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sábado, fevereiro 11, 2017

Risco de Temer salvar aliados preocupa, diz banqueiro


Danilo Verpa - Folhapress
SAO PAULO - SP - 21.09.2015 - Retrato de Ricardo Lacerda sócio-fundador do BR Partners, banco de investimento. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, MERCADO) Trax ID: 10043593A Caption Writer: 1547 ORG XMIT: Ricardo Lacerda
Ricardo Lacerda, presidente do banco BR Partners, em São Paulo

As recentes reviravoltas no governo do presidente Michel Temer para indicar Alexandre de Moraes ao STF, nomear Moreira Franco ministro da Secretaria-Geral e emplacar Edison Lobão na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado alertaram o mercado, segundo um dos principais assessores financeiros do país. 

Ricardo Lacerda, fundador e presidente do banco de investimento BR Partners, diz que "há um temor de que o governo use seu capital político para livrar a cara de aliados em vez de aprovar reformas". 

E prevê risco de novas manifestações. 

"Muitos dos que foram às ruas lutar contra a corrupção estão perplexos com essas nomeações." 

*Folha - A economia entra numa nova etapa, mas ainda há incertezas políticas. O que prevê?

Ricardo Lacerda - A economia se estabilizou e começa lentamente a mostrar recuperação. 

A reconquista da credibilidade na política monetária do Banco Central permitirá uma forte redução nos juros ao longo de 2017. 

A confiança dos empresários e consumidores vai aumentar e isso trará de volta o crescimento. 

Não acho que a economia vai bombar a ponto de salvar a política do buraco, mas as coisas estão no caminho certo. 

A Lava Jato mudou o jeito de fazer negócio? Como ela influencia a visão do investidor?

Ela acabou com a percepção de completa impunidade que sempre existiu no país. 


Expôs a bandalheira de empresários próximos do poder com políticos corruptos e mandou vários deles pra cadeia. 

Antes da Lava Jato bastava ser rico pra ter status. Agora a sociedade cobra atitude ética dos empresários. 

Mas, pra mudar de fato a forma de fazer negócio no Brasil, é preciso reduzir o tamanho do Estado, em duas frentes: um programa agressivo de privatização de estatais e um plano para reduzir a burocracia e o controle do Estado sobre a iniciativa privada. 

Só isso pode reduzir corrupção e atrair investimento.

Como avalia o governo hoje?
Esse governo acertou na equipe econômica e tem grande capacidade de articulação política no Congresso. 


São vantagens sobre o anterior. 

Mas há limitações para um governo de transição, sem apoio popular, obrigado a lotear cargos e refém de políticos suspeitos.

Como avalia ajuste fiscal?

A atual equipe econômica tem as melhores cabeças para definir o ajuste que o país precisa. 


A aprovação da PEC do Teto foi importantíssima e mudou a percepção da solvência do Estado. 

O próximo desafio é a reforma da Previdência. 

A dúvida é o que efetivamente sairá daquilo que está tramitando no Congresso. 

Esse governo não tem uma agenda absolutamente transparente, mas com vitórias tão contundentes nas presidências da Câmara e Senado, cresceu seu cacife para aprovar reformas. 

Diante da dificuldade em gerar superavit fiscais no atual quadro econômico, a reforma da Previdência é crucial. 

Quando vamos resgatar protagonismo e confiança?
Houve enorme decepção com o último ciclo de investimentos. 


Primeiro, porque o crescimento não veio. 

Segundo, porque o governo Dilma tinha mentalidade contrária à iniciativa privada. 

Terceiro, porque com a crise econômica veio a política, que escancarou a fragilidade das instituições, esfrangalhadas pelo apagão moral que acometeu Brasília. 

Destruiu-se muita riqueza no Brasil nos últimos cinco anos. 

Investidor machucado demorará a voltar. 

Mas somos uma grande economia, daremos a volta por cima. 

Como a indicação de Alexandre Moraes ao STF, Edison Lobão na CCJ e o ministério de Moreira Franco comprometem a confiança do mercado?

Há um temor que o governo use seu capital político para livrar a cara de aliados em vez de aprovar reformas. 


Há também o risco de voltarmos a ver manifestações. 

Muitos dos que foram às ruas lutar contra a corrupção estão perplexos com essas nomeações. 

Como está o apetite dos investidores estrangeiros por empresas brasileiras?

O apetite continua alto, mas há muita cautela ao negociar. 


Após muitos anos, estamos ouvindo novamente investidores mencionando preocupação com o cenário político ou econômico na hora de comprar ativos no país. 

Vi alguns até desistindo de olhar oportunidades em razão disso. 

Mas creio que tudo se normalize com a iminente retomada do crescimento. 

O sr. acredita na retomada dos IPOs? 

Os investidores estão dispostos a pagar bem?

Acho que veremos alguns IPOs neste ano. 


Ninguém comprará Brasil sem fazer a lição de casa, sem olhar retornos.

O ciclo será de mais cautela do que o de 2004 a 2007 ou o de 2009 a 2013. 

O que espera das concessões?
Exceto pelos aeroportos, em que parece haver grande interesse, creio que teremos dificuldades. 


O governo precisa criar um modelo de concessões com o intuito de atrair capital privado, principalmente o estrangeiro. 

Quando o investidor olha o Brasil, vê tudo confuso, burocrático. 

Parece que estamos fazendo favor de deixar o investidor colocar seu dinheiro aqui. 

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