O país tinha inflação abaixo de 4,5% ao ano, um PIB acima de 5%, a faca e o queijo na mão.
A China crescia mais de 11%.
Os Estados Unidos começavam a sentir os primeiros tremores da crise financeira que viria rebentar um ano à frente e abalaria a economia mundial.
Ao assumir o título de país-sede, o Brasil sabia que teria sete anos para fazer reformas, construir estádios, linhas de metrô, aeroportos, etc.
Mas o país tinha uma outra lista de reformas nas gavetas do governo, aguardando uma chance de sair do papel.
Eram as reformas constitucionais e estruturais, como a da previdência, a tributária, a política, a das leis trabalhistas, para falar das principais.
Assim como a mobilidade urbana, a capacidade dos aeroportos e a tecnologia dos estádios ajudariam na organização do mundial, as reformas estruturais trariam mais competitividade, reduziriam o Custo Brasil, incentivariam mais investimentos e consolidariam uma economia mais equilibrada e capaz de crescer robustamente sem gerar distorções.
A lista das reformas segue jogada às traças nos prédios públicos do país.
Pois agora elas podem sentir pelo menos um espanador passando para tirar o pó das gavetas.
O Fundo Monetário Internacional divulgou relatório dizendo que o Brasil precisa fazer reformas e voltar a crescer.
No documento "Mercados emergentes em transição: perspectivas de crescimento e desafios", o FMI prescreve reformas em vários países para enfrentar as "condições globais menos favoráveis".
O México, próximo adversário do Brasil na Copa do Mundo, já está em vantagem faz tempo – fora do campo de futebol, claro!
Há dois anos, o governo mexicano vem mexendo em muitos vespeiros e mudando leis e instituições para modernizar o país e crescer com mais força e equilíbrio.
Eles fizeram reformas trabalhistas, na educação, na política, cortaram o tamanho do estado e... tiraram do Brasil a faixa de “queridinho dos mercados”.
Sete anos depois de ser eleito para sediar o maior evento de futebol do mundo, o Brasil mal conseguiu terminar as reformas que escolheu – aeroportos, estádios, metrôs.
A economia está desequilibrada, o país não consegue crescer, a inflação está alta, o investimento despencou e o futuro promissor foi adiado mais uma vez.
Enquanto ele não chega, o futuro promissor, a gente pode ser dar o direito de vestir a camisa da seleção brasileira e torcer pelo nosso time – favorito da Copa do Mundo.
Quem precisa ser queridinho de investidor?
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