Perdas de florestas virgens no país
totalizou 60 mil km² entre 2000 e
2012.
Noruega prometeu US$ 1 bi se
Indonésia reduzir perdas florestais.
Da Reuters
Arraia perto de ilha na Indonésia (Foto: Shawn Heinrichs/Conservation International/AFP)
A Indonésia impôs uma moratória sobre o desmatamento em 2011 em parte para reduzir as perdas que estão arruinando o habitat de orangotangos, tigres de Sumatra e outros animais selvagens.
Apesar de uma moratória de 2011 destinada aproteger a vida selvagem e a
combater mudanças climáticas, a Indonésia ultrapassou
o Brasil pela primeira vez em
desmatamento de florestas tropicais e as perdas estão acelerando, disseram
cientistas neste domingo (29).
As perdas de
florestas virgens na Indonésia totalizaram 60 mil km² – uma área quase do
tamanho da Irlanda – entre 2000 a 2012, em parte para dar lugar a plantações de
palmeiras para produzir óleo de palma e
outras atividades agropecuárias, de acordo com a pesquisa.
E o ritmo das perdas
aumentou.
"Até 2012,
estima-se que a perda anual de floresta primária na Indonésia foi maior do que
no Brasil", onde o desmatamento da bacia amazônica tem geralmente
registrado as maiores perdas, escreveram os cientistas na revista "Nature
Climate Change".
O desmatamento na
Indonésia, só em 2012, foi de 8,4 mil km², contra 4,6 mil km² do Brasil, que
conseguiu reduzir as perdas nos últimos anos, diz o artigo.
"Precisamos
aumentar a aplicação da lei,
o controle na própria região", disse Belinda Margono, principal autora da
pesquisa da Universidade de Maryland e que também trabalha como funcionária no
Ministério de Administração Florestal da Indonésia.
"As florestas tropicais são
os pulmões do planeta.
Você tem pulmões para respirar e se você se livrar dos
pulmões, o planeta vai sofrer", disse Matthew Hansen, um coautor do
relatório da Universidade de Maryland.
Orangotangos
A Indonésia impôs uma moratória sobre o desmatamento em 2011 em parte para reduzir as perdas que estão arruinando o habitat de orangotangos, tigres de Sumatra e outros animais selvagens.
A Noruega também prometeu US$ 1 bilhão para
Jacarta, se o país reduzir as perdas florestais.
"Parece que a
moratória não teve o efeito esperado", escreveram os cientistas.
As árvores absorvem
o dióxido de carbono,
o principal gás de efeito estufa, acusado de causar o aquecimento global,
enquanto crescem, e o liberam quando são queimadas ou apodrecem.
Pelas
estimativas da ONU, o desmatamento pode ser responsável por 17% de todos os
gases de efeito estufa produzidos pelo homem.
Outras pesquisas
também encontraram grandes perdas florestais na Indonésia, mas as descobertas
de domingo estão focadas apenas nas florestas virgens mais importantes,
excluindo plantações que podem crescer de novo rapidamente.
A Noruega, cuja
promessa de US$ 1 bilhão faz parte de um plano para reduzir as mudanças
climáticas em todo o mundo,
disse que as descobertas reforçam a necessidade do programa.
"A parceria
constitui um forte incentivo financeiro", disse Gunhild Oland
Santos-Nedrelid, porta-voz do Ministério do Meio-ambiente da Noruega .
Oslo
quer que a conservação seja mais atraente economicamente aos proprietários de
terras do que o desmatamento.
Ela disse que as
perdas florestais na Indonésia podem aumentar nos próximos meses, com os riscos
de incêndios causados pela seca.
Até agora a Noruega
deu quase US$ 50 milhões para a Indonésia para ajudar a criar novas
instituições para reduzir o desmatamento, disse a porta-voz.
A Indonésia só vai
começar a receber grandes quantias de dinheiro se o monitoramento revelar uma
desaceleração do desmatamento.
A Noruega, rica em
petróleo do Mar do Norte e o mais generoso
doador para a preservação de florestas tropicais, tem um projeto semelhante, de
US$ 1 bilhão com o Brasil e outros programas menores com países que incluem a
Guiana e Tanzânia.
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