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quinta-feira, julho 28, 2016

Empresário admite em depoimento ter recebido do PT por meio de caixa 2

Ele disse a investigadores que outra empresa pagou por dívida do PT.
Procurada nesta quinta, assessoria do partido não respondeu.

Camila Bomfim e Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília.
 
O empresário Carlos Cortegoso, dono da CRLS Confecções, admitiu em depoimento ao qual a TV Globo teve acesso, prestado na última quinta-feira (21) aos investigadores da Operação Custo Brasil, que recebeu em 2010 pagamentos do PT por meio de caixa 2 (fora da contabilidade oficial do partido).


Cortegoso afirmou no depoimento que, como quitação de uma dívida do PT, a CRLS recebeu R$ 300 mil, em outubro de 2010, da Consist, uma das empresas investigadas pela Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato que apura supostas fraudes cometidas no Ministério do Planejamento em operações de crédito consignado a servidores federais. 

O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo é um dos suspeitos de integrar o esquema criminoso.

Procurada pelo G1 desde a manhã desta quinta-feira, a assessoria da direção nacional do PT não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

Responsável pela defesa de Cortegoso, o advogado Márcio Decreci afirmou ao G1 que não se manifestará sobre o depoimento. 

“O processo corre em segredo de Justiça. Me limito a não esclarecer nada por questão disso. 

Neste momento, não quero dar nenhuma opinião”, enfatizou.

A Consist disse à TV Globo que sempre colaborou com as investigações e que não tem nada a declarar já que o processo corre em segredo de Justiça.

Saiba mais:

Pagamento por serviços
 
O empresário admitiu aos investigadores que não prestou nenhum serviço para a Consist na eleição de 2010, mas explicou que recebeu o dinheiro como pagamento de serviços que havia realizado no passado para o PT e que ainda não haviam sido quitados. 

Segundo Cortegoso, ele havia acumulado um crédito junto ao partido.

Apesar de ter surgido a partir de investigações da Lava Jato, a Custo Brasil foi desmembrada e enviada para a Justiça Federal de São Paulo por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) sob a alegação de que não se referia diretamente às irregularidades cometidas na Petrobras, objeto original das investigações da Lava Jato.

Além de representante da CRLS, Carlos Cortegoso é dono da empresa Focal, de São Bernardo do Campo (SP), antiga prestadora de serviços de campanhas petistas. 

O advogado disse que, no papel, o cliente é dono da CRLS, mas administra também a Focal, que faz parte do grupo empresarial da família.

Movimentação financeira.
 
No relatório de indiciamentos da Operação Custo Brasil, a Polícia Federal informou que, em 2012, Cortegoso teve movimentação financeira 69 vezes superior aos seus rendimentos declarados. 

Entre 2010 e 2013, ele apresentou "variação patrimonial descoberta", ou seja, movimentou mais do que declarou.

Na eleição de 2014, a Focal  recebeu, aproximadamente, R$ 25 milhões por serviços prestados para a campanha à reeleição da presidente afastada.

A empresa de material gráfico e montagem de palanques foi a segunda maior fornecedora da campanha petista, ficando atrás somente da empresa do marqueteiro João Santana, um dos réus da Operação Lava Jato.

O representante da CRLS contou aos investigadores que presta serviços para o PT desde 1989, ano em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputou pela primeira vez a Presidência da República, mas acabou derrotado por Fernando Collor.

De acordo com Cortegoso, as dívidas do PT com ele começaram a se acumular em 2004, quando atuou em uma campanha petista para a Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo.

Saiba mais:

Outras empresas
 
No mesmo depoimento da semana passada, Cortegoso disse às autoridades que – pouco tempo depois de ser pago por meio da Consist – também recebeu de outra empresa, a Politec, cerca de R$ 250 mil por serviços prestados ao PT.


Ele afirmou que recebeu do ex-ministro Luiz Gushiken, morto em 2013, a orientação de procurar a Politec para receber parte do crédito que tinha com o PT e também se comprometeu com os investigadores a averiguar se recebeu mais pagamentos de dívidas do PT por meio de outras empresas.

"Que o pagamento da Politec foi um pouco depois dos pagamentos da Consist e acredita que devem ter sido por volta de R$ 250.000,00, sem prestação de serviços para Politec; que os serviços na realidade foram prestados é para o PT; que afirma que quem orientou o declarante a procurar a Politec não se recorda com quem da empresa Politec conversou mas quem teria feito a indicação teria sido o falecido Luiz Gushiken", diz o documento.

O dono da Politec, Hélio Oliveira, disse em depoimento prestado na última quarta-feira (20) que recebeu da Consist em 2011 um pagamento por um serviço prestado ao PT por indicação de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT preso na Operação Lava Jato.

O G1 tentou contato com representantes da empresa nesta quinta, mas não conseguiu.

"Que o serviço que recebeu na Consist foi na verdade o pagamento do serviço que a Politec havia prestado para o PT; que o declarante tem uma planilha de contabilidade e alguns documentos relacionados à execução do serviço e se compromete a encaminhar assim que possível", disse Oliveira.
Apuração no STF
 
No Supremo existe uma apuração em andamento sobre prestadoras de serviço da campanha de Dilma em 2014, depois que a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar se houve crimes na aplicação de recursos durante a disputa eleitoral de 2014. 

Os nomes das empresas estão sob sigilo, e as suspeitas são de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

A Polícia Federal já pediu à Justiça de Brasília para quebrar sigilo fiscal, bancário e de email de empresas e pessoas físicas que prestaram serviços à campanha de Dilma em 2014.

A Justiça remeteu o caso para o STF em janeiro deste ano porque se tratava de apuração envolvendo a campanha da presidente atualmente afastada. Dilma, porém, não é alvo direto da investigação.

O relator do caso é o ministro Luiz Edson Fachin e atualmente a apuração está sob análise da Procuradoria Geral da República, desde 23 de fevereiro, a quem caberá decidir se o caso correrá no STF – por eventualmente envolver pessoas com foro privilegiado – ou se voltará para a primeira instância da Justiça.

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