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sexta-feira, setembro 08, 2017

É como acreditar em 'conversa de bêbado', diz Joesley sobre áudio

Empresário Joesley Batista e outras duas pessoas ligadas à J&F prestaram depoimento à PGR nesta quinta. Gravação indica que delatores teriam omitido informação sobre crimes.


Por Camila Bomfim, TV Globo, Brasília
Três delatores da J&F prestam depoimento na Procuradoria-Geral
Três delatores da J&F; prestam depoimento na Procuradoria-Geral.
 
 
O empresário Joesley Batista, um dos donos da holding J&F, disse nesta quinta-feira (7), em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), que acreditar no conteúdo da conversa gravada entre ele e o diretor de Relações Institucionais do grupo, Ricardo Saud, é como acreditar em uma "conversa de bêbados." 
 
Joesley, Saud e o advogado da empresa, Francisco de Assis e Silva, prestaram depoimento na sede da PGR em Brasília para esclarecer o teor do áudio, que aponta omissão de informações dos três delatores aos investigadores da Lava Jato. 
 
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dependendo do resultado da investigação, os benefícios oferecidos a Joesley Batista e outros delatores poderão ser cancelados
 

O depoimento desta quinta também atende a pedido da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de investigar falas dos delatores envolvendo ministros da Corte. 
 
Na conversa, Joesley e Saud discutem como gravar o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para ele "entregar" ministros do STF, o que poderia reforçar a delação dos executivos.
Fontes com acesso aos depoimentos informaram à TV Globo que Joesley disse nesta quinta que acreditar no audio é como acreditar em dois bêbados dizendo que a Coreia do Norte vai invadir os EUA. 
 
Ainda de acordo com essas fontes, Joesley inocentou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de qualquer atitude ilegal e também negou qualquer irregularidade em seu contato com o ex-procurador da República Marcelo Miller, que foi assessor de Janot. 
 
O audio levantou suspeitas de que Miller teria ajudado os executivos da J&F nas negociações para fechar o acordo de delação premiada. 
 

O procurador, que atuou na Lava Jato, deixou a PGR em abril deste ano e, uma semana depois, começou a trabalhar em um escritório de advocacia que atuou no acordo de leniência da J&F. 
 
Joesley admitiu no depoimento que se encontrou com Miller em fevereiro deste ano, mas que tinha sido informado que ele já havia pedido exoneração. 
 

O pedido realmente ocorreu em fevereiro, mas Miller só deixou o órgão em abril. 
 
No acordo com a PGR, Joesley e outros executivos apresentaram provas para incriminar políticos, entre eles o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e, em troca, receberam benefícios, entre eles a imunidade (garantia de que os delatores não seriam denunciados criminalmente), que foram duramente criticados. 
 
Joesley, ainda de acordo com as fontes, negou que gravação tenha sido entregue por engano e afirmou que foi uma iniciativa de transparência. 
 
Em nota, a J&F informou nesta quinta que "não é possível fornecer detalhes" dos depoimentos prestados por Joesley, Saud e Silva "em razão de sigilo." 

"O empresário e os executivos continuam à disposição para cooperar com a Justiça", diz a nota. 
 

Novo áudio

 

A gravação que pode levar à anulação dos benefícios dos delatores da J&F foi feita, aparentemente por descuido, no dia 17 de março. 

Na conversa que dura quatro horas, Joesley Batista e Ricardo Saud falam de uma suposta atuação do ex-procurador da República Marcelo Miller para ajudá-los a fechar a delação, que acabou garantindo a eles imunidade penal. 

À época, Miller ainda trabalhava no Ministério Público. 
 
Em um dos trechos da gravação que está sendo investigada pela PGR, Joesley Batista relata ao diretor de Relações Institucionais que Marcelo Miller incentivou o procurador-geral da República a fechar acordo de delação premiada com os executivos da J&F. 
 
O dono da JBS ressalta ainda a importância de eles se aproximarem de Miller para "chegar no Janot" e, com isso, negociarem a delação premiada com imunidade penal, que assegurou que os delatores da empresa não seriam denunciados pelo Ministério Público. 
 
No bate-papo, Ricardo Saud também conta que Marcelo Miller repassava informações a Janot por meio de um "amigo em comum". 
 
Miller trabalhou com Janot durante três anos, período no qual atuou nos casos ligados à Lava Jato. 

Ele deixou a PGR em abril deste ano e passou a atuar no escritório de advocacia Trench Rossei e Watanabe, que atende a JBS. 
 
Como advogado, o ex-procurador Miller chegou a atuar nas negociações da JBS para fechar um acordo de leniência, mas o escritório no qual ele trabalhava deixou o caso antes do fechamento do acerto. 

Em julho, Miller foi desligado do escritório. 

Agora, a PGR também quer apurar os motivos da saída do ex-procurador da banca de advocacia.

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