Helio Pinho Pereira detalha a operação Filisteu, realizada em Parauapebas.
Vereador que reclamou de salário foi preso por envolvimento no esquema.
Odilon Rocha foi preso acusado de integrar fraude multimilionário. (Foto: Reprodução/ TV Liberal)
Odilon, que causou polêmica após um vídeo em que ele diz que o salário do vereador do município é insuficiente para viver de forma honesta no município viralizar na internet.
A gravação foi feita na sessão do dia 24 de abril.
"O valor que o vereador ganha aqui, se ele não for corrupto, ele mal se sustenta durante o mês", disse Odilon, que cumpre atualmente seu quinto mandato na Assembleia do município. (veja vídeo abaixo)
O caso está sendo investigado pelo MPE e pela Polícia Federal, por meio da operação "Filisteu".
Além dele, também foram presos o vereador José Arenes (PT) e o empresário Edimar Cavalcante.
Depois de preso, Odilon foi transferido para um hospital particular de Paragominas após alegar problemas de saúde.
Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), o vereador será encaminhado para cela coletiva.
Caso seja apresentado um laudo clínico comprovando problemas de saúde, com a devida autorização judical, ele será encaminhado para a ala de enfermaria da unidade prisional.
Por ser servidor público, o vereador será encaminhado para o Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves (CRECAN).
O vereador José Arenes (PT) já está detido no CRECAN.
O empresário Edimar Cavalcante foi transferido para o Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), no Complexo Penitenciário de Marituba.
Rombo multimilionário
O promotor de Justiça do Ministério Público do Pará (MPE), Hélio Rubens Pinho Pereira, afirmou, na quarta-feira (27), que a fraude ultrapassa R$ 50 milhões.
Na Câmara, o desvio era feito por meio de contratos administrativos direcionados.
Os documentos autorizavam o pagamento de uma quantidade grande de mercadorias, mas eram entregues apenas parte desses produtos.
"Essa diferença voltava para os componentes da mesa da Câmara: presidente, vice-presidente, 1° secretário e 2° secretário.
Isso é em relação à Câmara de Vereadores", detalhou. O rombo é considerado multimilionário.
"Só uma desapropriação feita pela prefeitura de Parauapebas ultrapassa R$ 50 milhões.
Foram várias desapropriações feitas de forma irregular, então o valor é bem grande, vários milhões de reais".
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Na terça-feira (26), três pessoas foram presas na operação: o vereador Odilon Rocha, o empresário Edimar Cavancante; que era contratado e que era o operador de alguns contratos para que o dinheiro voltasse para a Câmara; e o vereador José Arenes (PT), que foi preso por porte de arma.
"Quando fizemos a busca na residência dele, nós encontramos armas, por conta disso ele foi preso em flagrante", pontuou Pereira.
"Nós vamos analisar a documentação apreendida e vamos entrar com as ações cabíveis, para responsabilizar criminal e ou administrativamente", concluiu o promotor.
Investigação:
Odilon é suspeito de receber 50% dos valores superfaturados do empresário que vencia as licitações do período.
O empresário foi preso acusado de emitir notas fiscais frias e superfaturadas.
Pelos cálculos dos promotores de justiça, a fraude pode ultrapassar o valor de R$ 1.300.000.
A Prefeitura de Parauapebas informou que colabora com as investigações fornecendo informações e que os serviços municipais não foram interrompidos com a operação.
A Prefeitura informa ainda que os procedimentos referentes à Câmara Municipal são de responsabilidade da mesa diretora do poder legistativo.
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