Celiomar de Mello – Caxias (MA)
Olá Pr. Reinaldo o seu trabalho tem sido
muito comentado aqui em minha cidade.
Fala-se muito na chegada da
Igreja Cristã Protestante por aqui e alguns esperam ansiosos, mas outros
são contra.
Eu ouvi no rádio um pastor criticando as suas opiniões e
ele disse que não entende como o senhor sendo pastor pode ser contra a
Marcha Para Jesus que é realizada todos os anos no Brasil inteiro.
Eu
lhe pergunto: é verdade que o senhor é contra a Marcha para Jesus?
Quais
seriam os seus motivos.
Resposta
Olá meu querido irmão, graça e paz.
Obrigado por sua mensagem.
Por favor repasse aos irmãos da linda cidade
de Caxias o meu mais carinhoso abraço.
Estamos orando para que a ICP
chegue não somente a Caxias como a todas as cidades do Brasil, no tempo
de Deus e conforme a atuação do Espírito Santo nesse sentido.
De fato não sou favorável á chamada
Marcha para Jesus, que a meu ver é apenas uma espécie de resposta gospel
à parada gay.
Eu prefiro a Marcha de Jesus para o reino de cada
coração.
Eu prefiro a marcha do povo de Deus rumo a um padrão cristão de
ética, de moral e boa cidadania.
Prefiro a marcha daqueles que rejeitam
as heresias modernas e preferem o caminho estreito que somente a sã
doutrina pode levar.
A marcha não precisa ser um show encenado pelas
ruas e vestido de aura ativista.
A marcha pelas ruas deve ser o andar
diário de cada cristão, refletindo o Cristo de Deus em seu trabalho,
escola, casas e por onde quer que passe.
A igreja que organiza a maior parte da
chamada marcha para Jesus é conduzida por um homem que se autodenomina
apóstolo.
Este é um erro cada vez mais frequente em algumas
denominações.
É sabido que o título “apóstolo” foi reservado àquele
primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo.
Após a traição e
suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar seu lugar
(At 1.15-20), mas, como foi feita esta escolha?
Que critérios foram
usados? 1º) Ter sido discípulo do Salvador durante o seu ministério
terreno; 2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto.
Portanto,
ninguém que não tenha sido contemporâneo de Cristo ou dos apóstolos
(como Paulo o foi) pode sustentar para si o título de apóstolo.
A igreja que organiza a marcha em
questão ensina a Teologia da prosperidade (crença de que o cristão deve
ser próspero financeiramente), Confissão positiva (crença no poder
profético das palavras, ou seja, assim como Deus falou e tudo foi
criado, eu também falo e tudo acontece), Quebra de maldições (convicção
de que podem existir maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo),
sem falar na complacência notória com um estilo de vida cristão
profundamente secularizado.
A filosofia desta marcha está
fundamentada em uma Teologia Triunfalista (tudo sempre vai dar certo,
não existem problemas na vida do crente), tendo como base textos como
Êxodo 14 (passagem de Israel no mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de
Jericó).
Essa forma gravemente equivocada de interpretar o texto, não
desfaz a soberania de Deus que pode ou não conduzir as nossas vidas por
caminhos atribulados, se esta for a Sua vontade para com as nossas
vidas.
De acordo com os sites que organizam a
marcha, uma das finalidades dela é promover curas e libertações.
Entendemos pela Palavra de Deus que danças, brados e profetadas não
podem transformar a natureza e que somente a própria Palavra de Deus
possui essa atribuição.
A marcha não celebra um culto a Deus, mas sim um “show gospel” público. Não compactuo com esta postura.
Os líderes do movimento propagam que a
marcha tem o poder de “mudar o destino de uma nação”.
Desde 2009 foi
sancionada a lei que instituiu o Dia da Marcha para Jesus e pelo que sei
o Brasil só tem piorado todos os seus índices desde então.
Violência,
corrupção, depravação homossexual, decadência ética.
Os atos proféticos
proferidos na marcha se mudaram o destino Brasil, até aqui, foi para
pior.
Ou simplesmente (é nisso que eu creio) não tiveram e não têm poder
para mudar coisa alguma, pois Deus é o Senhor da História e somente
Ele, mediante a Sua soberana vontade, pode modificar os rumos do
destino.
Na visão do grupo que comanda esta
marcha, com base em Josué 1.3: “Todo lugar que pisar a planta do vosso
pé, vo-lo tenho dado”, a marcha é uma reivindicação do lugar por onde
passam na cidade.
Reivindicações verbais são mera encenação infrutífera.
A conquista de uma nação para Deus requer consagração, oração e
evangelização. Tudo o mais é falácia.
A marcha, segundo seus idealizadores,
também serve para tapar as “brechas deixadas pelos atos ímpios de nossa
nação”.
Se isso for verdade, então ela fracassa em seus propósitos, pois
os atos ímpios desta nação, a começar pelo comando da mesma, nunca
foram tão ímpios e corruptos como os atuais.
Na concepção dos seus adeptos, a marcha
destrói “fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas em nossas
cidades e regiões”.
Os índices sociais decadentes de todo o país e as
páginas diárias dos jornais mostram que a ação do diabo só tem se
alastrado no Brasil, inclusive, dentro de muitas igrejas que se declaram
cristãs, através do avanço flagrante das heresias e do mundanismo.
A marcha tem caráter isolacionista,
próprio de gueto, e não o que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento
amplo na sociedade, como sal e luz (Mt 5.13-16), com irrepreensível
testemunho cristão: “…mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos
gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de
malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem ao Pai no
dia da visitação” (I Pe 2.12).
Prova disso é que toda a organização da
marcha está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o
alegado caráter de união entre os evangélicos.
Tanta força e entusiasmo deveriam ser
canalizados para a pregação do evangelho.
As pesquisas indicam que os
evangélicos já somam 25% da população brasileira, no entanto, a
imoralidade, a corrupção e a violência estão cada vez maiores em nosso
país.
Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas não
têm gerado transformação de vida em nosso povo.
A marcha que Cristo ensinou à sua igreja
foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrando no alimento
(Mt 5.13); pessoal e de relacionamento, como na igreja primitiva (At
8.4); cotidiana e sem cessar, como entre os primeiros convertidos (At
2.42-47).
Ninguém é obrigado a concordar comigo,
mas já que você me perguntou, é assim que humildemente penso.
Que Deus o
abençoe, em nome de Jesus!
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