Ela foi criada
pelos avós paternos e depois mudou-se para Itanhaém, SP.
Carinho
da neta conquistou a avó e elas resolveram morar juntas no litoral.
Uma diarista de Itanhaém, no litoral de São Paulo, reencontrou a família, com a ajuda das redes sociais, após passarem 48 anos separados.
Apesar da expectativa de Carmen Vilarim, de 53 anos, a aproximação com a mãe não foi como ela esperava.
A surpresa, porém, ficou por conta da avó da diarista, de 99 anos, que se apaixonou pela neta, virou uma espécie de mãe e acabou indo morar com ela no litoral do Estado.
Natural de Lucélia, no interior de São Paulo, Carmen só viveu com a mãe até os quatro anos de idade.
Depois disso, os pais se separaram e ela passou a morar com os avós paternos em outra cidade.
Desde então, nunca mais havia visto a mãe.
"Apesar de estar longe eu sempre lembrei dela.
Eu tinha vontade de abraçar a minha mãe", conta ela, que se casou e mudou-se para o litoral de São Paulo.
Sem notícias dos pais, Carmen sonhava construir a própria família.
Ela chegou a ter cinco filhos, mas todos morreram pouco tempo depois do parto.
Para desespero da diarista, os médicos disseram, durante uma consulta, que ela devia ter algum problema genético que impediria o desenvolvimento das crianças.
Por isso, Carmen desistiu de ser mãe.
Pouco tempo depois de receber a notícia dos médicos, a diarista ficou viúva e decidiu procurar os pais que haviam desaparecido.
Para isso, ela pediu ajuda a uma amiga.
“O filho dela entrou na internet.
Eu lembrei o nome da rua, vi a casa onde morava e me emocionei”, conta.
Por meio do sobrenome, ela conseguiu encontrar um tio e uma prima nas redes sociais, que passaram endereço da mãe.
Com todas as informações em mãos, Carmen foi para São Paulo, no ano passado, reencontrar os familiares.
Ela foi recebida pela mãe, Rosalina Vilarim, de 73 anos, e pela avó materna, Maria dos Santos, de 99 anos.
O encontro, porém, tomou contornos inesperados.
"Eu não conhecia ninguém.
Ela disse que me procurou durante vários anos e não me achou.
Eu fui na alegria de ver ela e ela nem me deu um abraço.
Foi uma coisa fria.
Com a minha avó, porém, foi tudo maravilhoso.
Ela nem sabia da minha visita, me abraçou e chorou", lembra.
Rever a mãe foi uma volta ao passado.
Mesmo pequena, Carmem guarda algumas lembranças da época.
“O casal não vivia bem e acabou descontando em mim”.
Após o reencontro, a relação entre as duas ainda ficou estremecida.
Em contrapartida, mais que reencontrar a mãe, ela teve a grande oportunidade de ver a união das três gerações e conquistar o coração da avó materna, que completará, em agosto, 100 anos de vida.
Maria, a avó de Carmem, saiu de São Paulo e veio morar com a neta em Itanhaém, tamanha a afinidade entre elas.
Pela primeira vez, elas passarão o Dia das Mães juntas.
Após tanto tempo sozinha, a diarista terá uma 'mãe' para abraçar em um dia tão especial. "Minha avó é um amor de pessoa", diz.
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