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quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Lava Jato cumpre mandado em corretora de câmbio de Poá

23ª fase da operação ganhou nome de 'Acarajé'.

Havia mandados para cumprir na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo.

Jamile SantanaDo G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Força-tarefa da Lava Jato detalha a 23ª operação da Lava Jato (Foto: Reprodução)Força-tarefa da Lava Jato detalha a 23ª operação da Lava Jato (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumpriram um mandado de busca e apreensão da Operação Lava Jato em uma empresa de Poá na manhã desta segunda-feira (22). 

A ação faz parte da 23ª fase da operação, que ganhou o nome de "Operação Acarajé", nesta fase foram cumpridos 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva (quando os presos são obrigados a prestar depoimento) em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro.

 Foi expedido um mandado de prisão temporária contra o publicitário baiano João Santana, que foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

De acordo com as informações divulgadas pelos órgãos responsáveis pela operação, durante entrevista coletiva em Curitiba, um dos mandados cumpridos foi na empresa Graco Corretora de Cambios, na Rua Fernando Pinheiro Franco, em Poá. O G1 solicitou ao MPF e a PF detalhes da ação no município.

De modo geral, a  Polícia Federal informou que "o foco das investigações dessa fase é o cumprimento de medidas cautelares, a partir da representação da autoridade policial, relacionada a três grupos: um empresarial responsável por pagamento de vantagens ilíticas; um operador de proprina no âmbito da Petrobrás; e um grupo recebedor, cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassaem U$ 7 milhões".


Em nota, a Graco Corretora de Câmbio S/A esclareceu  que "o atual corpo de diretores não é objeto de investigação e tampouco possui qualquer mandado de prisão emitido pela operação Lava Jato, da Polícia Federal. 

A investigação em curso refere-se ao antigo proprietário da Graco, totalmente desvinculado das operações da corretora desde 2007, e a uma outra companhia em nome desse antigo proprietário. 

A Graco Exchange apenas está fornecendo às autoridades os documentos referentes ao período anterior a essa data, em cumprimento às devidas solicitações".


Operação



Santana ainda não foi preso. 

Segundo a assessoria dele, o publicitário está na República Dominicana.

 Também foi decretada a prisão da mulher dele, Monica Moura. Ela afirmou que o casal voltará ao país assim que for notificado oficialmente.

Investigadores suspeitam que o publicitário foi pago, por serviços prestados ao PT, com propina oriunda de contratos da Petrobras. 

Usando uma conta secreta no exterior, ele teria recebido dinheiro da Odebrecht e do engenheiro Zwi Skornicki, representante oficial no Brasil do estaleiro Keppel Fels, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Esta etapa da Lava Jato é chamada de Operação Acarajé, que era o nome usado pelos suspeitos para se referir ao dinheiro irregular, segundo a PF. 

Ao todo, foram expedidos 8 mandados de prisão.

Skornicki é um dos presos preventivamente. 

Ele foi detido nesta manhã no Rio de Janeiro. 

Segundo as investigações, o engenheiro operava propinas no esquema da Petrobras investigado pela Lava Jato.

Agentes federais foram a escritórios da Odebrecht, em São Paulo, no Rio e na Bahia.

Eles estão desde as 6h no prédio da empresa na capital paulista, e os funcionários foram liberados do trabalho.

O MPF identificou novas provas contra o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, que é réu da Lava Jato e está preso em Curitiba desde junho de 2015.

Investigadores dizem que ele tinha controle sobre os pagamentos feitos no exterior por meio de offshores.

 Entre os favorecidos, estariam João Santana, o ex-ministro José Dirceu e até autoridades argentinas.


Agentes da PF estiveram na sede da Odebrecht Oléo e Gás, em Botafogo, Zona Sul (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Agentes da PF estiveram na sede da Odebrecht em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

A PF busca tirar a trava de segurança de informações criptografadas que foram apreendidas na 14ª fase da operação. Cinco peritos auxiliam a PF para que os agentes consigam sair com os dados liberados.

Em nota, a Odebrecht confirma operação da PF em seus escritórios para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. 

"A empresa está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento", diz o texto.


PF age em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio, na manhã desta segunda. (Foto: Reprodução/TV Globo)
PF age em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio, na manhã desta segunda. (Foto: Reprodução/TV Globo)


Suspeitas contra João Santana

O publicitário é alvo da Lava Jato porque os investigadores têm indícios suficientes de que ele possui contas no exterior com origem não declarada.


 João Santana começou a ser investigado em um inquérito sigiloso depois que a PF apreendeu, na casa de Zwi Skornicki, um manuscrito atribuído à mulher de João Santana indicando contas dele fora do país.

A informação sobre a apreensão foi revelado pela revista "Veja".

Quando a denúncia foi publicada, a empresa de Santana, Pólis Propaganda & Marketing, divulgou uma nota negando caixa 2. 

"O grupo recolhe todos os impostos devidos", diz o texto, que afirma ainda que a empresa jamais se envolveu "em nenhum tipo de ação ilegal".

"O Grupo Pólis possui agências autônomas no Brasil, e em outros países. As empresas  funcionam de forma independente, operacional e financeiramente.

 Não há trânsito de recursos entre elas. 

Valores recebidos de campanhas brasileiras sempre foram pagos no Brasil, e valores recebidos por campanhas no exterior foram pagos no exterior, seguindo as regras e a legislação de cada país", afirma a nota.


O publicitário João Santana, em foto de maio de 2012 (Foto: Alexandro Auler/Estadão Conteúdo/Arquivo)
O publicitário João Santana, em foto de maio de 2012 (Foto: Alexandro Auler/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Além de marqueteiro das campanhas, Santana chegou a ser conselheiro da presidente Dilma em várias decisões de governo, chamado a participar de reuniões decisivas, com voz de influência em debates políticos no primeiro escalão.

Santana assumiu o marketing eleitoral de Lula depois que o publicitário Duda Mendonça foi citado no mensalão. 

Duda foi absolvido em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a polícia, as investigações desta etapa apontam para o pagamento de vantagens ilícitas por um grupo empresarial a outro grupo.

Segundo a PF, os pagamentos, de cerca de mais de US$ 7 milhões, foram recebidos em contas no exterior.

Suspeitas contra Zwi Skornicki
De acordo com as investigações, o engenheiro Zwi Skornicki era o representante do estaleiro Keppel Fels.


Os procuradores da República que fazem parte da força-tarefa da Lava Jato afirmam que Skornicki era responsável por repasses ao PT por meio do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso desde 2015.

No acordo de delação premiada, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco afirmou que Skornicki continuou pagando suborno a Renato Duque mesmo depois de o ex-diretor ter saído da Petrobras. 

Ao todo, contou o ex-gerente, o representante da Keppel Fels teria pago US$ 14 milhões.

O MPF indica que Skornicki fez pagamentos ao PT e a Eduardo Musa, representante da Sete Brasil.

Ainda de acordo com o MPF, ficaram comprovadas, por meio de prova documental, as transferências feitas no exterior a partir da conta de Skornicki para contas controladas por funcionários da Petrobras. 

Segundo os colaboradores, os pagamentos foram feitos em benefício de contratos bilionários feitos pela empresa Keppel Fels com a Petrobras e Sete Brasil.

Entre 25 de setembro de 2013 e  4 de novembro de 2014, há evidências de que Zwi efetuou a transferência no exterior de pelo menos US$ 4,5 milhões, por meio de nove transações, para conta mantida no exterior pelos publicitários João Santana e Mônica Moura. 

A conta dos publicitários, em nome da offshore panamenha Shellbill Finance SA, não foi declarada às autoridades brasileiras.

O MPF afirma que há ainda evidências de que o Grupo Odebrecht, por meio de contas ocultas no exterior em nome das offshores Klienfeld e Innovation, já investigadas por pagarem propinas para Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, transferiram para a Shellbill US$ 3 milhões, entre 13 de abril 2012 e 8 de março de 2013, "valor sobre o qual pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras que foi transferida aos publicitários em benefício do PT", diz o MPF.


Mandados

A 23ª fase da Lava Jato tem 51 mandados ao todo, sendo 38 são de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva – quando os presos são obrigados a prestar depoimento.


Participam da ação 300 homens da PF. 

Na Bahia, a operação é realizada nas cidades de Salvador e Camaçari. 

No Rio de Janeiro, na capital, em Angra dos Reis, Petropolis e Mangaratiba. 

Em São Paulo, além da capital, a operação foi às cidades de Campinas e Poá.

A prisão temporária tem prazo de 5 dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. 

Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.


Agentes da Polícia Federal fazem buscas na sede da Odebrecht em São Paulo, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de 'Acarajé' (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo)Agentes da Polícia Federal fazem buscas na sede da Odebrecht em São Paulo, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de 'Acarajé' (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo)

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