Área desmatada passou de 221 km² em 2013 para 312 km² em 2014.
Entre janeiro e junho de 2015, houve 56 focos de calor no estado acreano.
Pontos são identificados através de satélites
(Foto: Jhonatas Fabrício/Rede Amazônica Acre)
Os números são baseados no monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo o estudo, somente o estado acreano e Roraima apresentaram variação positiva na taxa.
O Acre passou de 221 km² de área desmatada em 2013 para 312 km² em 2014 - um aumento de 43%. Já Roraima teve um crescimento de 37%.
O estudo mostrou que os outros sete estados da Amazônia Legal - com exceção do Amapá, que não teve registro em 2014 - tiveram variação negativa na taxa de desmatamento.
Apesar do Acre liderar o ranking entre os anos mais recentes do levantamento, no que diz respeito aos últimos 11 anos, o estado teve diminuição de 57% na taxa.
Em 2004, o estado contabilizava 728 km² de área desmatada por ano.
Evolução do desmatamento na Amazônia Legal nos últimos 11 anos (Foto: Divulgação/Sema)
Em relação às queimadas, o Acre registrou, entre o dia 1° de janeiro deste ano e até esta sexta-feira (17), a ocorrência de 56 focos de calor distribuídos em 14 municípios. De acordo com os dados, Brasileia é a cidade com maior número de registros, 12 no total.
Em seguida, aparecem Rodrigues Alves e Xapuri com 10 e 7 focos, respectivamente. Cruzeiro do Sul ocupa a quarta posição (5 focos de calor). Rio Branco, capital do estado, apresentou apenas uma notificação de queimada nos seis meses iniciais de 2015.
Em comparação com o mesmo período do ano passado - quando existiu o registro de 87 focos de calor - houve uma diminuição de 35,6%. Em 2014, Brasileia também apareceu no topo do ranking das queimadas distribuídas por município.
O motivo pode estar relacionado ao local possuir expressiva atividade agrícola, diz Pedro Longo, diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac). No entanto, "não há uma explicação estudada que pudesse ser validada", explica
.
56 focos de calor foram registrados no início deste ano (Foto: Divulgação/Sema)
A Operação Floresta Viva, iniciada pela Imac no último dia 6, tenta coibir tanto os focos de calor quanto o desmate, segundo Pedro Longo, diretor-presidente do órgão.
Ele explica que o trabalho, intensificado durante o período de estiagem na região acreana, tem a meta de alcançar uma diminuição de 80% na taxa de desmatamento até o ano de 2020.
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"É feito um levantamento de dados por imagens de satélite, que mostram indícios de atividades irregulares. Depois de identificar as regiões, organizamos equipes para a vistoria in loco aérea e terrestre.
É uma operação extraordinária.
Identificamos que havia um aumento no desmatamento e precisávamos atuar para evitar", explica.
Como um balanço parcial, o diretor-presidente afirma que já foram vistoriados mais de 500 hectares de terra em 11 municípios do estado.
Sem informar a divulgação de números, Longo diz que diversas apreensões já foram feitas.
"Houve apreensões de tratores, motosserras e também são encontrados outros ilícitos, como caças.
É apenas o início.
Essa operação vai durar todo o período que chamamos de verão amazônico e tem sido muito eficaz, não só pela autuações, mas pela sua característica didática", finaliza.
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