Interlocutores do presidente Michel Temer disseram ao Blog que as declarações do empresário Marcelo Odebrecht na ação que pede a cassação da chapa Dilma e Temer complicam a vida do ministro licenciado da Casa Civil.

A avaliação é que a situação de Eliseu Padilha, que já foi abatido por José Yunes na semana passada, piora com a confirmação de que foi o ministro quem negociou com o ex-Odebrecht Claudio Melo diretamente
R$ 10 milhões para o PMDB em 2014.

Isso porque, afirmam peemedebistas, parte desse dinheiro - R$ 6 milhões - teria sido destinado a Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014. 

E o pagamento, na versão da Odebrecht, foi autorizado por Padilha.

Segundo a Odebrecht, a construtora fez pagamentos de caixa 2 ao marqueteiro de Skaf em 2014- Duda Mendonça- por serviços prestados na campanha.

Diz um dos principais interlocutores de Temer:

"Complica Padilha porque ele negociou com Claudio Melo os R$ 10 milhões e deu ok para o repasse a Skaf".

Padilha está licenciado do governo desde a semana passada para tratar uma questão de saúde.

O afastamento coincidiu com a revelação de um depoimento de Yunes, advogado e amigo de Temer, ao Ministério Público.

Ele disse que serviu de "mula" para receber um envelope a pedido de Padilha em 2014.

O envelope, na versão de Yunes, teria sido entregue por Lúcio Funaro.