mil.
A polícia também descobriu depósitos da construtora Delta na conta da empresa Brava, seguidos de diversos saques em espécie. E agora quer desvendar até onde vai a relação financeira da Delta com a quadrilha comandada por Carlinhos Cachoeira.
Outro trecho do relatório revela que a conta da empresa Alberto e Pantoja Construções - que também serviu à quadrilha - era movimentada por quatro pessoas, entre elas Cláudio Abreu, diretor da Delta afastado depois das denúncias, e o contador Geovani.
Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, Geovani sacou da conta da Pantoja, em 2010, ano eleitoral, R$ 8,5 milhões. Segundo a reportagem, essa empresa foi aberta em fevereiro de 2010 apenas para receber dinheiro da Delta.
A empresa Delta disse que só responderá quando for solicitada pela Justiça, e que as informações da Polícia Federal são de um inquérito preliminar.
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