Pais da adolescente estariam sem dinheiro, neste mês, para comprar farda.
Mãe comentou que filha recebeu críticas por estudar em escola particular.
Isabella vendeu quatro vestidos (Foto: Arquivo pessoal)
A adolescente postou fotos usando as peças à venda e, em pouco tempo, atraiu compradores, que se solidarizaram com a campanha, em Boa Vista.
Na rede social, a estudante contou que os seus pais não teriam dinheiro para comprar o uniforme.
Por isso, tomou a atitude de vender as peças de roupas por esse meio.
Se não conseguisse comprar o fardamento escolar, nessa segunda-feira (10) ela não poderia entrar na instituição de ensino.
"Meus pais não tinham, naquele momento, como adquirir minha farda.
Então, decidi fazer uma campanha no Facebook com alguns vestidos meus.
Falei com minha mãe e ela me explicou como deveria proceder com a venda.
Consegui negociar quatro peças e comprar meu uniforme escolar, que custou R$ 114", disse.
A campanha se iniciou no sábado (9).
De acordo com ela, os compradores eram pessoas desconhecidas que compartilharam a sua situação.
"Nunca tinha visto elas antes. Viram minhas fotos com as roupas, entraram em contato comigo e compraram.
Agradeço por terem me ajudado", ressaltou Isabella.
Além dos compradores, três pessoas contribuíram com dinheiro para a campanha da adolescente.
Entretanto, em alguns comentários das fotos postadas, internautas queriam saber o motivo de a jovem estudar em uma escola particular e não ter dinheiro para comprar o uniforme.
Mãe defende atitude da filha
A mãe, Cinthia Flessak, de 32 anos, disse que a adolescente mostrou as peças de roupas para ela, antes de postar no Facebook.
"Perguntei a ela porque queria vender os vestidos e ela me revelou que não poderia mais entrar na escola sem uniforme.
Em nenhum momento a critiquei ou comentei que não iria dar certo.
Apenas a incentivei", contou a mãe.
Ela disse ter sentido orgulho da filha, por ela ser muito jovem e ter tomado a iniciativa de buscar uma alternativa para comprar o uniforme escolar.
Sobre a falta de recurso para comprar a farda, Cinthia enfatizou que estava sem condições financeiras.
"Sou assalariada e só recebo final do mês.
O pai dela tinha prometido comprar o uniforme.
Ele ficou um pouco chateado com a atitude dela, pois já tinha falado que iria comprar.
Ela ainda explicou o motivo, mas acredito que ele ficou envergonhado com a exposição.
Depois, se sentiu orgulhoso dela também", assegurou.
Em relação às críticas que a filha recebeu, em razão de estudar em uma escola particular e não ter dinheiro para comprar o uniforme, a mãe rebateu os comentários.
Estudante fez campanha no Facebook para comprar uniforme escolar(Foto:Reprodução/Facebook)
Você tem de estudar em escola pública'.
Minha filha disse que não queria falar que estudava em escola particular porque haveria críticas.
Mas ela contou a verdade e houve 'comentários' sim", realçou a mãe.
Ela disse ainda que a filha sempre estudou em escola pública, mas faz o necessário para oferecer o melhor ensino a ela e a outro filho menor.
"Não medimos esforços.
Queremos o melhor para eles. Mesmo 'forçando' o orçamento, dá para fazer uma sacrifício.
Isso é um investimento.
O bem mais precioso que temos são os nossos filhos.
Isabella conseguiu comprar só um conjunto de farda.
Mas, no final do mês, vamos adquirir mais", acentuou.
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