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domingo, junho 05, 2016

Estado paralelo do tráfico no Rio tem códigos próprios para estupro




Nota: palavras chulas e palavrões foram mantidos no texto, porque são termos que ajudam na compreensão da mensagem.


Em áreas dominadas pelo tráfico de drogas no Rio de Janeiro, o conceito de estupro é diferente do descrito pelo Código Penal. 

Para investigar esse mundo paralelo, o EXTRA ouviu três ex-traficantes de comunidades dos complexos da Maré e do Alemão. 

Um deles resumiu a visão do que aconteceu com a jovem X., num fim de semana, no Morro do Barão, na Zona Oeste: “Pela lei dos homens é estupro. 

Pela lei do crime é sacanagem”.

A visão bandida encoberta o crime, justifica o criminoso e despreza a vítima, que é nivelada ao patamar de quem comete o abuso. 

Nesta visão distorcida, não é uma relação entre abusada e abusador.



“É puto com puta”, resume um dos ex-traficantes.

O caso de X. revelou que a visão dos bandidos é absorvida pelas vítimas de violência, tanto que a jovem era estuprada desde os 12 anos e só se deu conta da violência com a divulgação do vídeo.

Conceito de estupro

“Na comunidade, estupro é pegar a mulher à força, sem consentimento. 

Esse tipo de coisa, nenhuma facção admite. 

O tráfico também tem sua ética. 

Estupro dá morte. 

Um cara pode até esculachar uma mulher se ela começa a se envolver com outra facção, mas, ainda assim, é melhor matar do que estuprar. 

O fato de ser menor de idade não tem nada a ver. 

Na favela tem um monte de meninas com 13, 14 anos dando porque quer. 

Elas buscam putaria. 

Pela lei dos homens é crime, mas para o tráfico é sacanagem”.

Sob efeito de drogas

“Dizem que foi estupro porque X. estava doidona, não estava em sã consciência. 

Se fosse assim, um cara que estivesse doidão de crack e desse um tiro em alguém poderia dizer que não estava consciente e não poderia ser punido”.

Vídeo com vítima

“É esculacho fazer aquele vídeo zoando a menina enquanto ela dorme, mas tem que pensar na orgia que aconteceu ali. 

Você tá na sacanagem, tira uma foto, encosta o dedo lá... 

Para quem está de fora, eles deram mancada. 

Mas ali, na hora da sacanagem, é puta com puto”.

Orgias na favela

“É comum ter putaria na favela. 

E tá cheio de menina de classe média e alta que vai lá para usar drogas e transar. 

É um status estar perto do traficante. 

Tudo o que o pai proíbe, ela faz. 

Cheira, fuma, conhece um cara da boca e daqui a pouco está na casa dele. 

Essas vão para usar drogas e se divertir. 

Mas tem também as que vão para ganhar dinheiro, e saem com a bolsa cheia. 

É orgia com 30, 40, 50 pessoas, e sempre regada de muito uísque”.

O abatedouro

“Toda favela tem um lugar assim. 

O da Barão estava até meio feio. 

Tem uns que têm suíte com o teto espelhado, outros põem até aquele poste de pole dance. 

Vai de acordo com o poder aquisitivo do patrão. 

Aí você está no baile com uma menina, pede a chave do lugar e vai para lá. 

Assim que um sai, entra outro. 

É normal”.

As novinhas

“Sempre teve novinha, mas antigamente, nos anos 80 e 90, era muito menos. 

Até porque o baile não era assim. 

Começava com charme e tinha aquele momento de música lenta para só depois tocar funk melody. 

Agora, é putaria do começo ao fim. 

Você vê uma mãe botando a filha de 5 anos para ouvir funk e achando graça de ver ela rebolando até o chão. 

Nos anos 80, não tinha menor no baile e nem na boca. 

Essa geração nova de traficantes deixa isso rolar solto”.


Fonte: EXTRA DIGITAL

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