Anderson Happel foi atingido pelo para-choque de caminhão de atentado.
Em estado de choque, ele diz que viu crianças e adultos mortos no chão.
O
brasileiro Anderson Happel, que foi ferido pelo caminhão do atentado de
Nice; à dir., a perna ensanguentada dele (Foto: Arquivo
pessoal/Anderson Happel)
Ele é um dos feridos no atentado em que um caminhão atropelou e matou mais de 70 pessoas na cidade francesa durante uma festa na rua.
O caos foi tão grande e os hospitais estão tão lotados que Anderson ainda não conseguiu saber o que aconteceu com sua perna, que está toda ensanguentada e dolorida.
Só disseram que ele deve ficar sem andar por um mês e pediram que volte no dia seguinte para fazer raio-X para ver o que precisa ser feito.
Ele conta que foi com a irmã ver os fogos da Festa da Bastilha quando viu o caminhão se aproximando devagar.
De repente, o veículo aumentou a velocidade e “foi passando por cima de todos os que estavam na frente”.
“Empurrei a minha irmã e quando fui tentar correr, o para-choque bateu na minha perna esquerda e caí do outro lado.
Todo mundo corria em pânico, chorando", diz.
E continua, com a voz trêmula: "Tinha muita criança morta e as mães pedindo a Deus para elas voltarem a viver.
Vi muita gente morta, isso me deixou em estado de choque.”
Pessoas em volta ajudaram a tirar Anderson do meio da avenida, já que ele estava sendo pisoteado no meio da situação de pânico.
Ele ouviu três tiros, até que o caminhão parou.
Como o hospital não tinha mais lugar para receber pacientes, Anderson foi transferido para um posto de atendimento emergencial montado na própria avenida onde aconteceu o atentado.
“Os corpos dos mortos ainda estavam no chão, porque a prioridade era atender os feridos”, diz.
Natural de Fortaleza, o técnico em enfermagem de 24 anos mora em Nice há cinco anos.
Ele disse que os moradores da cidade esperavam que houvesse atentado durante a Eurocopa, que terminou no último domingo (10).
“Esse ataque pegou todo mundo de surpresa”, afirma.
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