Segundo ele, reincidência com ou sem tornozeleira é semelhante.
Presos que atendem requisitos objetivos são beneficiados pela decisão.
A Justiça do Rio vai começar a soltar cerca de mil presos sem
tornozeleira eletrônica.
Segundo o juiz Eduardo Oberg, da Vara de
Execuções Penais, o índice de detentos que cometem crimes quando deixam o
sistema carcerário com ou sem tornozeleira é praticamente o mesmo.
“Temos 1.615 presos com tornozeleira e 930 sem tornozeleira.
O índice
de reincidência de quem tem tornozeleira e quem não tem tornozeleira é
praticamente igual, não há diferença.
Então, isso seria, ao meu sentir,
um preconceito que não faz sentido”, afirmou o juiz durante entrevista
ao Bom Dia Rio nesta segunda-feira (18).
Nos próximos dias, a Justiça do
RJ vai começar a soltar cerca de mil presos de cadeias do Rio sem
tornozeleira.
Saiba mais:
De acordo com o juiz, todos os presos que atendem os requisitos
objetivos são beneficiados pela decisão. “São aqueles que já tem o
requisito objetivo para poder progredir de regime.
Aqueles que estão no
semiaberto e poderão ir para o aberto, livramento condicional ou que
poderão receber indulto e no caso de término de pena. Se ele não tem
periculosidade, ele tem direito à liberdade”, destaca o juiz.
“O principal princípio da Constituição brasileira é a dignidade da pessoa humana.
“O principal princípio da Constituição brasileira é a dignidade da pessoa humana.
Manter preso uma pessoa que eu avalio que pode ir para a
rua, significa que estou cometendo uma inconstitucionalidade contrária à
lei de execução penal.
Isso eu não posso fazer”.
Da mesma forma que o magistrado defende que presos considerados de alta periculosidade saiam do Estado, Oberg também destaca a importância de levar em conta o sistema de “freios e contrapesos”, onde há um equilíbrio entre os presos considerados perigosos e o que pode ficar solto.
“O preso perigoso, que é líder de facção ele fica preso, vai para fora do estado, vai para o castigo.
Agora, aquele que pode ser solto, ficar
preso, eu estou aumento a possibilidade de rebelião, eu estou deixando
na cadeia um estado de tensão enorme.
Essa medida diminui a tensão da
unidade prisional e para as olimpíadas, ela melhora o sistema prisional
do Rio de Janeiro”.
Ainda segundo Oberg, o Rio de Janeiro possui capacidade para 27 mil presos no sistema e hoje já conta com 50 mil.
Ainda segundo Oberg, o Rio de Janeiro possui capacidade para 27 mil presos no sistema e hoje já conta com 50 mil.
“Se pensarmos pelo senso
comum, não soltaríamos ninguém e teríamos 150 mil presos no sistema
penitenciário.
A Vara de Execuções Penais foi feita para a pessoa
progredir de regime e ser solta quando ela puder ser solta.
Porque, caso
contrário, ela não teria razão de existir.
Não soltar é a exceção”,
revela.
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