1) Impossível entender o conflito na Síria sem conhecer o passado. Há exatamente um ano, Ben Taub publicou na New Yorker um relato dos crimes de guerra atribuídos ao ditador Bashar Assad (foto), descritos em relatórios internos dos serviços de segurança sírios. 

Também na New Yorker, Dexter Filkins analisou em 2013 o dilema que levou o governo de Barack Obama a desistir de atacar Assad, mesmo depois do ataque com armas químicas que matou 1.400 num subúrbio de Damasco. 

Ainda na New Yorker, Patrick Radden Keefe narrou a história do blogueiro britânico que ajudou a desmascar os ataques com armas químicas analisando imagens de vídeos. 

No ano passado, a Foreign Policy noticiou que Assad mantivera armas químicas em seu poder, apesar do acordo costurado por Moscou que desmantelara seu arsenal. 

Human Rights Watch confirmou recentemente episódio de uso de armas com cloro na retomada de Aleppo dos rebeldes. 

Mas a progressiva vitória de Assad no conflito não se deve apenas ao uso da munição proibida. 

Uma reportagem da New York Review of Books e um relatório do ano passado da Berghof Foundation esmiuçaram a estratégia de pressão e negociação com os rebeldes que levou o governo sírio a reconquistar território. 

Antes do ataque, a Foreign Policy publicou uma análise das dificuldades que Trump enfrentará na guerra da Síria. 

Mesmo assim, na mesma Foreign Policy, Rebecca Hersman recomendava o ataque diante do aparente uso de gás sarin, mais letal que o cloro. 

Politico ironizou a tentativa de Trump de imitar George W. Bush, ao  se enfiar no atoleiro do Oriente Médio. 

No USA Today e em estudo publicado no ano passado pela Brookings Institution, Michael O’Hanlon descreve como ainda é possível haver saída política para o conflito. 

Num texto publicado em seu blog Talisman Gate, NIbras Kazimi faz uma extensa crítica à política do governo Obama no Oriente Médio e mostra como ela ajudou a tornar pior uma situação já complicada.
Stephen Bannon, diretor de campanha do candidato republicano Donald Trump, durante reunião na Trump Tower em Nova York2) O New York Times e a Vanity Fair contam que os nacionalistas racistas e xenófobos da alt-right ficaram furiosos com Trump depois do ataque. 

Foreign Policy e a New Yorker tentam explicar o significado da saída do estrategista-chefe Steve Bannon (foto) do Conselho de Segurança Nacional americano, por pressão dos  militares profissionais no governo Trump. 

O escritor francês Jean Raspail, um dos mentores intelectuais de Bannon, é tema de perfil na Tablet.

3) Uma reportagem na New York Times Magazine narra a história de Giles Keppel, o acadêmico francês conhecido como maior especialista no Islã, ameaçado de morte por um jihadista e às voltas na tensa discussão sobre o extremismo dos muçulmanos na França.
Presidente russo Vladimir Putin durante reunião em Moscou nesta segunda, 19 de dezembro de 20164) Personagem central no conflito da Síria, o presidente russo, Vladimir Putin (foto), enfrenta um enorme desafio doméstico. Os protestos contra a corrupção foram analisados por Joshua Yaffa na New Yorker

Também na New Yorker, Julia Ioffe assinou em 2011 um perfil do blogueiro que se tornou o maior líder da oposição a Putin, Alexey Navalny, Yaffa narrou o assassinato misterioso de outro lider oposicionista, Boris Nemtsov, e Masha Gessen publicou uma reportagem quando Navalny foi preso em 2014, e outra quando ele planejava lançar as denúncias que levaram a juventude russa a tomar as ruas de centenas de cidades. 

A principal delas, contra o ex-premiê Dmitri Medvedev, foi publicada no site de sua Fundação Anti-corrupção

Na Atlantic, Mikhail Zygar conta por que a Revolução de 1917 se tornou tabu na Rússia de Putin. 

Na National Review, Deroy Murdock noticia as acusações de uma negociata envolvendo Putin e a ex-candidata democrata Hillary Clinton, no tempo em que eram aliados.

5) Na Foreign Policy, Cleuci de Oliveira narra como as políticas brasileiras de cotas e ações afirmativas, em vez de corrigir o legado brutal da escravidão, criaram tribunais que decidem, com base em critérios absurdos, como formato do crânio ou largura do nariz, quem, entre os negros e pardos, tem direito a compensação. 
O Aeroporto de Gibraltar6) Também na Foreign Policy, Sam Kriss discorre sobre a situação singular de Gibraltar (foto) diante do Brexit – e diz que o Reino Unido não precisa de uma guerra, mas de um psiquiatra pra proteger os resquícios de seu império.

7) No Project Syndicate, o Nobel de economia Robert Shiller defende a criação de um imposto para compensar o desemprego que será gerado pelos robôs.
Exemplar da Constituição do Brasil que fica na mesa de reuniões no gabinete do presidente em exercício Michel Temer (Brasília - DF, 11/07/2016)8) O Comparative Constitutions Project mantém uma lista comparativa de quase todas as constituições do planeta. 

A brasileira (na imagem) é a mais longa (64.488 palavras) e, em número de direitos garantidos ao cidadão, só perde para as de Armênia, Angola, México e Sérvia (a campeã).

9) No Backchannel, Quinn Norton narra seu emocionante caso de amor com um estrangeiro, mantido graças à comunicação digital segura.

10) Qual é o aspecto físico de um buraco negro? A questão que atormenta os físicos é discutida em reportagem (ilustrada, claro) do Washington Post.

11) As melhores imagens de museus de dinossauros, coletadas por Tom Mitchell, estão num post que fez sucesso ao longo da semana no Medium.
O escritor americano-nigeriano Teju Cole e autor argentino-brasileira Paloma Vidal discutiram a sensação de estar 'deslocado' em grandes cidades12) Em seu blog na New Yorker, o crítico de cinema Richard Brody resenha um novo livro com fotografias de atores de Hollywood. 

Na New York Review of Books, Norman Rush resenha o novo livro de ensaios do fotógrafo e romancista Teju Cole (à esquerda na foto). 

E, no New York Times, Tobias Grey resenha o livro de David Bellos que conta a história de um dos maiores clássicos – e um dos maiores negócios – da literatura: Les Misérables, de Victor Hugo.

13) O New York Times publicou um obituário do poeta e dissidente russo Yevgeny Yevtushenko, morto aos 83 anos há uma semana. 

Seu poema mais conhecido, "Babi Yar" (traduzido para o inglês com a ajuda do próprio autor) homenageia as vítimas do massacre de 33 mil judeus na cidade ucraniana, perpetrado pelos nazistas em setembro de 1941. 

Os versos chocaram as autoridades soviéticas ao ser publicados, em 1961, e inspiraram uma sinfonia de Dmitri Shostakovich. 

Lido em vídeo pelo próprio Yevtushenko, o poema trata da dificuldade da Rússia para lidar com o antissemitismo.