Queridos amigos e irmãos, mesmo já tendo
me posicionado de forma pública e oficial mais de uma vez aqui acerca
da questão; “mulheres pastoras”, esse tem sido o tema campeão dentre as
centenas de mensagens que recebo por semana.
São dúvidas, aprovações,
objeções, críticas e cobranças, todas solicitando uma nova abordagem de
nossa parte.
Por essa razão, em que pese nosso pedido de desculpas aos
que julgam o tema já esgotado, decidimos promover uma nova postagem, em
respeito aos muitos leitores que nos pedem esse esclarecimento.
Talvez não haja assunto mais debatido
nas igrejas hoje do que a questão das mulheres servindo como pastoras e
pregadoras no ministério.
Por este motivo, é muito importante que não se
veja esta questão como uma competição entre homens e mulheres.
Há quem
defenda que mulheres não devam servir como pastoras e que a Bíblia
coloca restrições ao ministério das mulheres - e há também os que creem
que as mulheres possam servir como pregadoras e que não haja restrições
quanto à atuação das mulheres no ministério.
Quem estaria com a razão?
Esta não é uma questão de machismo ou discriminação.
É uma questão de
interpretação bíblica.
vou logo direto ao ponto e sem rodeios.
A Palavra de Deus proclama: “A
mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.
Não permito, porém, que
a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja
em silêncio” (I Timóteo 2:11-12).
Na igreja, Deus designa papéis
diferentes a homens e mulheres.
Isto é resultado da forma como a
humanidade foi criada (I Timóteo 2:13) e da forma pela qual o pecado
entrou no mundo (II Timóteo 2:14).
Deus, através do Apóstolo Paulo,
restringe as mulheres de exercerem papéis de ensino e/ou autoridade
espiritual sobre os homens.
Isto impede as mulheres de servirem como
pastoras, o que definitivamente inclui pregar, ensinar e ter autoridade
espiritual sobre os homens.
Há muitas “objeções” a esta visão de mulheres no ministério.
Uma objeção
comum é que Paulo restringe as mulheres de ensinar porque, no primeiro
século, elas tipicamente não possuíam uma educação formal.
Entretanto, I
Timóteo 2:11-14 em nenhum momento menciona a posição acadêmica como um
fator determinante nesta questão.
Se a educação formal constituísse uma
exigência ou um critério para o ministério, a maioria dos discípulos de
Jesus provavelmente não teria sido qualificada.
Uma segunda objeção
comum é que Paulo restringiu apenas as mulheres de Éfeso de poderem
ensinar (I Timóteo foi escrito a Timóteo, o qual era pastor da igreja em
Éfeso).
A cidade de Éfeso era conhecida por seu templo a Ártemis, a
falsa deusa greco-romana.
As mulheres eram a autoridade na adoração a
Ártemis.
Entretanto, o livro de I Timóteo em momento algum menciona
Ártemis, tampouco Paulo menciona a adoração a Ártemis como razão para as
restrições em I Timóteo 2:11-12.
Crer nesse argumento seria atribuir
autoridade de verdade absoluta para uma suposição desprovida de base
histórica e teológica.
Uma terceira objeção comum é que Paulo estivesse se referindo apenas a maridos e esposas, não a homens e mulheres em geral. As palavras gregas em I Timóteo 2:11-14 poderiam se referir a maridos e esposas, entretanto, o significado básico das palavras se refere a homem e mulher.
Além disso, as mesmas palavras gregas são usadas nos versículos
8-10.
Porventura, apenas os maridos devem levantar as mãos santas em
oração sem iras ou contendas (verso 8)?
Somente as esposas devem se
vestir com recato, com boas obras e adoração a Deus (versos 9-10)? Claro
que não!
Os versículos 8-10 se referem claramente a homens e mulheres
em geral, não apenas a maridos e esposas.
Não há nada no contexto que
possa indicar uma limitação para maridos e esposas nos versos 11-14.
Mais uma objeção frequente a esta interpretação sobre mulheres no ministério é em relação a mulheres que ocupavam posições de liderança na Bíblia, principalmente Miriã, Débora e Hulda no Antigo Testamento.
Esta
objeção falha em perceber alguns fatores relevantes. Primeiro, Débora
era a única juíza entre 13 juízes homens.
Hulda era a única profetiza
entre dúzias de profetas homens mencionados na Bíblia.
A única ligação
de Miriã com a liderança era por ser irmã de Moisés e Arão.
As duas
mulheres mais importantes do tempo dos reis foram Atalia e Jezabel –
péssimos exemplos de boa liderança feminina.
Mais importante ainda,
porém, a autoridade das mulheres no Antigo Testamento não é relevante
para a questão.
O livro de I Timóteo e as Epístolas Pastorais apresentam
um novo paradigma para a igreja - o corpo de Cristo - e esse paradigma
envolve a estrutura de autoridade para a igreja, não para a nação de
Israel ou de qualquer outra entidade do Antigo Testamento.
Logo, fazer
uso de um suposto modelo baseado na velha aliança seria uma apelação
vazia e inútil para este debate, já que a igreja de hoje está
fundamentada a dispensação da Graça, que se dá a contar do novo
testamento.
Argumentos semelhantes são feitos usando Priscila e Febe no Novo Testamento.
Em Atos 18, Priscila e Áquila são apresentados como
ministros fiéis de Cristo.
O nome de Priscila é mencionado primeiro,
talvez indicando que fosse mais "importante" no ministério do que o seu
marido.
No entanto, Priscila em nenhum lugar é mencionada como
participando de uma atividade ministerial que estivesse em contradição
com I Timóteo 2:11-14.
Priscila e Áquila trouxeram Apolo à sua casa e o
discipularam, explicando-lhe a Palavra de Deus com mais precisão (Atos
18:26). Nada mais que isso.
Em Romanos 16:1, mesmo que Febe seja considerada uma “diaconisa” ao invés de “serva”, isto não indica que fosse uma mestra na igreja.
“Apto a
ensinar” é dado como uma qualificação aos presbíteros, mas não aos
diáconos (I Timóteo 3:1-13; Tito 1:6-9).
Os anciãos/bispos/diáconos são
descritos como “maridos de uma só esposa”, “um homem cujos filhos creem”
e “homem digno de respeito”.
É bem claro que essas qualificações se
referem a homens.
Além disso, em I Timóteo 3:1-13 e Tito 1:6-9, apenas
pronomes masculinos são usados para se referir a
anciãos/bispos/diáconos.
A estrutura de I Timóteo 2:11-14 torna a “razão” perfeitamente clara.
A estrutura de I Timóteo 2:11-14 torna a “razão” perfeitamente clara.
O
verso 13 inicia com “porque” e dá o “motivo” do que Paulo afirmou nos
versos 11-12.
Por que não devem as mulheres ensinar ou ter autoridade
sobre os homens?
Porque “primeiro foi formado Adão, depois Eva.
E Adão
não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.”
Este é o motivo.
Deus criou Adão primeiro, e depois criou Eva para ser
uma “auxiliadora” de Adão.
Esta ordem da Criação tem aplicação universal
na família (Efésios 5:22-33) e na igreja.
O fato de Eva ter sido
enganada também é dado como razão para as mulheres não poderem servir
como pastoras ou ter autoridade espiritual sobre os homens.
Isto leva
alguns a crerem que as mulheres não devam ensinar por serem mais
facilmente enganadas.
Este conceito é discutível, mas se as mulheres
forem mais facilmente enganadas, por que deixar que ensinassem crianças
(que são facilmente enganadas) e outras mulheres (que supostamente são
mais facilmente enganadas)?
Não é isso o que diz o texto.
As mulheres
não devem ensinar ou ter autoridade espiritual sobre os homens porque
Eva foi enganada.
Como resultado, Deus deu aos homens a autoridade
primária de ensinar na igreja.
As mulheres são excelentes em dons de hospitalidade, misericórdia, ensino e ajuda.
Muito do ministério da igreja depende das mulheres.
As
mulheres na igreja não são restritas do ministério de orar em público ou
profetizar (I Coríntios 11:5), apenas de exercerem autoridade de ensino
espiritual sobre os homens.
A Bíblia em nenhum lugar faz restrições
quanto a mulheres exercendo os dons do Espírito Santo (I Coríntios 12).
As mulheres, assim como os homens, são chamadas a ministrar aos outros, a
demonstrar o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23) e a proclamar o
Evangelho aos perdidos (Mateus 28:18-20; Atos 1:8; I Pedro 3:15).
Portanto, nenhuma mulher é impedida de servir a Deus e fazer a Sua Obra.
A limitação se dá apenas no campo da autoridade ministerial.
Deus ordenou que somente homens servissem em posições de autoridade de ensino espiritual na igreja.
Isto não é porque os homens sejam
necessariamente melhores professores, mais espirituais ou porque as
mulheres sejam inferiores ou menos inteligentes (o que não é o caso).
É
simplesmente a maneira que Deus designou para o funcionamento da igreja.
Os homens devem dar o exemplo na liderança espiritual – em suas vidas e
através de suas palavras.
As mulheres devem ter um papel de menor
autoridade, mas de igual importância para o reino.
As mulheres são
encorajadas a ensinar a outras mulheres (Tito 2:3-5).
A Bíblia também
não restringe as mulheres de ensinarem crianças.
A única atividade que
as mulheres são impedidas de fazer é ensinar ou ter autoridade
espiritual sobre homens.
Isto logicamente inclui mulheres servindo como
pastoras e pregadoras.
Isto não faz, de jeito algum, com que as mulheres
sejam menos importantes, mas, ao invés, dá a elas um foco ministerial
mais de acordo com o dom que lhes foi dado por Deus.
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