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segunda-feira, abril 25, 2016

Onze operários morreram em obras olímpicas no Rio, aponta relatório

Dados foram coletados entre janeiro de 2013 e março de 2016.
Linha 4 do metrô teve o maior número de mortos, segundo relatório: três.

Henrique CoelhoDo G1 Rio
Parque Olímpico do Rio já tem 89% das obras executadas (Foto: Ricardo Cassiano/ Prefeitura do Rio)Obras no entorno do Parque Olímpico tiveram duas mortes, segundo relatório divulgado nesta segunda (25) (Foto: Ricardo Cassiano/ Prefeitura do Rio)
 
Obras de instalações esportivas ou de legado para as Olimpíadas do Rio, realizadas entre janeiro de 2013 e março de 2016, causaram a morte de 11 operários. 

O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (25) pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro.

É um time de futebol de mortos. Isso tudo causado por falta de planejamento, sem dúvida. 
 
É a correria na hora de finalizar"
Elaine Castilho, auditora
O número foi passado por Elaine Castilho, auditora responsável pela fiscalização das obras olímpicas, durante apresentação do Dia Mundial para Segurança e Saúde no Trabalho no Centro do Rio.

Como fonte de comparação, o relatório indica que não houve morte de trabalhadores nas obras para as Olimpíadas de Londres, em 2012.

A Superintendência realizou 260 ações de fiscalização, com 1.675 autos de infração lavrados. 

Houve 38 interdições e embargos.

"É um time de futebol de mortos. 

Isso tudo causado por falta de planejamento, sem dúvida. 

É a correria na hora de finalizar", afirmou Elaine Castilho, que coordena o trabalho de fiscalização nas obras de legado olímpico.






LOCAL
MORTES
Linha 4 do metrô
3
Entorno do Parque Olímpico
2
Museu do Amanhã
1
Elevado do Joá
1
Transolímpica
1
Nova Subida da Serra
1
Supervia
1
Museu da Imagem e do Som
1








Linha 4 tem maior número de mortes

A Linha 4 do metrô teve o maior número de mortes: três. Um operário foi esmagado por um caminhão que andou para trás ao ser estacionado sem freio de mão.


Houve também uma queda de escada com atropelamento nos trilhos, e a morte de um operário chicoteado por uma mangueira de ar comprimido.

Nas obras do entorno do Parque Olímpico, houve uma morte por soterramento e outra por choque elétrico. 

Houve ainda um óbito por choque elétrico na Supervia e outro esmagamento em obras da Transolímpica.

No Museu da Imagem e do Som, em Copacabana, houve uma queda de andaime. 

No Museu do Amanhã, houve uma morte após um choque elétrico com queda.

Nas obras de ampliação do Elevado do Joá, um capotamento de veículo causou outra morte. 


As Obras da Nova Subida da Serra tiveram um morto depois de um desmoronamento.

Segundo Elaine, houve ainda dois casos gravíssimos de acidentes. 

No Parque Olímpico, um operário foi internado depois de um choque elétrico. 

Na Transbrasil, houve a amputação da perna de outro funcionário (leia notas das empresas no fim da reportagem).


Copa do Mundo teve 8 mortes
O superintendente regional do Trabalho no Rio, Robson Leite, disse que o número de mortes em obras olímpicas é "assustador". 


De acordo com ele, na obras para Copa do Mundo de 2014, em todo Brasil, oito trabalhadores morreram.

Ainda de acordo com Leite, os embargos realizados pela Superintendência do Ministério do Trabalho chegaram a impedir a realização de um evento teste no Velódromo, no Parque Olímpico.


"Fomos até o Velódromo e lá havia uma série de problemas: ameaça ao trabalhador, cinto de segurança para quem ia construir a pista, problemas na parte elétrica que, no Museu do Amanhã, por exemplo, causou a morte de um trabalhador devido a um choque elétrico. 

Houve falta de sinalização de risco para evitar mortes e acidentes. 

Nós embargamos as obras e o evento-teste foi cancelado", afirmou Robson. 

Segundo ele, o embargo ocorreu entre fevereiro e março.

O superintendente diz que existe falta de compromisso da prefeitura com a saúde do trabalhador.

"Hoje as obras da prefeitura deixam muito a desejar no que diz respeito à segurança e saúde do trabalhador. 

Nosso objetivo não é autuar, interditar ou multar. 

Queremos mostrar que a segurança do trabalhador é inegociável. 

Os números com relação às olimpíadas nos preocupam, ainda mais na fase terminal dos projetos, em que há a pressão pelo término das obras", avaliou.
  
O G1 procurou a Empresa Olímpica, a Prefeitura e os museus do Amanhã e da Imagem e do Som, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. 

A Supervia e o Consórcio Linha 4 enviaram as notas abaixo.

Linha 4: "Maior obra de infraestrutura urbana em execução na América Latina, a Linha 4 do Metrô mantém rigorosos procedimentos de segurança para garantir os cuidados necessários aos seus atuais sete mil colaboradores. 

Em todos os canteiros de obra, há técnicos de segurança do trabalho, acompanhando a execução das obras, para orientar os funcionários e verificar as condições de trabalho, a fim de evitar acidentes."

Supervia: "Na tarde de 23 de dezembro de 2015, agentes da SuperVia acionaram o Corpo de Bombeiros para prestar auxílio imediato a um funcionário terceirizado da empresa APC Soluções Metálicas  que havia sofrido uma descarga elétrica enquanto atuava nas obras de reforma da estação Vila Militar (ramal Santa Cruz). 

Ao chegarem ao local, os bombeiros constataram o óbito do funcionário.

A ocorrência foi registrada na 33ª DP. 

Após o fato, a concessionária manteve contato permanente com a empresa prestadora de serviços, e as causas do acidente foram investigadas pelos órgãos competentes.  

A SuperVia reforça que, enquanto trabalhava supervisionado pela concessionária, o funcionário cumpriu com todas as normas de segurança do trabalho, e que o acidente ocorreu após o expediente programado para aquele dia. 

O responsável pela empresa terceirizada prestou assistência à família do funcionário e arcou com as despesas necessárias."

Funcionários trabalham nas obras da estação de metrô de São Conrado, No Rio de Janeiro. A estação faz parte da Linha 4, ainda em construção, que vai ligar a Barra da Tijuca à zona sul da cidade (Foto: Christophe Simon/AFP)Obra da Linha 4 teve três mortes de operários (Foto: Christophe Simon/AFP)
 

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