O ex-médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, no dia em que chegou a SP, após ser encontrado no Paraguai, em 2014 (Foto: William Volcov/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo) |
Ele cumpre pena em Tremembé e tenta na Justiça um indulto humanitário, para poder deixar o presídio. Na noite de sexta-feira, foi levado para um hospital.
Por
Luara Leimig, G1 Vale do Paraíba e região
08/04/2017
09h24
O
ex-médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, no dia em que chegou a SP, após ser
encontrado no Paraguai, em 2014 (Foto: William Volcov/Brazil Photo
Press/Estadão Conteúdo)
Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão
por estuprar pacientes, foi internado em Taubaté na noite desta sexta-feira (7)
com problemas cardíacos.
Ele cumpre pena na Penitenciária 2, em Tremembé
(SP), e passa por uma série de exames de saúde porque tenta obter um indulto
humanitário.
O benefício pode ser concedido pela Justiça para presos
que tem doença grave e permanente, que não pode ser tratada no presídio.
Neste
caso, o detento seria liberado para o tratamento em casa - o pedido não tem
prazo para ser julgado.
O processo de indulto em andamento é acompanhado
por um perito nomeado pela Justiça.
Na sexta-feira (6), o médico atestou que
devido aos problemas cardíacos, o estado de saúde de Abdelmassih se agravou e
ele precisava ser atendido num hospital com urgência.
A Vara de Execuções Criminais de Taubaté determinou
a transferência dele e, por volta de 19h30, Roger foi levado para o Hospital
Regional, onde segue internado.
A reportagem aguardava informações sobre o
estado de saúde dele, tanto do hospital quanto da Secretaria de Administração
Penitenciária (SAP).
Indulto
Nesta semana, o preso foi levado a uma clínica
particular em Taubaté para realizar os exames que integram seu pedido de
indulto.
Eles foram pagos pelo próprio detento.
Na quinta-feira, ele fez um exame de angiotomografia de
aorta - método de uso de imagem para analisar o coração.
No último dia 1º, Abdelmassih foi submetido a um
eletrocardiograma, outro exame para a análise do coração.
Histórico
Roger, que era considerado um dos principais
especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado 2010.
Foram
considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008.
Abdelmassih não foi
preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder solto.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em
janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria
a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil.
Como a prisão foi decretada
e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.
Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de
Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional de médico de
Abdelmassih.
Após três anos foragido, quando chegou a ser
considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no
Paraguai pela Polícia Federal (PF), em 19 de agosto de 2014.
Em outubro daquele
ano, a pena dele foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão
judicial.
Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por
mais de 30 anos.
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