“Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos,
porque não ouvirei as melodias das tuas liras”
(Amós 5:23)
Penso que haja duas formas de se avaliar
a atual música evangélica.
Uma de caráter técnico e outra espiritual.
Não faz muito tempo, tínhamos uma simplicidade típica, quase amadora,
caracterizando esse universo.
Muitas eram as críticas do mundo e até
mesmo o escárnio decorrente.
Muitas também eram as bênçãos e a unção
presenciadas nestes ministérios.
Hoje temos grandes estruturas de
tecnologia por trás da música evangélica.
Marketing vultoso, ingressos e
casas de espetáculo, músicos profissionais, arranjos apurados,
produções de ponta e intérpretes que dão um verdadeiro show.
Tudo
evoluiu inclusive a vaidade, o comércio, a apostasia, o estrelismo, a
sensualidade e a indulgência.
Tudo evoluiu, exceto a espiritualidade – o
compromisso com Cristo, hoje em segundo plano.
Os problemas que envolvem os cantores
evangélicos brasileiros saltam à nossa vista e exigem de quem ainda
conserva o valor da santidade cristã, uma séria reflexão.
O problema da influência mercadológica.
Influência
não significa plágio.
Influencia é quando um músico admira outro músico
e começa a compor, cantar ou tocar “na linha” do admirado.
Mas que
vemos na música evangélica moderna é um plágio velado.
Estilo,
impostação de voz, repertório, arranjos – tudo é muito parecido.
O que
deveria surgir como inspiração do Espírito de Deus, na verdade brota nas
mesas das gravadoras, que traçam planos de vendas e definem o que os
cantores evangélicos vão cantar e até mesmo de que maneira eles devem
cantar.
Um perfeito plágio, tanto entre si (pois os cantores evangélicos
se imitam), quanto do mundo, que em seu mercado fonográfico há séculos
usa desse expediente deplorável.
O problema da postura.
A
maioria dos cantores evangélicos se comporta como artistas e não como
servos de Deus.
Assumem sem qualquer pudor a postura de um ídolo e não
de um irmão que recebeu um talento de Deus para a Sua glória e louvor.
Isso é decisivo para a comunicação do Evangelho através da música, pois a
forma e a essência como se conduz um ministério, contagia ou afasta as
pessoas de Cristo.
O problema do barulho sem unção.
Alguns
cantores acham que incitando o povo a fazer barulho, levando-os a
histeria coletiva, estarão promovendo um mover de Deus.
Isso não é
verdade.
Barulho não é sinal de relevância.
Nosso culto precisa ser
racional, isso é, lógico.
Precisa ser inteligível.
A gritaria é o
extravasar da emoção e não um sinal de espiritualidade.
O problema da vaidade.
Cantor
evangélico não pode alimentar idolatria nas pessoas, mas precisa ser
exemplo de simplicidade e serviço.
Hoje, as notícias que temos são as
piores.
Sabe-se até mesmo de cantores (homens e mulheres) que se
envolvem sexualmente com seus “fãs”, e de outros que esnobam as pessoas
que lhes procuram para tietagens.
Um absurdo, um acinte, um pecado, que
seguramente não ficará impune aos olhos de Deus.
O clássico problema do talento vendido.
Em
nome da fama e do dinheiro, muitos cantores evangélicos se deixam
escravizar pelas gravadoras (que de evangélicas só tem o nome), as quais
interferem na essência de sua composição e até ditam o que se deve
gravar.
Outros apenas mudam de feitor e vão para as senzalas do mundo
(como os atuais cantores gospel que trabalham para a Rede Globo, que
sempre foi inimiga da fé cristã).
Alguns chamam isso de
profissionalismo, eu chamo de falta de personalidade e de desrespeito à
santidade do evangelho.
Além disso, cobram cachês astronômicos para
ministrar, exigem camarins, hotéis de luxo e outras regalias.
Devido a
isso, muitos nem mais se congregam, pois sua agenda de shows já não
permite essa oportunidade e nenhuma igreja de porte médio para baixo
possui condições financeiras de solicitar sua presença.
São estrelas.
Trocaram o púlpito pelo palco.
Obviamente, a problemática é muito maior
e exigiria muitas outras linhas analíticas.
Vivemos dias de terrível
apostasia, de multiplicação do joio e de flagrante agressão à sã
doutrina.
Hoje se comercializa a pregação, o dom e até a profecia.
Sabemos que há de ser assim, tanto quanto se aproxima a vinda de nosso
Senhor, mas ai daqueles (sobretudo pastores e líderes) que fomentam e
favorecem em suas igrejas esse tipo de pecado.
Que Deus nos abençoe!
Pr. Reinaldo Ribeiro
Comentários (7)
Concordo em Número, Gênero e Grau.
Infelizmente o povo de Deus está de
olhos vendados para essas verdades e só estão preocupados com
quantidades e não com qualidades.
Uma verdade inegável querido irmão Sebastião.
Obrigado por sua participação e que Deus o abençoe
Alailton Assumpção ·
Concordo com todas essas reflexoes.
Mas como músico cristão e tambem
profissional tenho que registrar que essa pratica ja existe ha muito
tempo entre os pregadores.
Por que somente músicos sao alvos de
criticas.
Temos pastores tambem pop star, nao apenas cantores e músicos.
Quanto a influencia da musica, se pegarmos a historia da música,
veremos que a música crista quando dominada pela igreja catolica em suas
origens era essencialmente boa.
Infelizmente os protestantes acabaram
com qualidade musical com a desculpa que é pra Deus mesmo.
Temos que
achar o ponto de equilibrio enao achar que tem que ser ruim para ter
espiritualidade.
Temos que ser espirituais, santos, mas tambem fazer com
zelo e o melhor de nós para nosso Deus.
Esse tem sido o norte que tenho
buscado;
Alaiton Asssumpção
Será que sao apenas músicos com esse problema.
Pastores pop star existe há muito tempo.
A verdade é que esta todo mundo levando o evangelho para o caminho dos porcos.
Prezado irmão Alaiton, paz e graça.
Concordo plenamente com você.
Esse
procedimento nefasto e obsceno também é exercido por muitos pastores,
apóstolos e profetas na modernidade.
Digo até mais, por culpa de líderes
inescrupulosos e sedentos por dinheiro é que essa situação na música
evangélica chegou ao ponto que está.
Primeiro porque muitos desses
cantores sequer são discipulados e vêm do mundo apenas com uma visão
mercadológica da fé, que é facilitada por determinados pastores, que se
tornam promotores de eventos, em vez de apascentadores de ovelhas.
Obviamente, neste texto damos um enfoque maior na música, mas como você
bem disse, o problema é bem maior e se alastra por outros ministérios
eclesiásticos também.
Que Deus tenha misericórdia da Igreja.
Ronaldo Sérgio
Alguns anos atrás o louvor mexia com o espírito hoje a maioria dos "louvores", mexe com o corpo.
Meditava-se nas letras hoje o importante é o ritmo.
Concordo com você irmão Ronaldo.
Eu conheci há 20 anos algo que merecia
ser chamado de louvor e adoração.
Hoje temos um produto, gerador de
ganhos milionários, mas que exige a perda da unção, que pode levar até
mesmo à perda da salvação.
Estejamos guerreando em oração sempre.
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