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quarta-feira, junho 29, 2016

Comerciante preso injustamente por tráfico é solto após cem dias

Homem foi preso após PM apreender cem pinos de cocaína em seu carro.
Polícia descobriu que droga foi plantada no veículo em flagrante forjado.

 

Poliana Casemiro Do G1 Vale do Paraíba e Região
José Luiz da Silva Bueno Roseira Preso 100 dias preso (Foto: Carlos Santos/G1)José Luiz da Silva Bueno teve que deixar Roseira (SP) e fechar seu comércio após (Foto: Carlos Santos/G1)


O comerciante José Luiz Bueno, de 45 anos, foi libertado depois de passar cerca de 100 dias preso injustamente acusado de tráfico de drogas. 

Ele foi preso em flagrante com cocaína em seu carro em uma abordagem da polícia em Roseira (SP) no último mês de março. 

Após investigação, a Polícia Civil descobriu que a cena do flagrante foi forjada.

O caso foi em 12 de março, quando um bloqueio da Polícia Militar abordou o comerciante após uma denúncia e encontrou um pacote com cem pinos de cocaína escondidos no banco do carona do veículo dele. 

Além do entorpecente, foram encontrados R$ 1.137 em dinheiro.

À época, a defesa de José Luiz já havia alegado que a cena do crime havia sido forjada por um cliente do comerciante. 

Mesmo assim, por conta do flagrante, José Luiz foi preso preventivamente e levado para a Penitenciária de Potim (SP) para aguardar o julgamento do caso.

De acordo com a investigação da Polícia Civil, dois dias antes do flagrante, um jovem fingiu ser cliente e contratou a instalação de uma antena de TV a cabo da empresa da vítima.  

Esse jovem confessou em depoimento à polícia que havia sido contratado por um homem para 'plantar' a droga no carro do comerciante.

“O rapaz nos contou que foi contratado por um terceiro para colocar a droga no veículo e que recebeu cerca de R$ 2 mil pelo serviço. 

O mandante orientou que ele contratasse o serviço e então plantasse a droga”, explicou o delegado Adilson Marcondes. 

Esse homem foi indiciado por denunciação caluniosa e tráfico de drogas.

O suposto mandante do crime, segundo a polícia, foi quem fez a denúncia à PM sobre as drogas no carro do comerciante. 

Por causa desta denúncia, o carro de José Luiz foi abordado e ele acabou preso.

A desavença do mandante com a vítima teria sido motivada por ciúme - ele diz que o homem que foi preso teria se aproximado da sua esposa.
Justiça decretou a liberdade do comerciante  (Foto: Arquivo Pessoal)Justiça decretou a liberdade do comerciante sob pena de cometer injustiça (Foto: Arquivo Pessoal)


Mandante
 

A Polícia Civil também informou que em depoimento, ao ser confrontado com a acusação, o mandante do crime, que é um outro comerciante da cidade, negou as acusações. 

Depois, ele foi chamado pela Justiça para uma audiência, mas não compareceu. 

Por isso, um mandado de condução coercitiva - quando a pessoa é obrigada a comparecer frente a uma autoridade policial - foi expedido e ainda será aplicado.

Mesmo assim, como a investigação já tinha elementos considerados suficientes para confrontar as acusações, na última quarta-feira (22) José Luiz foi colocado em liberdade provisória. 

Segundo a decisão, a Justiça entendeu que a acusação precisa ser reavaliada.

“Todos estes fatos novos, surgidos após a prolação da decisão que manteve a prisão do acusado, recomendam realmente a sua soltura, com a revogação da prisão preventiva anteriormente decretada, sob pena de cometer grave injustiça”, diz o documento que decretou liberdade ao comerciante.

De acordo com o advogado de José Luiz, Marcelo Augusto Galvão, a decisão de liberdade é provisória, até que o processo seja encerrado e o caso completamente apurado. 

A defesa sustenta que ele é inocente.

Segundo a Polícia Civil, há ainda uma nova peça no caso. 

No pacote onde foi encontrada a droga, foi encontrado um bilhete com o recado “Semana que vem eu entrego o resto”. 

Segundo o delegado, os dois suspeitos fizeram exame gráfico para análise da caligrafia, que foi entregue ao Instituo de Criminalística (IC). 

O laudo deve sair em 30 dias.

Cárcere.

José Luiz Bueno não tinha ficha policial e nunca tinha estado em um presídio. 


Após o suposto flagrante, ele passou cem dias em cárcere na penitenciária de Potim. 

Ele dividiu a cela com outros 23 presos.
 
Eu perdi cem dias da minha vida que ninguém devolve, quero agora que isso se resolva para eu ter a minha dignidade de volta
José Luiz Bueno, comerciante
“Foram dias de terror, nunca me imaginei em uma situação assim. 

Eu dormia no chão, as condições de higiene eram precárias e dividi espaço com pessoas que haviam cometidos crimes graves como homicídio e latrocínio. 

Eu tinha medo de morrer todos os dias”, contou.

A Justiça levou cem dias para decretar sua liberdade, aguardando detalhes da investigação. 

O comerciante conta que, mesmo depois da liberdade, considera qye permanece em cárcere. 

Ele deixou sua casa e fechou seu comércio em Roseira.

“A cidade é pequena, as pessoas acham que eu sou um criminoso. Enquanto isso não acabar, eu não vou poder voltar. 

Minha ex-mulher tomou meu filho de mim com medo. 

Eu, minha esposa e minha filha de quatro anos estamos morando de favor na casa de parentes porque tememos por nossa vida, porque os responsáveis por isso estão soltos”, disse.

Apesar da prisão, o advogado de José Luiz diz que não vai processar o Estado ou os órgãos que levaram a prisão do comerciante porque não houve erro na condução dos fatos. 

“O que aconteceu foi que uma pessoa cometeu um crime e o prejudicou, a polícia e o judiciário cumpriram seu papel”, disse Marcelo Galvão.

A audiência que pode decidir o futuro do comerciante está marcada para o dia 9 de agosto. 

“Eu perdi cem dias da minha vida que ninguém devolve, quero agora que isso se resolva para eu ter a minha dignidade de volta”, lamenta José Luiz.

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