Ermano e Marilene namoraram por correspondência durante três anos. Relacionamento é marcado por vários fatos diferentes e curiosos.
Casal completará 40 anos de união no mês de dezembro (Foto: Arquivo Pessoal / Fabiana Ferreira) |
Um despretensioso anúncio no
jornal e três
anos de namoro por correspondência.
Desta forma,
começou a história de amor entre um aposentado de São Vicente, no litoral de
São Paulo, e uma dona de casa de Lins,
no interior do Estado.
O casal, que
superou a distância escrevendo cartas de amor, completará bodas de rubi neste
ano.
Juntos há 39 anos, Ermano Silva e Marilene Ferreira Silva começaram a se relacionar de uma maneira nada convencional no ano de 1969.
Juntos há 39 anos, Ermano Silva e Marilene Ferreira Silva começaram a se relacionar de uma maneira nada convencional no ano de 1969.
Cansada de
namoros que não davam certo, a dona de casa foi convencida por uma amiga a
publicar um anúncio em um jornal da época para encontrar pretendentes.
“Uma amiga
estava se correspondendo com rapazes por carta e disse que funcionava.
Então, eu
resolvi tentar”, conta Marilene, que mandou uma carta com suas características
para o extinto Jornal Última Hora.
O anúncio foi publicado no veículo, em um espaço dedicado aos homens e mulheres que buscavam um novo amor.
O anúncio foi publicado no veículo, em um espaço dedicado aos homens e mulheres que buscavam um novo amor.
Dias depois, a
dona de casa recebeu várias cartas.
“O Última Hora
tinha circulação nacional, então eram rapazes de vários estados me mandando
cartas.
Selecionei
algumas e respondi”, diz Marilene.
Ela lembra que o
pai fazia piada da situação.
“Ele falava: 'Ô
fia, agora sai casamento' e dava risada”, brinca.
A dona de casa se correspondeu com os pretendentes escolhidos por algumas semanas, até que Ermano se destacou.
A dona de casa se correspondeu com os pretendentes escolhidos por algumas semanas, até que Ermano se destacou.
“Eu resolvi que
estava na hora de escolher um só, e foi ele”, relata Marilene.
Mas, para
Ermano, a escolha foi motivada pela forma como ele escrevia.
“Eu começava as
frases com as letras do nome dela.
Era um poeta”,
descreve o aposentado.
O amor pela
garota do interior era tanto que ele ia até o correio e brigava com os
funcionários quando eles diziam que não havia nenhuma carta.
Uma das cartas que Ermano mandou para Marilene (Foto: Arquivo Pessoal / Fabiana Ferreira) |
De
acordo com o casal, foram quatro meses só mandando cartas e até
fotografias.
Ermano
revela que usou um truque para saber se a foto enviada pela dona de casa era
verdadeira.
“Em
uma das cartas, eu disse que tinha perdido a foto, e esperei para ver se ela
mandava outra”, lembra.
O
aposentado também teve medo que Marilene desistisse do romance após receber sua
foto.
“Pensei
que ela fosse me achar feio”, admite.
Quando os dois resolveram se encontrar pessoalmente, foi outra confusão.
Quando os dois resolveram se encontrar pessoalmente, foi outra confusão.
Ermano
era funcionário público, e em um fim de semana pegou um ônibus para Lins contra
a vontade do pai, que temia que o filho se perdesse em uma cidade onde não
conhecia ninguém.
Porém,
uma tempestade atrasou o percurso, e o ônibus que deveria chegar ao município
às 16h só encostou na rodoviária às 21h.
“Eu
desci e peguei um táxi, mas o motorista desconhecia o endereço dela.
Foi
uma aventura”, recorda.
Enquanto isso, Marilene chorava, certa de que o rapaz não viria mais.
Ela afirma que ficou surpresa quando a mãe avisou que um fusca azul (cor dos táxis na época) havia estacionado na porta de sua casa.
Enquanto isso, Marilene chorava, certa de que o rapaz não viria mais.
Ela afirma que ficou surpresa quando a mãe avisou que um fusca azul (cor dos táxis na época) havia estacionado na porta de sua casa.
“Todo
mundo pulou da cama quando ele chegou.
Meus
pais ficaram impressionados”, assegura a dona de casa.
Ermano
passou quatro dias em Lins e o namoro foi oficializado.
Ermano e Marilene se casaram em dezembro de 1974 (Foto: Arquivo Pessoal / Fabiana Ferreira) |
União
Por três anos, o
aposentado viajou para a cidade da namorada uma vez por mês, e o namoro seguia
por correspondência.
As cartas só
cessaram quando o casal noivou e, em seguida, Marilene se mudou para a capital
paulista.
Então, o casal
passou a se ver todos os fins de semana.
Os preparativos
para o casamento ficaram por conta das cinco irmãs do noivo.
“Eu mobiliei o
apartamento sozinho, mas elas arrumaram e fiz uma surpresa para a Lena”, conta
o aposentado.
O casamento foi realizado em 28 de dezembro de 1974, em uma igreja paulistana.
O casamento foi realizado em 28 de dezembro de 1974, em uma igreja paulistana.
Ermano e
Marilene vieram, em seguida, morar em São Vicente por causa do emprego do
aposentado.
Após três anos
de união, ela engravidou da única filha do casal, Fabiana.
“O único período
complicado foi quando chegamos.
Eu demorei para
me adaptar.
Não conhecia
ninguém e sentia falta de casa”, diz Marilene.
Segundo ela, foi
uma fase passageira.
O casal fez 25 anos de casados em 1999 e, por isso, a filha preparou uma festa para renovar os votos dos pais.
O casal fez 25 anos de casados em 1999 e, por isso, a filha preparou uma festa para renovar os votos dos pais.
Este ano, eles
completam 40 anos de casados, mais apaixonados do que nunca.
“Para mim, foi
destino.
Foi como tinha
que ser”, declara Ermano sobre a história de amor dos dois.
Correspondências expressavam a saudade do casal (Foto: Arquivo Pessoal / Fabiana Ferreira) |
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