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segunda-feira, novembro 30, 2015

Marinha encontra vida em lama de mineração que atingiu mar no ES

Resultado mostra plâncton vivendo em meio a água com sedimentos.
Navio retornou do Norte do estado com 391 amostras de água analisadas.

Juliana BorgesDo G1 ES
Navio está monitorando a lama no mar do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Navio está monitorando a lama no mar do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
 
Pesquisadores que monitoraram a lama da Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, no mar encontraram vida nas amostras coletadas desde quinta-feira (26), no litoral de Linhares, Norte do Espírito Santo.



Os resultados preliminares foram apresentados nesta segunda-feira (30) e apontam a presença de plâncton vivendo em meio a água com sedimentos. 

O monitoramento ocorre através do Navio Hidroceanográfico de Pesquisa Vital de Oliveira (NPqHo).


O plâncton é constituído por organismos incapazes de manter sua distribuição sem a movimentação de água. 

Durante a pesquisa, foi encontrado fitoplâncton (microalgas) e zooplâncton (animais), que fazem parte da composição do plâncton. 

Também foi notada a presença de outros microorganismo.

Segundo o biólogo e pesquisador Lohengrin Fernandes, também foram encontrados animais maiores, como golfinhos e peixes, nadando em meio aos sedimentos.

Porém, ainda não é possível falar sobre o comportamento de todos esses seres vivos encontrados, como por exemplo, quanto à reprodução.

"Em todas as atimosferas da pluma [lama] foram encontrados organismos vivos, que estão sendo monitorados.

Estamos estudando se a concentração de lama que está no mar é tóxica para a vida marinha", disse Fernandes.

Posição da lama
 
A Marinha informou, nesta segunda-feira, que só encontrou registros da passagem da lama a 20 quilômetros mar adentro, 6 quilômetros a Norte e 12 quilômetros a Sul.


Já um monitoramento feito pela Samarco apontou que a lama atingiu 1 quilômetro mar adentro, 20 quilômetros a Sul e 8,5 quilômetros a Sudoeste.
  


 Mapa de rejeitos no mar do ES (Foto: Arte/ TV Gazeta)
  (Fonte: Arte TV Gazeta)
 
Amostras
 
Foram estabelecidos 21 pontos de coleta de sedimentos na área compreendida pela lama no mar: desde a Foz do Rio Doce e até 30 quilômetros mar adentro, em uma área de 500 metros quatrados.


Amostra da água do mar com rejeitos de mineração da Samarco, no Norte do Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta) 
 
Amostra da água do mar com rejeitos de mineração (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
As 391 amostras foram coletadas no fundo, até aproximadamente 10 metros de profundidade, e também na superfície.

Ao todo, a pesquisa analisou 350 litros de água e 65 kg de sedimentos.

"A lama está mais concentrada na região rasa do mar, com 10 metros de profundidade.

 A água coletada é bem escura perto da Foz e já bem clara a 30 quilômetros mar adentro", disse Fernandes.

Comportamento da lama no mar
 

O pesquisador explicou que a lama tem um comportamento e extensão diferentes na superfície e no fundo. 

Também foi notada uma movimentação maior da lama em direção ao Sul do estado.

"Percebemos que ela se move mais rápido na superfície, sofrendo mais influência dos ventos e correntes, do que no fundo.

 No fundo é bem mais devagar e é onde está concentrada a parte mais densa dos sedimentos", falou Fernandes.

Segunda fase de pesquisas
 

A segunda fase de pesquisas com o mesmo navio começa nesta terça-feira (1º) e vai até sábado (5). 

A equipe vai voltar para monitorar o mesmo local e espera colher a mesma quantidade de amostras da primeira fase, com detalhamento das análises da área mais próxima à foz.

Compra de navio
 
O navio é fruto de um acordo de cooperação firmado entre os ministérios da Defesa (MD) e da Tecnologia e Inovação (MCTI), a Marinha do Brasil (MB) e as empresas Petrobras e Vale. 


Segundo o capitão dos portos, Marcos Aurélio de Arruda, o envolvimento da Vale na compra desse navio não vai influenciar em nada na pesquisa.

"Existe um comitê gestor, no caso desse navio, que define como ele será operado, os custos da operação, que deverá ser pago pelas instituições donas da embarcação.

 Se a Vale é dona da Samarco, isso já é outra questão, não tem nada a ver com a pesquisa", disse.

O custo diário do navio é de R$ 250 mil, fora o custo com alguns equipamentos extras, como por exemplo o que consegue mostrar os microorganismos.

"O navio foi adquirido em 3013, em um acordo de coorperação entre o Ministério da Defesa, o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Vale e a Petrobras. 

Esse não é o primeiro navio que a Marinha tem em parceria com outras instituições, ele foi adquirido para fins de pesquisa", falou Marcos Aurélio.

Barco passa por divisa entre lama e mar, em Regência, Linhares (Foto: Marcello Lourenço/ Arquivo Pessoal)Barco passa por divisa entre lama e mar, em Regência, Linhares (Foto: Marcello Lourenço/ Arquivo Pessoal)

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