Parto foi realizado em pleno voo, a 7,5 mil pés de altitude, em Rondônia.
Com 1 semana de vida, Alyce já ficou conhecida e mãe lida com a 'fama'.
Alyce Penha Gurgel acaba de completar uma semana de vida, mas já pode ser considerada uma "estrela".
É que a pequena nasceu dentro de um avião em pleno voo, a 7,5 mil pés de altitude, no último dia 12 de abril, em Rondônia.
O parto aconteceu quando Jéssica Penha Gomes, grávida de sete meses, era transferida de Guajará-Mirim (RO) para Porto Velho.
"Ela é minha estrelinha, que nasceu no céu", fala a mãe, orgulhosa.
Como nasceu prematura, Alyce ainda está internada na maternidade municipal da capital, onde fica em uma incubadora 24 horas por dia.
A criança, que já está sendo amamentada normalmente, receberá alta quando estiver pesando mais de dois quilos.
Nesta segunda-feira (20), a recém-nascida já está com 1,85 quilo.
Enquanto aguarda a alta da filha, Jéssica se recupera do susto.
Aos 18 anos de idade, a jovem nunca havia andado de avião antes.
Quando soube que precisaria viajar para ter o bebê, a mãe relata que viveu um misto de emoções.
"Eu estava tão agitada, porque eu não sabia o que ia acontecer lá em cima.
No começo, nem dei importância pro avião, porque só estava preocupada com a neném.
Mas quando ele começou a subir, eu já comecei a desesperar.
Eu tentava rezar, mas não conseguia, e o avião subia e descia, eu me segurava", conta.
O objetivo era fazer o parto em Porto Velho, mas Alyce não quis esperar e acabou nascendo aos 20 minutos de viagem.
"O médico disse pra que eu aguentar, que a gente tava chegando.
Mas chegou uma hora que pensei 'A Alyce vai nascer!' e consegui ter a minha filha lá em cima", diz Jéssica.
Na certidão, o local de nascimento registrado foi "via pública, em trânsito para a maternidade".
A avó de Alyce, Francisca Costa Penha Malaquias, preferia que o documento fosse mais específico.
"Por mim, tinha mandado colocar aqui 'nasceu nos céus de Rondônia', porque não foi em local definido", afirma em meio a gargalhadas.
Após o episódio "turbulento", como classificou Jéssica, mãe e avó agora estão ansiosas para voltar para casa, em Guajará-Mirim.
Antes, vão ter que aprender a lidar com a fama gerada pelo nascimento inusitado.
As duas contam que, por onde passam, são reconhecidas.
"A gente chegou pra almoçar e, quando foi pagar a conta, estava passando uma reportagem na TV.
Um bolo de gente olhou pra gente e o povo começou a falar e tirar foto.
Agora é assim em todo lugar, então a gente está até limitando as saídas", relata Francisca.
A mãe de Alyce parece já estar mais acostumada com o sucesso da filha.
"Minha estrelinha já nasceu brilhando e no avião", fala Jéssica (veja no vídeo).
Perguntada sobre como analisa tudo o que aconteceu, a jovem resume como uma experiência única.
"Foi muito turbulento, foi algo diferente e novo", conclui.
O parto
Alyce nasceu dentro do avião do Corpo de Bombeiros, durante um voo entre Guajará-Mirim e Porto Velho.
A mãe, Jéssica, estava grávida de sete meses e precisou ser transferida porque a cidade do interior não conta com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e não pode atender recém-nascidos prematuros.
O parto seria realizado na capital, mas durante a transferência a neném nasceu.
Jéssica entrou em trabalho de parto por volta de 2h do último dia 12 e foi internada no Hospital Bom Pastor, em Guajará.
A equipe da unidade solicitou uma ambulância para levar a paciente para Porto Velho.
Como o veículo chegou somente às 6h e o trajeto de cerca de 330 quilômetros pode demorar até sete horas para ser percorrido, o avião dos bombeiros foi acionado.
Já na aeronave, aos 20 minutos de viagem, o médico informou que não havia mais como esperar e o parto foi realizado no ar.
O nascimento parto foi filmado pelo copiloto do avião, tenente Cordeiro.
No vídeo é possível ouvir o choro de Alice ao nascer e ver a emoção dos bombeiros na hora do nascimento.
"Isso é o que faz valer nosso trabalho, é o nosso lema, 'in auxilium ex caelo', a ajuda vem do céu", avalia o copiloto.
"Já temos no Grupo de Operações Aéreas mais de mil operações realizadas, mas nunca eu tinha visto um bebê nascer em voo.
É muito emocionante! Ainda não caiu a ficha de verdade", complementou o piloto, Philipe Maia.
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