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sábado, outubro 18, 2014

Manifestantes cercam caminhão-pipa em Itu e colocam fogo em volta; veja

Ação foi flagrada durante protesto por falta d'água na quinta-feira (16).


Outro protesto, pacífico, foi realizado nesta sexta-feira (17).

 

Do G1 Sorocaba e Jundiaí


Um flagrante feito durante um protesto contra a falta d’água em Itu (SP), mostra o momento em que manifestantes colocaram fogo em pneus e em contêineres em volta de um caminhão-pipa. 

A ocorrência foi na noite de quinta-feira (16), no bairro São Judas. 

Imagens publicadas na internet mostram o momento da tentativa de ataque e depredação ao veículo.

 O caminhão-pipa estava parado e ia começar a abastecer as casas quando foi atingido por pedras e rojões.



Manifestantes cercam caminhão-pipa em Itu e colocam fogo em volta (Foto: Reprodução/Internet) 

Manifestantes cercaram caminhão-pipa em Itu e
colocam fogo em volta (Foto: Reprodução/Internet)


De acordo com a Polícia Militar, alguns manifestantes tentaram colocar fogo no caminhão-pipa, mas foram impedidos pelos próprios moradores. 

Como não conseguiram incendiar o caminhão, os manifestantes abriram a válvula e deixaram a água escorrer pelo chão.

Um morador do bairro aproveitou a água que jorrava do caminhão para tomar banho.

 O local estava sem fornecimento há uma semana de acordo com os manifestantes. 

Não há registro de suspeitos presos.

Por causa de ataques a caminhões-pipa, a Guarda Civil Municipal começou a escoltar os veículos há cerca de duas semanas. 

A situação ocorre por causa das abordgens dos moradores, que tentam pegar água à força dos veículos. 

A GCM é avisada pela manhã quais os bairros que serão percorridos e acompanham o comboio. 

Três a quatro viaturas ficam à disposição para escoltar os caminhões em alguns bairros.

A concessionária Águas de Itu informou que o bairro está no sistema de rodízio de abastecimento e que, quando a água não chega, os moradores pedem caminhões-pipa.




Mais protestos.

Moradores de Itu fizeram outra manifestação nesta sexta-feira (17) por causa da falta d’água na cidade. 

O protesto foi pacífico e reuniu os manifestantes na praça da matriz. 

Uma faixa com pedido de socorro para resolver o problema da falta de abastecimento foi estendida.

Quem passava pelo local, podia registrar em cartazes a indignação.

 Um drama que se estende há quase nove meses desde que o racionamento foi implantado.  

Um abaixo-assinado também circula pelos bairros da cidade.

 O documento é endereçado ao Ministério Público e recolhe assinaturas da população que pede pela intervenção do estado. 

Os organizadores pretendem enviar o documento ao Ministério Público até a próxima quarta-feira (22).


Falta d'água em Itu (Foto: Reprodução/TV TEM) 
Moradores se arriscam em fontes de água sem garantia de qualidade  (Foto: Reprodução/TV TEM)
Estiagem

A estiagem em Itu (SP) tem feito os moradores enfrentarem um verdadeiro martírio em busca de água. 

Como o cronograma de racionamento não é cumprido e as solicitações de caminhão-pipa nem sempre são atendidas, segundo os moradores, poços, bicas, fontes e lagoas se tornaram pontos de peregrinação na cidade. 

Com um sol forte e uma temperatura em torno de 40ºC, o clima em Itu é bem parecido com lugares onde a escassez de água é mais frequente. 

Buscar água em bicas e córregos se tornou comum para moradores de vários pontos da cidade. 

No bairro Cidade Nova, uma das regiões mais castigadas com o racionamento, são três bicas. 

Canos onde moradores colocam garrafas e baldes para pegar água.

 Durante todo o dia, a cena se repete e há filas.

O problema é que ninguém sabe a qualidade da água. 

O porteiro Jorge da Silva está há quase duas semanas sem uma gota de água em casa. 

Todo dia, ele segue a mesma rotina, cedo e a tarde, vai até um lago que recebe água que vem de uma represa. 

Com a água que sai da tubulação, Jorge não sabe se é de boa procedência. 

"O que a gente sabe é que a água vem de uma lagoa, mas não sabemos se é boa. 

Se quiser tomar banho tem que fazer esse sacrifício. 

Senão, a gente fica sem tomar banho", diz.


Criança toma banho em bica em Itu (Foto: Reprodução/TV TEM) 
Criança toma banho em bica em Itu
(Foto: Reprodução/TV TEM)



Banho e transporte com mala

A água que escorre dia e noite também, usada por tantos moradores, também abastece a família do ajudante de caminhão Jorge Henrique da Silva, que está há quase 20 dias sem água.

A situação é tão crítica que o banho do filho Caio, de 3 anos, tem sido na bica com frequência. 

"Tem que pegar água para lavar louça, lavar roupa. Inclusive tomar banho aqui."



A bica do meio do barranco até alguns meses atrás vivia esquecida, mas quando as torneiras começaram a ficar secas por muito tempo, o local virou o principal ponto do bairro. 

Os moradores improvisam com carrinhos de feira e sacolas.


Morador levou uma mala para conseguir transportar a água (Foto: Reprodução/TV TEM) 
Morador levou uma mala para conseguir
transportar a água (Foto: Reprodução/TV TEM)


Para conseguir levar toda a água que precisa, um eletricista levou uma mala. 

"A mala é a única coisa que eu tenho para transportar a quantidade de água que eu preciso. 

Eu faço de 10 a 12 viagens para as crianças tomarem banho, a mulher lavar a roupa porque faz dias que não cai uma gota d'água na torneira", afirma Severino Dias da Silva.



Itu, mas na situação Já a moradora Maria Eunice da Silva do Nascimento pretende tomar uma atitude extrema. 

Sem saber o que fazer, já que a situação chegou ao limite, ela pretende se mudar de Itu. "Estou triste porque gosto de que estamos, já coloquei a casa à venda. 

A água é sagrada, e como fazemos para sobreviver em um lugar sem água?", questiona a doceira.


Protestos em Rodovias

Na segunda-feira (13) moradores de Itu interditaram as rodovias SP-75 e SP-79 para protestar contra a falta d'água. 

De acordo com a Polícia Militar, mais de 250 pessoas participaram das manifestações. 

Os manifestantes queimaram pneus, galhos de árvore e jogaram entulho na pista impedindo o tráfego no local.

Segundo testemunhas, alguns moradores atiraram pedras contra a polícia. 

 Alguns atos de vandalismo foram registrados durante o protesto, como lixeiras e contêineres queimados.

 Segundo a Polícia, ninguém foi preso. 

 Esta é a segunda manifestação: no domingo (12), moradores protestaram na SP-79, onde atearam fogo em materiais e interditaram a rodovia.


Protesto em Itu interditou duas rodovias: a SP-79 e SP-75 (Foto: Ana Carolina Levorato / G1)Protesto em Itu interditou duas rodovias: a SP-79 e SP-75 (Foto: Ana Carolina Levorato / G1)




'Pontos críticos'

Depois de nove meses de racionamento em Itu, o Comitê de Gestão da Água, órgão recentemente criado na cidade, ligado à prefeitura, mapeou 17 pontos críticos onde a pressurização da rede de abastecimento de água não é suficiente para manter o rodízio.

 Na quinta-feira (9), caminhões-pipa foram encaminhados para bairros como, Parque Industrial, Jardim Rancho Grande, Jardim São Judas, Alto das Palmeiras e Bairro Brasil, parte mais alta da cidade. 




Reservatórios apontam 2% de água e racionamento é ampliado em Itu (Foto: Reprodução/TV TEM) 
Reservatórios chegaram a apontar 2% de água
em Itu (Foto: Reprodução/TV TEM)


A situação em Itu é resultado da falta d'água que assola a cidade desde 5 de fevereiro deste ano, quando a concessionária Águas de Itu implantou o racionamento na cidade. 

No início, o rodízio era feito apenas nos bairros mais altos, onde a distribuição de água é mais difícil. 

Nos meses seguintes, o racionamento foi ampliado pelo menos mais três vezes e atualmente está em vigor na cidade toda.

O problema é que os moradores reclamam que o rodízio de água não é cumprido como anunciado pela empresa e muitos bairros estão sem água há dias.

 Há moradores que relatam que chegam a ficar 15 dias sem água. 

O abastecimento com caminhões-pipa também é alvo de reclamações.

 Até o atendimento ao consumidor gera queixas, já que muitas vezes o morador fica vários minutos no telefone e não consegue ser atendido.

De acordo com a prefeitura, cerca de 300 idosos e pessoas acamadas foram cadastradas como moradores com prioridade de abastecimento. 

O Comitê informa ainda que escolas, creches, unidades de saúde e outros prédios públicos são atendidos com caminhões-pipa no período noturno.

Entenda a crise



Apesar do Ministério Público já ter recomendado à prefeitura que reconheça o estado de emergência e calamidade pública, a prefeitura decidiu não acatar a medida.

 Em entrevista, o prefeito afirmou que o decreto não seria pedido já que não está faltando água para manter os serviços essenciais, como hospitais e escolas. 

O chefe do executivo afirmou também que foi protocolado um decreto para captação em 24 poços e reservatórios de uma indústria de bebidas do município.
 


No entanto, conforme o documento enviado em julho, o Ministério Público aponta que a precariedade no abastecimento de água para a população não decorre exclusivamente do período de estiagem, mas sim de anos de má gestão e falta de investimentos no aumento da armazenagem de recursos hídricos, além da construção de novas barragens, desassoreamento das já existentes e modernização dos sistemas de tratamento e distribuição.



Após o Ministério Público reforçar a importância de que as reclamações sobre a falta d'água na cidade sejam registradas, o órgão já registrou mais de 1 mil ocorrências em menos de uma semana. 

Em um dia, 400 reclamações de moradores foram protocoladas e anexadas ao inquérito encaminhado ao Poder Judiciário. 

Na ação, o MP apresentou uma carta de recomendação ao prefeito para que tome previdências no sentido de tentar amenizar a situação dos reservatórios.





De acordo com a liminar, caso a água não chegue até o imóvel, a população deve reclamar na concessionária que terá que resolver o problema em 48 horas e a prefeitura será multada. 

Para o promotor, a intenção do órgão é esclarecer à população sobre os seus diretos. 

“Nós intensificamos a importância dos registros já que as pessoas não sabiam o que fazer e quem procurar. 

Temos outros pontos de atendimento, mas vários moradores chegam aqui e dizem que estão sem água a muito mais dias do que o tempo aceito pelo MP”, diz. 

O morador também deve fazer a denúncia no Ministério Público, localizado na Avenida Goiás, 194, no bairro Brasil.

 


Itu decreta racionamento e corta abastecimento de água após as 20h (Foto: Reprodução/TV TEM)Represas de Itu estão secas há meses (Foto: Reprodução/TV TEM)

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