Por Francesco Costa
Infelizmente a própria humanidade não nos faculta o direito de sermos humanos.
Se pararmos para socorrer algum amigo que sucumbe nas trincheiras da vida somos junto com ele pisoteados e deixados pra trás, além de ouvirmos a célebre máxima: "Quem tem dó do miserável fica no lugar dele”.
E de fato, esta máxima tem uma elevada concentração de lógica, pois quantos companheiros damos a mão, curamos as feridas, repartimos do nosso pouco pão, bebem em nosso cantil e na primeira oportunidade ele nos empurra no precipício e segue rindo de nossa ingenuidade?!
Quanta gente abraçamos e em uma das mãos trazem o punhal da traição e sem que percebamos nos atinge; quantos entram em nossa casa, apenas para saber sobre nossos hábitos, conhecer nossas armas e pontos fracos e depois nos mina.
O mundo é cheio de Dalilas que nos dão colo só para alcançar nossas tranças e nos entregar nas mãos dos inimigos.
Mas não percam a fé nas pessoas, pois entre tanta maldade sempre surgirá um anjo sem asas visíveis, que aparecem do nada e nos dá a mão, nos devolve tudo o que nos foi tirado, nos restaura a esperança, derrama óleo em nossas feridas, apaga de nossa mente as lembranças ruins, troca os rancores pelo perdão, nos tira do abismo, nos leva a um monte e nos mostra que o lugar que sonhamos chegar existe e que só precisamos encontrar um melhor caminho.
Ele não voa conosco no colo e coloca lá, mas nos deixa fortalecidos e encorajados para retomar a caminhada e procurar o melhor caminho.
O mais interessante presente que este anjo nos entrega é a capacidade de perdoar e voltar a acreditar nas pessoas; e mesmo sendo chamados de bestas, paramos outra vez no caminho para as mesmas pessoas que no passado nos caluniou, roubou, traiu etc., abrimos de novo os alforjes da generosidade e repartimos com ele o pouco ou muito que temos, com a mesma felicidade e inocência da primeira vez e com a satisfação de dizer, sem palavras, “eu tenho, consegui tudo de novo”.
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