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sexta-feira, janeiro 31, 2014

O lixo nosso de cada dia


Em Tóquio, reciclagem chega a 100%; no Rio, mais de 1 milhão de toneladas são recolhidas nas ruas


Carlos Aguilar

Após o feriado de São Sebastião, dia 20 de janeiro, a Comlurb recolheu 40 toneladas de lixo das areias da Praia de Copacabana. 

Os resíduos ficaram expostos para chamar a atenção da população. 

No início do ano, a queima de fogos nas praias do Rio durante os festejos do réveillon resultou em 700 toneladas de lixo na orla carioca. 

O trabalho de limpeza envolveu quase quatro mil trabalhadores, 180 viaturas e 130 equipamentos. 

Mais um retrato do mau hábito de descartar lixo em local impróprio, ainda tão inserido na população, e de suas consequências para as finanças municipais e para o ambiente. 

No carnaval, novos números do que é jogado nas ruas, sem o menor pudor, deverão impressionar os cariocas.

É equivocado o pensamento de que limpeza urbana é um problema unicamente do poder público. 

Em muitos países, a população já compreendeu que o descarte e o tratamento do lixo também são de responsabilidade de quem o produz. 

Garantir que ele chegue ao destino adequado é uma questão de cidadania e respeito ao futuro.

Em Tóquio, por exemplo, não existe a necessidade de instalação de lixeiras nas ruas. 

Os moradores entendem que possuem a obrigação de levar o lixo para casa e separá-lo para a coleta seletiva. 

O sistema de reciclagem local abrange mais de dez categorias. 

Em alguns bairros, como Odaíba, a taxa de reaproveitamento do lixo chega a 100%. 

Em Toronto, no Canadá, a participação popular nos trabalhos de reaproveitamento do lixo chega a 96%. 

Já em terras cariocas, mais de 1,2 milhão de toneladas de lixo é recolhido por ano nas ruas da cidade, mais do que o dobro do que é lançado nas vias de países desenvolvidos, segundo dados da própria prefeitura. 

O grande impacto da sujeira para o orçamento fez com que a poder municipal chegasse a uma atitude extrema: a de multar aqueles que jogarem lixo nas ruas.

A medida, já aplicada em cidades como Cingapura e Dubai, é eficiente, mas precisa ser aliada a campanhas de conscientização. 

A punição não pode ser a única forma de educar. 

É preciso despertar o interesse em viver em um ambiente mais limpo e saudável, e a consciência de que é necessário cumprir nossos deveres de cidadão, como descartar o lixo corretamente.

Todos os cariocas merecem encontrar uma praia mais limpa, uma orla mais asseada e ruas livres de dejetos. 

Ninguém quer isentar o poder público de suas obrigações: cabe às autoridades desenvolver sistemas de coleta cada vez mais modernos, que acompanhem o aumento da produção de lixo, consequência da melhoria das condições de vida da população. 

Os mecanismos de coleta seletiva e reciclagem devem ser ampliados, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 

Nada disso, porém, apresenta qualquer resultado se a outra parte envolvida continuar ignorando o seu papel de fazer uma cidade sustentável. O problema do lixo é de todos.






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