Avaliação considera 39 categorias; 230 cidades do mundo estão na lista.
Entre critérios estão acesso a moradia, qualidade do ar e entretenimento.
Vista geral da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Jamila Tavares/G1)
Brasília é apontada como a cidade com maior qualidade de vida do país e
106ª do mundo em ranking divulgado nesta segunda-feira (22) pela
consultoria Mercer.
A empresa diz elaborar o ranking "para auxiliar
empresas multinacionais e outras organizações a remunerar de maneira
justa seus empregados enviados em transferências internacionais" e tem
como referência dez critérios, subdivididos em 39 categorias, como
acesso a moradia, qualidade do ar, problemas de transporte, educação e
entretenimento.
A posição de Brasília é a mesma da do ano passado.
As outras três
cidades brasileiras listadas foram Rio de Janeiro, em 117º (subiu um
lugar em relação a 2015); São Paulo, em 121º (caiu duas posições por
causa da crise da água e do aumento de ocorrência de doenças
infecciosas) e Manaus, em 125º (subiu uma posição). O ranking traz ao
todo 230 locais em todo o mundo.
Onça-parda e filhote flagradas no Parque Nacional de Brasília (Foto: Parque Nacional de Brasília/Reprodução)
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, afirmou ver com
“alegria” a posição da cidade no ranking.
“É uma cidade bastante
arborizada, a população é bastante afetiva. Brasília ainda tem uma
segurança que é em média melhor do que da maioria das cidades
brasileiras.
Nós temos uma infraestrutura de serviços boa, então acho
que o conjunto dessas coisas fazem de Brasília a cidade com a melhor
qualidade de vida do país.”
Rollemberg disse considerar como meta fazer com que esse cenário se
estenda para as regiões administrativas além do Plano Piloto.
O desafio,
para ele, é melhorar a qualidade de atendimento na saúde pública.
Já os
locais que destaca são o Parque da Cidade, as cachoeiras, o Clube do
Choro e as feiras, como as do Guará e de Ceilândia.
“Tem ainda toda a questão da diversidade cultural.
E acho que poucas
cidades vão ter o privilégio do Parque Nacional de Brasília com aquelas
piscinas deliciosas e, em pleno século 21, onças se reproduzindo em
condições naturais”, declarou.
Vista aérea de cruzamento conhecido como 'tesourinha' no Eixo Monumental, em Brasília (Foto: Jamila Tavares/G1)
O secretário de Turismo, Jaime Recena, disse considerar o resultado
“uma notícia muito boa”.
“Brasília é uma cidade única no mundo,
patrimônio cultural da humanidade, isso reforça a vocação dela.
Tem
apresentado bons índices de segurança pública nos últimos anos, com
redução de alguns números referentes à criminalidade, o que a torna
segura.
Brasília é uma cidade de fácil locomoção, de mobilidade, você
não tem problemas de trânsito como em outros locais do mundo.”
“É uma cidade que tem cultura de respeito ao cidadão, como a questão da
faixa de pedestre, o que demonstra esse espírito colaborativo do
brasiliense.
São inúmeras qualidades.
É uma cidade parque, é uma cidade
em que você tem uma integração muito grande com a natureza, é muito
presente na vida da cidade”, completou.
O gestor afirmou ver pontos passíveis de melhora – como saúde pública e
incentivo ao uso de bicicletas –, mas destacou que, apesar de ter
vivido oito meses em Barcelona [Espanha] e seis meses em Dublin
[Irlanda], prefere a capital entre todas as cidades que já conheceu.
“Para mim é a melhor [cidade que tem].
Não troco Brasília por nenhuma.”
A
advogada Kathyanne Figueiredo e o marido em frente ao Estádio Nacional
Mané Garrincha, em Brasília (Foto: Kathyanne Figueiredo/Arquivo Pessoal)
Para a advogada baiana Kathyanne Figueiredo, o fato de a cidade ser
planejada e o apreço dos brasiliense por parques, museus, teatro e
orquestras são um diferencial.
Ela se mudou de Salvador para Águas
Claras, região administrativa a 20 quilômetros do Plano Piloto, há três
anos.
“Tive que largar tudo, casei e meu marido já estava aqui por causa de
concurso público, aí tive que vir. No primeiro ano eu detestava, chorava
tanto, sofria tanto, arrumava as malas toda semana.
Mas passado esse
ano de adaptação, aprendi a amar Brasília de uma forma tão intensa que
não quero voltar de jeito nenhum”, afirma.
Vista aérea de Brasília (Foto: Folhapress)
Kathyanne diz que é inevitável comparar a infraestrutura do Distrito
Federal com a da capital baiana quando viaja nas férias.
“É
completamente impossível deixar de amar Brasília.
Sinto uma segurança e
uma tranquilidade para viver aqui, apesar dos problemas que existem e
que não são poucos.”
“Amo Águas Claras de paixão, não pretendo sair nunca daqui.
Até brinco
que acho que posso me separar, mas mudar de Brasília é impossível”, ri.
“Penso que é o melhor lugar para construir minha família, criar meus
filhos.”
Céu de Brasília fotografado por internauta (Foto: Anderson Melo Loiola Pereira/VC no G1)
A empresária Carina Vieira Nunes mora no DF há 18 anos e diz apreciar a
beleza de monumentos como a Torre de TV.
Ela deixou Belo Horizonte (MG)
aos 14 anos, por causa do trabalho do pai.
“É muito diferente.
Deixar amigos foi meio difícil, mas eu me adaptei.
Onde eu morei as pessoas foram muito receptivas.
E acho aqui
maravilhoso.
Às vezes o pessoal reclama do tempo, seco, frio, mas para
mim é sempre bom”, disse.
A mulher, que tem um filho de 5 anos, destacou ainda a ligação com o
verde.
“Sou realmente apaixonada pelo fato de viver no meio da natureza.
Aonde você vai, em qualquer quadra, sempre tem uma árvore com um fruto.
Ontem mesmo saí do médico e tinha uma árvore de carambola.
É isso de ao
mesmo tempo a gente estar entre os prédios da cidade moderna e ter o
contato direto com a natureza.”
Vista geral da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Jamila Tavares/G1)
Fundada em 1950 pelo presidente Juscelino Kubitschek, Brasília atende à
profecia de Dom Bosco: ele sonhou ter visto entre os paralelos 15 e 20 o
surgimento de uma grande civilização onde correria leite e mel e
ficaria junto de um grande lago.
A cidade tem 31 regiões administrativas
e abriga 2,91 milhões de pessoas.
Memorial JK, que reconta a história do presidente responsável pela construção de Brasília (Foto: Raquel Morais/G1)
O ranking
Viena (Áustria) ocupa o primeiro lugar,
seguida por Zurique (Suíça) e Auckland (Nova Zelândia).
Na América
Latina, Montevidéu (Uruguai) tem a melhor da região – 78ª. Santiago
(Chile) e Buenos Aires (Argentina) aparecem em 93º e 94º lugar,
respectivamente.
A comparação tem como alvo "empresas e multinacionais que devem avaliar
quanto mais pagar ou como compensar seus empregados por dificuldades
que eles enfrentarão quando são enviados, por exemplo, de Londres a
Buenos Aires", disse o pesquisador que liderou a equipe do estudo,
Slagin Parakatil, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
A pesquisa faz parte da Pesquisa de
Qualidade de Vida Mundial divulgada
anualmente pela consultoria.
Nesta edição, a empresa incluiu um novo
fator de avaliação, sobre segurança pessoal.
Nesta categoria, Luxemburgo
ocupa o primeiro lugar.
Entre as brasileiras, Manaus é a melhor
colocada.
Atrás dela fica Brasília, em 134ª, Rio de Janeiro, em 185ª, e
São Paulo, em 192ª.
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