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quinta-feira, setembro 18, 2014

'Ele surtou', dizem amigos em enterro de paciente que atirou em médico

Daniel Forti baleou e feriu Anuar Mitre, depois se matou com um tiro em SP.


Polícia apura se atirador quis se vingar de urologista por causa de operação.

Kleber TomazDo G1 São Paulo
Daniel Forti (Foto: Reprodução / Cremerj)Daniel Forti (Foto: Reprodução / Cremerj)
"Ele surtou", disseram os amigos de Daniel Edmans Forti. 
Na segunda-feira (15), ele atirou e feriu seu médico, Anuar Ibraim Mitre, e depois se suicidou com um disparo na cabeça no consultório do especialista, no Centro de São Paulo.
A declaração acima, que era repetida por todos, foi dada nesta quarta-feira (17) no enterro de Daniel, no Cemitério Israelita do Butantã, na Zona Oeste da capital. 
O paciente que se matou tinha 52 anos e era judeu. 
A Polícia Civil apura a hipótese de o crime ter sido cometido por vingança: o motivo seria uma operação malsucedida.
Durante o sepultamento, os amigos de infância de Daniel aceitaram falar com o G1desde que seus nomes não fossem divulgados. 
Parentes do morto, no entanto, não quiseram conversar. 
A mãe dele precisou de uma cadeira de rodas, levada pelo outro filho, que também preferiu o silêncio.
Cerca de 50 pessoas foram ao cemitério. 
Segundo os amigos da vítima ouvidos pela equipe de reportagem no local, o luto da família será de uma semana e ela não deverá se pronunciar nesse período.
Os amigos da época de adolescência, atualmente cinquentões, disseram que somente um "surto psicótico" poderia explicar o que Daniel fez na segunda-feira. 
Naquela tarde ele entrou no consultório do urologista Anuar Ibrahim Mitre, de 65, no Centro de São Paulo, o xingou, sacou uma arma e o baleou na cabeça e no braço direito. 
O médico sobreviveu aos ferimentos e está internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês. 
Em seguida, o atirador pegou o revólver calibre 38 e atirou contra a própria cabeça, morrendo no local.
A polícia investiga a possibilidade de que o paciente tenha atirado contra o urologista por vingança devido a uma suposta operação malsucedida. 
Daniel estaria descontente com os resultados de uma cirurgia na uretra feita por Anuar em 2012, que o teria deixado com impotência sexual e incontinência urinária.
'Surto'

"Daniel sempre foi um cara do bem, bom coração, mas depois dessa operação ele ficou impotente e entrou em depressão, tomando remédios", disse um amigo, com cabelos grisalhos, que o conheceu quando ambos tinham 14 anos. 
"Ele ficou muito instropectivo nesses últimos anos, principalmente quando teve de usar uma bolsa presa ao corpo do lado de fora para fazer necessidades, sentindo muitas dores."
"Talvez esse quadro depressivo tenha se agravado nos últimos anos, ele deve ter tido esse surto e fez que fez", disse outro amigo, que prefere lembrar de Daniel como um homem que preferiu seguir a vida sozinho e livre. 
"Ele nunca se casou e nem tinha filhos, preferia namorar, era um pegador com as mulheres."
Depois, os amigos perguntaram ao G1 sobre o estado de saúde de Anuar, o médico baleado por Daniel. 
Souberam pela equipe de reportagem que, até esta manhã, o urologista continuava internado em estado estável na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, na região central da capital paulista. 
A vítima teve traumatismo crânio encefálico e fratura no braço.
Submetido à cirurgia neurológicas e ortopédicas, Anuar teve “bons resultados imediatos”, de acordo com a assessoria de imprensa do Sírio. 
Os médicos retiraram a bala e constataram não ter havido dano cerebral. 
Agora, monitoram o estado do paciente diante do risco de infecção.  
Não há previsão de alta médica.
Anuar é vice-diretor clínico e membro do Conselho Consultivo do Instituto de Ensino e Pesquisa do hospital onde está internado. Coincidentemente, o consultório dele fica em frente ao local.
Enterro de paciente (Foto: Kleber Tomaz / G1)Ao fundo, tenda com parentes e amigos de Daniel no
seu enterro em São Paulo (Foto: Kleber Tomaz / G1)
Vingança

Daniel começou a se tratar com Anuar em São Paulo em 2012, depois de ter sofrido  um acidente de moto no Rio de Janeiro. 
Ele teve o pulmão perfurado e quebrou a bacia.
Na capital paulista, o urologista operou o paciente. 
Mas devido ao procedimento, Daniel começou a sentir dores no corpo e eventualmente usava muletas para caminhar, o que teria agravado seu quadro depressivo.

No ano seguinte, em 2013, Daniel, que antes do acidente exercia a função de médico do trabalho, pediu o cancelamento do seu registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). 
De acordo com o Conselho, o motivo não foi informado à entidade. 
Formado em medicina pela Universidade São Francisco (USF), em São Paulo, ele teria desistido da profissão por estar se sentindo inválido após a cirurgia.
Recentemente, Daniel passou a morar em São Paulo. 
Solteiro e sem filhos, ele residia com  mãe num apartamento de um prédio de classe média em Santa Cecília, no centro da capital. 
O ex-médico teria sido sócio com a família de uma importadora de pneus, que fica na Zona Leste.
médico Anaur Mitre (Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal)médico Anaur Mitre
(Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal)

































Suicídio

Para a polícia, o caso dos tiros contra o urologista e a morte do paciente foi  registrado como tentativa de assassinato seguida de suicídio. 
A investigação é feita pelo 4º Distrito Policial, Consolação, em São Paulo.
Os investigadores vão requisitar os prontuários médicos de Daniel na clínica de Anuar para tentar confirmar se o paciente quis mesmo se vingar do médico que o operou.

Entre as pessoas que já foram ouvidas pela polícia estão a secretária de Anuar e o irmão de Daniel. 
Os policiais ouviram, entre outras coisas, que o paciente ligava insistentemente para o consultório, reclamava do tratamento pós-operatório, tomava remédios controlados contra depressão e pensava em se suicidar.
Dos objetos apreendidos pelos peritos da Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo no consultório onde Daniel atirou em Anuar estão duas armas e uma faca.

O paciente teria usado um revólver calibre 38 para atirar contra seu médico. 
Essa arma estava sob seu corpo quando policiais entraram no imóvel após serem chamados pela secretária do urologista.

Uma pistola e uma faca também foram encontradas no mesmo local. 
Os policiais querem saber se elas estavam com Daniel ou eram de Anuar. 
Para isso, pretendem ouvir o urologista no Sírio assim que ele for liberado pelos médicos para falar.

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