Determinadas por Fachin, ordens de prisão do dono da J&F e de executivo da empresa chegaram no sábado e eles se apresentaram à PF só neste domingo. Eles devem ser transferidos para Brasília nesta segunda
Por G1 SP , TV Globo e GloboNews
O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, e o
executivo da empresa Ricardo Saud se apresentaram e estão presos na sede
da Polícia Federal, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, desde as 14h
deste domingo (10) após o relator da Operação Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, acatar os pedidos de prisão.
Joesley deixou a casa do pai no Jardim Europa às 13h45, na Zona Sul de
São Paulo, rumo à Polícia Federal, e Saud, seu apartamento no Morumbi,
também na Zona Sul.
Os dois devem passar a noite na PF em São Paulo e serem transferidos
para Brasília nesta segunda-feira (11).
As prisões são temporárias, com
prazo de cinco dias, e podem ser revertidas para preventivas.
As ordens de prisão de Joesley e Saud foram encaminhadas para a PF neste sábado (9)
e a polícia afirmou que não cumpriu os mandados porque estava "em
planejamento operacional" quando os dois manifestaram, por meio de seus
advogados, a intenção de se entregar.
Além de Joesley e Saud, Janot pediu a prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller, mas Fachin negou ao dizer que não são "consistentes" os indícios de que ele tenha sido "cooptado" por organização criminosa.
Com as prisões, o acordo de delação premiada firmado entre a JBS e a
Procuradoria-Geral da República deve ser rescindido.
Isto porque o termo
de delação prevê que o acordo perderá efeito se, por exemplo, o
colaborador mentiu ou omitiu, se sonegou ou destruiu provas.
Sobre a validade das provas apresentadas, mesmo se os termos da delação
forem suspensos, continuarão valendo – provas, depoimentos e
documentos.
Na segunda-feira (4), a PGR informou que novos áudios entregues pelos
delatores da JBS indicam que o ex-procurador da República Marcello
Miller atuou na "confecção de propostas de colaboração" do acordo que
viria a ser fechado entre os colaboradores e o Ministério Público
Federal (MPF).
A PGR também suspeita que os delatores podem ter omitido
informações.
Nas novas gravações, entregues pelos próprios delatores à Procuradoria,
Joesley e o executivo Ricardo Saud falam sobre a intenção de usar
Miller para se aproximar de Janot.
Joesley admitiu que se encontrou com
Miller ainda em fevereiro, mas ele teria dito que já tinha pedido
exoneração do Ministério Público.
Na quinta (7), Joesley, Saud e Francisco Assis, executivo do grupo
J&F (controlador da JBS) prestaram novos depoimentos ao Ministério
Público Federal, em Brasília.
Nesta sexta, depôs Marcelo Miller, no Rio
de Janeiro.
Joesley foi questionado pelos investigadores e teve que explicar cada trecho da gravação da conversa entre ele e Ricardo Saud.
Afirmaram que não entregaram os áudios por acidente, mas para demonstrar transparência.
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