Por Daiene Cardoso, Ricardo Della Coletta e Vera Rosa
Brasília (AE)
Acusado de envolvimento com o doleiro
Alberto Youssef, investigado na operação Lava Jato, o deputado federal e
ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PR), pediu sua
desfiliação do PT.
Em carta encaminhada ao diretório municipal de Londrina, o
parlamentar comunica que está se desligando dos quadros “de filiados desta
agremiação partidária”.
Vargas comunicou nesta sexta-feira ao presidente estadual da
sigla, Ênio Verri, ter entregue a carta pedindo a desfiliação.
Ao Broadcast
Político, Verri avaliou que Vargas optou por deixar o partido para “ter mais
liberdade para fazer sua defesa”.
Licenciado do cargo, Vargas informou também na carta que
comunicará seu desligamento à Justiça eleitoral de Londrina.
O parlamentar
enfrenta um processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de
decoro e sofre pressões dentro do próprio PT para renunciar ao mandato de
deputado.
Na terça-feira, o
presidente do PT, Rui Falcão, pediu a
Vargas que renunciasse ao mandatopara não prejudicar as campanhas da
presidente Dilma Rousseff e dos candidatos aos governos de São Paulo, Alexandre
Padilha, e do Paraná, Gleisi Hoffmann.
Vargas resiste às pressões.
Falcão disse ao deputado que, se ele não renunciasse, seria
expulso pela Comissão de Ética do PT.
Aliados de Vargas afirmaram que no PT não
existe “rito sumário”.
Não era isso, porém, que Falcão estava dizendo.
No
partido, todos sabiam o desfecho de um processo na comissão de ética contra
Vargas: a expulsão.
Foi então que, pressionado pelo governo Dilma e pela cúpula
do PT, ele decidiu se desfiliar.
“Não quero prejudicar Padilha, que é meu
amigo”, afirmou Vargas em conversas reservadas.
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