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quarta-feira, novembro 07, 2012

Os “negros” brasileiros são africanos?

Mario Eugenio Saturno

Sempre achei muito estranho algumas pessoas, com poucas características dos negros africanos considerarem-se “negros”. Creio que todo brasileiro que tenha algum antepassado mais antigo no país traz em si uma miscigenação. E isso parece ser verdade mesmo, ao menos é o que indica uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenado por Sérgio Danilo Pena e publicado na revista “PLoS One”.

Os pesquisadores analisaram o genoma de 934 pessoas, observando um conjunto de 40 variantes de DNA, chamados indels (inserção e deleção, na sigla). Essas variantes são pequenos pedaços do genoma que sobram ou faltam no DNA de cada um. E cada região do planeta tem seu próprio conjunto de indels na população.

Assim, podemos rastrear o DNA de alguém e verificar se veio da África, Europa, ou qualquer outra região. Pode-se ainda, no caso de miscigenação, estimar a proporção dos ancestrais que vieram de cada continente. Ou seja, uma análise pode mostrar de onde vieram seus ancestrais.

Os pesquisadores afirmam que os genes da cor da pele e dos cabelos são muito poucos e desprezíveis na herança genética. Assim, o leigo toma esses efeitos visíveis como indicativo de raça, mas estão enganados.

Os pesquisadores descobriram que de Belém a Porto Alegre, a ascendência europeia nunca é inferior a 60%, nem ultrapassa os 80%. A menor contribuição é a indígena e que só passa dos 10% na região Norte do Brasil. Isso mostra que muita gente que se diz negra, querendo remeter ancestralidade à África, não passam de europeus com pele escura.


Os pesquisadores brasileiros também estão contestando outra crença histórica: acreditava-se que cerca de 70% dos escravos eram de Angola, no Centro-Oeste da África, quase 20% do sudeste, Moçambique e vizinhança, e só uns 10% da África Ocidental, em torno da Nigéria. Porém, o DNA dos negros paulistas mostra que essa contribuição do oeste do continente pode ser até quatro vezes maior.

Isso pode ter acontecido durante o século 19, no auge do ciclo do café, quando os paulistas compraram escravos do nordeste brasileiro, que estava em decadência, especialmente da Bahia, para onde iam os nigerianos.

Outra pesquisa que também surpreendeu foi a verificação de 180 índios da etnia pataxó, distribuídos em seis aldeias do sul da Bahia, próximo a Porto Seguro. A pesquisa foi realizada por cientistas da USP de Ribeirão Preto e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Segundo o líder da pesquisa, Aguinaldo Luis Simões, da USP, acreditava-se que os membros da tribo não seriam mais indígenas, devido à miscigenação. O resultado foi o mesmo observado em outras tribos do Brasil que estão em contato com os europeus há muito tempo, ou seja, cerca de 80% dos pataxós têm DNA tipicamente indígena. Curiosamente, a pesquisa revelou que seus parentes mais próximos são as tribos do Brasil Central, como os craôs e os caiapós.


Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Fonte: Jornal de Barretos - São Paulo.

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