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sábado, janeiro 23, 2016

Vale recorre contra interdição e alega prejuízo de R$ 35 milhões


Polícia suspeita que pó preto sai do complexo Portuário de Tubarão.
Vale disse que valor corresponde a um dia em que a produção fica parada. 

 

Patrícia Scalzer e Vilmara FernandesDe A Gazeta
Reportagem esteve na frente da Vale, espírito santo (Foto: Juirana Nobres/ G1)Reportagem esteve na frente da Vale (Foto: Juirana Nobres/ G1)


A Vale recorreu à  Justiça  Federal, no Rio de Janeiro, contra a interdição de um dos píeres de minério e o de carvão do Complexo de Tubarão.  

As atividades foram interditadas na quinta-feira (21) pela Polícia Federal, a partir de uma decisão judicial. 

A mineradora alega prejuízos diários de R$ 35 milhões.

A polícia suspeita que o pó preto sai do complexo portuário de Tubarão, que foi interditado nesta quinta-feira (21). Segundo a Justiça, a medida foi tomada por causa da emissão de poeira de carvão no ar de Vitória e pó de minério no mar. 

As empresas Vale e ArcelorMittal terão suas atividades investigadas pela polícia.

O mandado de segurança com pedido de liminar foi protocolizado no início da tarde desta sexta-feira (22) e assinado pelo advogado Sérgio Bermudes, que lidera uma banca de 91 advogados e sete colaboradores.
Pátio de minério da Vale, no complexo de Tubarão, espírito santo (Foto: Arquivo/ A Gazeta) 
Pátio de minério da Vale, no complexo de Tubarão
(Foto: Arquivo/ A Gazeta)


O processo está agora nas mãos do juiz federal Vigdor Teitel, que está substituindo desembargadores em férias, incluindo o desembargador que cuidaria do caso, André Fontes.

Até o final da noite desta sexta-feira, segundo a assessoria de imprensa da Justiça  Federal da 2ª região (TRF2), não havia sido concedida nenhuma decisão sobre o assunto.

Recurso

O recurso diz que a interdição inviabilizou toda a atividade de mineração desenvolvida pela Vale na região Sudeste. 


E que engessou as operações não só da mineradora, como da ArcellorMittal, que utiliza o carvão importado pela mineradora.

Destaca que a decisão do juiz Marcus Vinicius Figueiredo de Oliveira Costa contrariou parecer do Ministério Público Federal (MPF). 

O argumento seria o de que a interdição destina-se a casos que envolvam crimes financeiros ou quando há provas de mortandade de animais ou dano à saúde humana, o que não teria ocorrido.


O documento pontua que a decisão “é destituída de qualquer fundamento plausível ou razoável” e que gera prejuízos diários para a empresa de R$ 35 milhões e que estaria “deixando ociosas, só no complexo portuário, mais de 20 mil pessoas”, diz o texto.

Em relação à filmagem feita por um perito da Polícia Federal, os advogados da Vale argumentam “que nada mais é do que uma diligência” e acrescenta que os policiais não tinham conhecimento técnico para afirmar que havia provas de crime no local.

“Tanto isto é verdade que, na referida diligência, não há qualquer indício de mortandade de animais, danos à saúde humana ou destruição da flora”, como seria exigido na legislação, acrescenta.

Aponta também que documentos utilizados como provas pela Polícia Federal não são idôneos. 

A Polícia Federal informou que não se manifesta sobre o assunto, assim como o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).

A Arcelor Mittal informou que foi notificada pela Justiça  Federal e que vai tomar as medidas cabíveis no que diz respeito às suas operações. 

Confirma ainda que foi notificada pela Prefeitura de Vitória sobre multas de R$ 34 milhões e que seu setor jurídico está avaliando o documento.
Polícia Federal interdita Porto de Tubarão por causa do pó preto (Foto: Divulgação/Polícia Federal) 
Polícia Federal interdita Porto de Tubarão por causa do pó preto (Foto: Divulgação/PF)


Os argumentos do recurso
Interdição  - “No Complexo Portuário de Tubarão, no Espírito Santo, terminou por inviabilizar, num só golpe, toda a atividade de mineração desenvolvida pela Vale na Região Sudeste, causando reflexos econômicos e sociais de enorme monta e de inestimável potencial
danoso”.


Sentimento - “Em palavras claras, que o deferimento da medida ora impugnada não decorre de um silogismo realizado a partir das evidências dos autos, mas de um sentimento do ilustre Magistrado”.

Sem fundamento

“O teor da decisão impugnada, verifica-se, sem maiores dificuldades, que ela é destituída de qualquer fundamento plausível ou razoável”.

Documentos inidôneos - “Não ostentam a credibilidade que se esperaria da pretensa prova utilizada para fundamentar uma decisão de impactos tão drásticos para a impetrante e toda a economia nacional”.

Investimento

“Nos 50 anos de operação no Porto de Tubarão, a Vale sempre pautou sua conduta por valores e princípios éticos que priorizam o respeito às pessoas, a preservação da vida e do meio ambiente. 

Tanto é assim que, nos últimos anos, mais de R$ 800 milhões foram investidos pela empresa”.

Tempo- “Insista-se em que a impetrante iniciou operação no Porto de Tubarão, há quase 50 anos, e, durante todo esse período, não se tem notícia de qualquer crime ambiental cometido pela empresa”.

Consequências

“A suspensão das atividades no Píer II (minério de ferro) e no Píer de carvão, importa na total paralisação das atividades da impetrante, gerando reflexos diretos e indiretos em toda a sua cadeia produtiva, desde a extração, beneficiamento, transporte, exportação e demais atividades inerentes e vinculadas à atividade econômica exercida pela empresa e para as atividades siderúrgicas dependentes do carvão recebido no porto”.

Saiba mais:

Sindicato teme demissões
Com a interdição dos terminais portuários da Vale, cerca de 2.100 empregados que atuam diretamente nas operações dos píeres de minério e carvão estão impossibilitados de exercer suas atividades, de acordo com a mineradora.


Como a interdição é por tempo indeterminado, o Sindicato dos Metalúrgicos no Espírito Santo (Sindimetal-ES) teme que   funcionários  da empresa sejam demitidos.

O número de pessoas que atuam no local, porém, é diferente do informado no recurso apresentado pela empresa à Justiça. 

No documento ela aponta que atuam no local 20 mil pessoas.

O presidente do Sindimetal, Roberto Souza, destaca que o país passa por um momento delicado na economia e a interdição de parte da Vale pode causar demissões. 

Somente em 2015, disse à Rádio CBN Vitória, a mineradora demitiu mais de mil   funcionários.

Para o presidente do Sindimetal, se houvesse, de fato, a fiscalização dos órgãos públicos, o problema da poluição do ar na Grande Vitória já teria sido resolvido. 

Souza diz que os órgãos públicos deixaram a desejar quando, por exemplo, permitiram a construção da Oitava Usina da Vale.

“Como eles liberaram a construção da Oitava Usina, que vai produzir por duas, e dentro das condicionantes não constava que a empresa deveria investir em tecnologia para redução de partículas? 

Como liberaram a construção de um condomínio residencial ao lado de uma empresa que polui há mais de 20 anos?”, indaga Souza. 

Por nota, o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso.

Para que trabalhadores não sejam prejudicados, o Sindimetal acredita que a Justiça deveria liberar as atividades em Tubarão, com a exigência de que a Vale instale equipamentos para acabar com a poluição na área.

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