Polícia Federal prende advogados envolvidos com o tráfico no Rio

Tânia Monique Faial Correia é suspeita de planejar resgate de traficante.
Marcelo Carvalho Biache responde por lavagem de dinheiro de facção.

Do G1 Rio

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (14) advogados que se envolveram com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. 

Um deles é Tânia Monique Faial Correa, suspeita de ter planejado a tentativa de resgate do traficante Lindomar de Oliveira Brant, o Dodô, em junho deste ano, quando o preso voltava de uma audiência no Fórum de Araruama, na Região dos Lagos, conforme mostrou o RJTV.

Na ocasião, os bandidos usaram dois caminhões para fechar o carro que transportava onze presos, na Rodovia Niterói-Manilha, em São 
Gonçalo, Região Metropolitana. 

Houve tiroteio e o agente penitenciário Antônio Pereira morreu. 

Os detentos não conseguiram fugir. 

A advogada respondia por homicídio, e foi capturada depois da polícia ouvir o traficante Rodrigo Prudência, o gordinho. 

Em depoimento, o traficante disse que a advogada transmitia, em tempo real, todo o percurso do comboio.  

Segundo Gordinho, as imagens eram transmitidas para Robertinho do Jacaré, que fugiu junto com os outros 30 presos. 

A polícia afirma que tudo foi feito com ordens dos chefes da facção, Marcinho VP e Elias Maluco.  

Nesta terça-feira (12), a Polícia Federal prendeu também o advogado Marcelo Carvalho Biache, acusado de formação de quadrilha e associação para o tráfico. 

De acordo com os investigadores, ele é um dos responsáveis pela lavagem de dinheiro de outra facção criminosa. 

Ele ajudava os criminosos a comprar carros e casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e em Maricá, Região dos Lagos. 

Os policiais também apreenderam uma Mercedes que pertence ao advogado. 

Outros dois advogados são investigados por suspeita de envolvimento com o crime.  

O Juiz de Bangu suspeita que uma advogada colaborou com a tentativa de resgate de presos, no fim de outubro, que resultou na morte de um policial e do menino Kayo Costa. 

Nesta quarta-feira (13), o coordenador do Afroreggae, José Júnior, também denunciou um advogado que traria ordens de execuções de dentro dos presídios. “Existem advogados que não advogam. 

São pombos correio do crime, muitas atrocidades que acontecem nesse estado, nessa cidade. 

São criminosos que fingem ser advogados”, disse José Júnior.  

Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, em 2013, 30 advogados foram expulsos da ordem porque se envolveram com criminosos. 

Segundo mostrou o RJTV, quando um advogado se envolve em atividades criminosas, ele é suspenso e responde à sindicância interna na OAB, uma espécie de processo que pode resultar na exclusão do advogado da Ordem.