Desafio que mostre em qualquer relatório do tribunal', disse presidente.
Paes falou que TCM contestou suposto excesso de pinos para prender pista.
No sábado (23), o prefeito Eduardo Paes disse que o tribunal teria afirmado que "eram pinos e parafusos demais".
"Em nenhum momento, o tribunal falou que tinha que tirar ou deixar de colocar a ancoragem, esse chumbamento (...) O tribunal cobrou, mas foi no ancoramento de baixo, em cima não. No tabuleiro [pista], o tribunal não falou em nenhum momento que precisava colocar essa ancoragem.
Desafio que mostre em qualquer relatório do tribunal que o tribunal tenha dito que não precisava colocar essa ancoragem", disse Thiers, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (25).
Segundo especialistas, no caso da ciclovia, a ancoragem seria a técnica usada para prender a pista sobre os pilares de sustentação, de forma que a estrutura resista a uma força de baixo para cima, como a da onda.
No sábado, Paes disse que o TCM disse que estava sendo gasto muito dinheiro com a ancoragem.
"Eles [TCM], inclusive, contestaram a quantidade de, enfim, não sei como é que fala... enfim, como você prende aquela lage que soltou.
Disseram que estava exagerado, que tinha pino demais: 'Está prendendo demais, não precisa gastar tanto prendendo, não precisa de tanto parafuso, tanto pino'.
Onde justamente levantou", disse Paes, afirmando que manteve a quantidade de pinos prevista no projeto original, sem redução.
Nesta segunda-feira (25), Thiers acrescentou que, o que foi dito pela prefeitura, não era verídico.
"Alguém deve ter dito ao prefeito, orientado o prefeito de forma não fiel à verdade", afirmou o presidente do TCM.
De acordo o Thiers, não é função do TCM fiscalizar a obra realizada pela Concremat, que construiu a ciclovia.
"Isso é uma questão de projeto, o tribunal não tem a ver com o projeto", explicou.
Outras falhas
De acordo com o relatório do TCM, durante as seis visitas técnicas que foram feitas antes da inauguração, foram verificadas irregularidades na parte de construção, não de infraestrutura.
"Todas elas [irregularidades] estão identificadas no relatório, são todas feitas com base em fotografias do local.
Foram verificadas afastamentos de colocação do piso, espaços no próprio tabuleiro maiores que poderiam gerar um risco, mas nada que comprometesse a própria estrutura da obra", explicou Thiers.
Seis meses antes da inauguração da obra da ciclovia entre Leblon e São Conrado, na Zona Sul do Rio, o TCM apontou falhas como trincas e depressões na pista.
Na época do último relatório, de outubro de 2015, a Geo-Rio, órgão da prefeitura responsável pela fiscalização do projeto, não respondeu aos questionamentos.
Na primeira entrevista sobre o acidente, na sexta-feira (22), Paes anunciou que o presidente da Geo-Rio, Márcio Machado, pediu afastamento do cargo e ele aceitou.
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