Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

sexta-feira, janeiro 16, 2015

Cerveró diz que conhecia Fernando Baiano e diretor da Toyo Setal

Declarações foram feitas em depoimento à Polícia Federal, em Curitiba.
Ex-diretor da área internacional da Petrobras está preso desde quarta (14).

 

Samuel Nunes Do G1 PR
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse em depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (15), que conhece pessoalmente o diretor da empreiteira Toyo Setal, Júlio Camargo, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. 

Segundo Cerveró, ele intermediou com Camargo o aluguel de sondas de prospecção para a estatal. 

Já a respeito de Baiano, ele disse ter sido abordado apenas uma vez pelo lobista. 

O conteúdo do depoimento está disponível no sistema de processo eletrônico da Justiça Federal.
No depoimento, Cerveró também falou das transferências de imóveis e de uma tentativa de transferir um fundo de previdência no valor de R$ 500 mil. 

Essas movimentações motivaram o pedido de prisão feito pelo Ministério Público Federal (MPF).

Júlio Camargo é um dos investigados na Operação Lava Jato. 

Partiu dele, em um acordo de delação premiada, o detalhamento das informações de que empreiteiras promoviam um cartel para definir quem ganharia as licitações junto à Petrobras. 

Já Baiano foi citado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como operador do PMDB para o recebimento e distribuição de propina para o partido. 

A defesa de Baiano e o partido negam as acusações.

De acordo com Cerveró, Baiano o procurou diretamente apenas uma vez, no ano de 2000, para oferecer os serviços de uma empresa espanhola que ele representava, especializada em gás e óleo, áreas em que a Petrobras ainda engatinhava. 

À época, o Brasil vivia o começo de uma crise energética, que, no ano seguinte, chegou ao ponto de haver racionamento de energia elétrica. 

Para evitar novas crises, o governo pensava em investir em usinas termelétricas.

A empresa espanhola, conforme Cerveró, que ainda trabalhava como gerente executivo de energia, pretendia fazer uma parceria com a Petrobras para investir no fornecimento às usinas. 

O contrato foi celebrado, mas de acordo com o ex-diretor, não teve valores significativos para a estatal. 

Ele também negou que tenha recebido qualquer propina para a celebração do acordo entre a Petrobras e a empresa.

saiba mais
Com Júlio Camargo, porém, o contato foi mais longo. 

O ex-diretor disse que o diretor da Toyo Setal atuava também como lobista na Petrobras. 

No depoimento, ele conta que, em 2006, a estatal promoveu uma parceria com a empresa Mitsui, representada por Camargo, para a construção de navios-sonda e plataformas petrolíferas. 

As duas companhias constituiram uma subsidiária no exterior que, mais tarde, alugou as embarcações para a própria Petrobras. 

As embarcações iriam ser usadas na África.

De acordo com Cerveró, Baiano indicou Camargo, dizendo que este tinha contato com empresas que poderiam viabilizar o negócio. 

A sul-coreana Samsung também participou do negócio, construindo os navios e plataformas. 

O contrato, de acordo com Cerveró, foi de aproximadamente R$ 1 bilhão para cada uma das sondas. 

Apesar do valor vultuoso, não houve licitação, mas o negócio foi aprovado pela Diretoria Executiva da estatal, da qual participavam seis diretores e o presidente da Petrobras.

Cerveró ainda diz que Baiano recebeu uma comissão pela indicação de Júlio Camargo para o negócio, mas que demorou a receber os valores devidos. 

No entanto, ele não soube precisar quais foram os valores pagos.

O ex-diretor afirmou que a relação que manteve com Júlio Camargo e com Fernando Baiano foi apenas comercial e que, em nenhum momento, recebeu qualquer tipo de propina deles. 

Por outro lado, no acordo de delação premiada, Camargo garantiu que pagou US$ 40 milhões de propina a Cerveró, para garantir o negócio. 

Negou ainda que tenha empresas em nome dele no exterior. 

Perguntado também se conhecia ou manteve contato com o doleiro Alberto Youssef, ele garantiu que nunca o viu pessoalmente.

Transferência de patrimônio
No depoimento, ele também falou a respeito da polêmica em torno da transferência de bens para familiares. 


O Ministério Público Federal considerou que isso foi uma tentativa de evitar o confisco de imóveis e investimentos para pedir a prisão do ex-diretor. 

Sobre o tema, Cerveró repetiu o que o advogado já havia adiantado. 

Ele negou que as movimentações financeiras e imobiliárias tenham sido ilegais e disse que apenas decidiu antecipar a herança que deixaria aos filhos. 

Em relação ao fato de ter feito as transferências com valores menores do que os de mercado, ele disse que usou o valor da compra para fins de imposto. 

Afirmou ainda, que os imóveis foram comprados com recursos próprios.

Da mesma forma, falou sobre o investimento de R$ 500 mil que, segundo informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), decidiu resgatar antecipadamente. 

A quantia estava em um fundo de previdência privada no nome de Cerveró. 

A intenção, segundo o Coaf, seria enviar o dinheiro para outro fundo, no nome da filha dele, Raquel Cerveró.

No depoimento, ele afirmou que desistiu da transação ao ser informado dos impostos que precisaria pagar. 

Conforme o Coaf, ele perderia mais de 20% do valor de face do investimento se tivesse feito o resgate. 

Para os promotores, a perda dessa quantia só seria justificada se fosse para evitar o confisco de todo o patrimônio, em caso de condenação.

Mais cedo, o advogado de Cerveró, Beno Brandão, havia dito que o ex-diretor passa por problemas financeiros. "Ele era um diretor da Petrobras, que ganhava mais de R$ 100 mil por mês. 

Em março do ano passado, ele deixou de receber isso", explica Brandão. 

No depoimento, Cerveró detalhou que recebe R$ 10 mil de aposentadora e outros R$ 5 mil referentes ao aluguel de um apartamento da família em Ipanema, no Rio de Janeiro e que não possui outras fontes de renda.

Pasadena

A defesa de Cerveró entrou com um pedido de habeas corpus para o ex-diretor da Petrobras. 


Não há um prazo para o julgamento do pedido. 

No documento, os advogados afirmam que ele está disposto a falar não só sobre as relações sobre as quais é investigado diretamente, mas também sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, cujo relatório assinado por ele embasou a transação. 

O negócio gerou prejuiízo de mais de R$ 1 bilhão à Petrobras.

A Polícia Federal, no entanto, pretende ouvir novamente Cerveró só sobre o negócio de Pasadena. 

A data do novo depoimento ainda não foi marcada.

Nenhum comentário:

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...