Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

quinta-feira, agosto 11, 2016

MP diz que Samarco não pagou cerca de R$ 1 milhão a atingidos

Nova ação foi movida para garantir direitos já acordados, diz promotor.
Cento e cinco famílias não foram assistidas pela mineradora e controladoras.

Flávia CristiniDo G1 MG

Bento Rodrigues (Foto: Alexandre Nascimento/G1)Bento Distrito de Bento Rodrigues foi devastado pelo desastre em 2015 (Foto: Alexandre Nascimento/G1)
 
O Ministério Público de Minas Gerais afirma que a Samarco – cujas donas são a Vale e a BHP – descumpriu a garantia de direitos dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, e entrou com nova ação na Justiça pedindo que a mineradora pague valor estimado em R$ 1 milhão a 105 famílias.

As garantias foram pedidas em ação anterior, datada de dezembro de 2015, mas, segundo o promotor Guilherme Meneghin, não houve o cumprimento para todas as famílias. 

Em audiência de conciliação entre as partes, foi reconhecido o direito a casa alugada pelas empresas, cartão de auxílio-financeiro no valor de um salário mínimo mais 20% por dependente e cesta básica para aqueles que perderam renda, antecipação de indenização para pessoas que perderam a moradia.

Em 5 de novembro de 2015, a estrutura da Samarco se rompeu, despejando mais de 35 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente. 

O desastre causou 19 mortes. 

Em Mariana e Barra Longa, 369 pessoas tiveram suas casas afetadas.

A nova ação foi ajuizada nesta terça-feira (9) pela 2ª Promotoria de Justiça de Mariana. 

Segundo a promotoria, por meio de um inquérito civil, foi apurado que estas famílias não foram amparadas, mesmo após acionamento judicial e audiência de conciliação.

“Todavia, a Samarco Mineração S/A vem recusando-se a reconhecer esses direitos às famílias de atingidos e, assim, no curso das investigações do Inquérito Civil, apurou-se 105 (cento e cinco) casos de descumprimento dos acordos. 

Buscou-se, extrajudicialmente, resolver as demandas, porém a empresa persistiu com os descumprimentos”, diz nota do Ministério Público.

Do total, 49 famílias não receberam auxílio-financeiro assistencial após o desastre, 30 não receberam antecipação de R$ 10 mil e outras 14 no valor de R$ R$ 20 mil. 

Também houve descumprimento de oito ressarcimentos de aluguéis, três indenizações por perda de veículo e uma alteração de moradia não atendida, segundo a promotoria. 

Meneghin afirma que os valores devidos totalizam o montante estipulado na ação contra a Samarco, Vale e BHP.

"A partir do momento que a ação for aceita [pela Justiça], se não houver o cumprimento espontaneamente, o MP pedirá o bloqueio dos recursos para distribuir para as famílias", disse o promotor Guilherme Meneghin.

Passados mais de nove meses da tragédia, Meneghin considera que as inadimplências são consideradas “totalmente injustificáveis” e que “empresas lesam novamente os sobreviventes do desastre”. 

Afirma também que “os agentes da empresa aproveitam-se da ignorância e ingenuidade dessas famílias, postergam a resposta aos seus direitos”.

A Samarco, a Vale e a BHP informaram que não foram notificadas.

Por meio de nota, a Samarco disse que analisou os diversos casos solicitados com base nos critérios definidos com o Ministério Público de Minas Gerais, durante audiência de conciliação, em Mariana, em dezembro de 2015. 

Segundo a mineradora, há casos em que não foram apresentados elementos suficientes do impacto causado para enquadrá-los nestes critérios e concluir a análise. 

Outros casos não são elegíveis, segundo a Samarco.

A empresa ainda destacou que, “em Mariana, 290 famílias são assistidas no que se refere ao aluguel de casas mobiliadas, outras 310 famílias recebem o cartão de auxílio financeiro, 15 famílias receberam a indenização de R$ 10 mil por perda de moradia não-habitual (casa de fim de semana, sítios, entre outros) e outras 277 famílias receberam a indenização de R$ 20 mil referente à perda de moradia habitual”.

Em nota, a BHP Billiton afirmou que apoia as ações da Samarco para a recuperação das condições socioeconômicas e socioambientais, de acordo com o termo firmado com os governos federal e estaduais de Minas Gerais e do Espírito Santo. 

A homologação do acordo foi suspensa.

A Vale, também por meio de nota, argumentou que as obrigações e os critérios firmados nos acordos celebrados com o Ministério Público de Minas Gerais estão e continuarão sendo respeitados pela Samarco.

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ainda não confirma o recebimento da ação.


Nenhum comentário:

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...