Líder de seita que matou atriz Sharon Tate em 1969 cumpria prisão perpétua. Ele estava internado em hospital na Califórnia desde quarta-feira (15).
Por G1
Charles Manson,
líder da seita que assassinou a atriz Sharon Tate em 1969, morreu neste
domingo (19), aos 83 anos, no hospital de Bakersfield, na Califórnia.
Ele teria morrido por causas naturais, mas as autoridades não confirmam a informação.
Ele teria morrido por causas naturais, mas as autoridades não confirmam a informação.
O criminoso, condenado à prisão perpétua, estava internado desde quarta-feira (15), quando foi levado às pressas para o centro médico, escoltado por cinco policiais.
Manson, que tinha uma suástica tatuada na testa, já havia sido
hospitalizado em janeiro para ser operado por lesões no intestino e uma
hemorragia interna.
Porém, seu estado foi considerado muito frágil para a realização do procedimento, e ele retornou à prisão – onde passou mais de 40 anos.
Porém, seu estado foi considerado muito frágil para a realização do procedimento, e ele retornou à prisão – onde passou mais de 40 anos.
Manson chefiou a seita denominada "A Família" e era um dos criminosos mais conhecidos dos Estados Unidos.
Crime e condenação
Em 9 de agosto de 1969, seguindo ordens de Manson, integrantes da seita
invadiram a casa de Sharon Tate, que na época era esposa do cineasta
Roman Polanski e estava grávida de oito meses e meio.
Ela foi morta com 16 facadas, e outros quatro amigos que a visitavam também foram esfaqueados – um deles com 51 golpes.
Ela foi morta com 16 facadas, e outros quatro amigos que a visitavam também foram esfaqueados – um deles com 51 golpes.
Após o ataque, seguidores da seita espalharam pistas falsas, em uma
tentativa de incriminar os Panteras Negras, grupo que lutava contra o
racismo e chamava atenção na época por todo país.
Os crimes comoveram os Estados Unidos, marcando simbolicamente a contracultura dos anos 1960 e o movimento hippie.
Em 1971, Manson foi condenado, ao lado de quatro dos seus discípulos,
por convencer jovens seguidores a assassinarem, com o máximo de
crueldade", pelo menos sete pessoas, incluindo Sharon Tate.
As condenações foram comutadas para prisão perpétua.
As condenações foram comutadas para prisão perpétua.
No fim de 2014, Manson pediu autorização para casar com uma mulher de 26 anos, Afton Elaine Burton, mas ele desistiu da ideia.
Em 2012, apresentou uma demanda para obter liberdade antecipada, que
foi rejeitada.
Ele teria que esperar até 2027 para fazer um novo pedido.
Ele teria que esperar até 2027 para fazer um novo pedido.
Infância complicada
Manson nasceu em 12 de novembro de 1934, em Cincinnati (Ohio), e teve
uma infância complicada, de acordo com relato da BBC, citando o biógrafo
Jeff Guinn.
Aos cinco anos, ele viu a mãe e o irmão serem presos por roubarem uma garrafa de ketchup em um posto de gasolina.
Aos cinco anos, ele viu a mãe e o irmão serem presos por roubarem uma garrafa de ketchup em um posto de gasolina.
Ele contou que a mãe, alcoólatra, chegou a "dá-lo" a uma garçonete em
troca de cerveja, quando era criança.
A transação teria sido desfeita por um familiar dias depois.
Manson passou por uma série de reformatórios e prisões.
A transação teria sido desfeita por um familiar dias depois.
Manson passou por uma série de reformatórios e prisões.
Em 1966, ele funda "A Família", uma comunidade hippie, que reunia mais
de 30 pessoas, principalmente mulheres, segundo estimativas do promotor
de justiça Vincent Bugliosi, que investigou a morte de Tate.
Manson reunia pessoas que demostravam profunda hostilidade contra a sociedade.
Ele dizia acreditar que brancos e negros travariam uma disputa sem precedentes nos Estados Unidos.
Ele dizia acreditar que brancos e negros travariam uma disputa sem precedentes nos Estados Unidos.
Em suas pregações, afirmava que o White Album (Álbum Branco), dos
Beatles, – e em especial a música Helter Skelter – seria uma espécie de
quebra-cabeças com revelações codificadas sobre a iminência do confronto
racial pelo poder no país.
O objetivo de Manson era "acelerar" esta guerra racial, por meio de
assassinatos que eram falsamente associados a afro-americanos, segundo a
BBC.
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