Defesa alega que Maluf sofre de problemas de saúde e, por isso, pediu para ele cumprir a pena em prisão domiciliar. IML afirma que deputado precisa de acompanhamento especializado.
Por Vladimir Netto e Filipe Matoso, TV Globo e G1, Brasília
O Instituto de Medicina Legal (IML) de Brasília emitiu um laudo no qual
informou à Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal que Paulo Maluf (PP-SP) tem doença grave, mas o presídio onde ele está tem condições de atendê-lo.
Maluf está preso em Brasília, no Complexo Penitenciário da Papuda, desde a semana passada, quando foi transferido de São Paulo para a capital pela Polícia Federal.
A defesa, porém, alega que Maluf sofre de problemas de saúde
como câncer de próstata, hérnia de disco, problemas cardíacos e
movimentos limitados. Por isso, pede que o deputado cumpra a pena em
prisão domiciliar.
O laudo do IML foi enviado na última sexta (22) à Vara de Execuções
Penais e servirá de base para a Justiça decidir definitivamente sobre o
pedido de Maluf para cumprir a prisão domiciliar - o pedido já foi negado, mas pode ser reanalisado.
O laudo do IML
No laudo, os médicos peritos do IML são questionados sobre se Maluf tem doença grave.
A resposta é "sim".
Em seguida, são questionados sobre se a doença é permanente e a
resposta também é "sim".
Sobre se Maluf apresenta "grave limitação", a
resposta dada foi "no momento, não".
Na última pergunta, os peritos são indagados sobre se o deputado exige
cuidados contínuos "que não possam ser prestados no estabelecimento
penal".
Os médicos, então, respondem: "Não.
Todavia, deverá ter acompanhamento ambulatorial especializado".
O que diz a defesa
Após a divulgação do laudo, o advogado de Maluf, Antonio Carlos de
Almeida Castro, divulgou nota na qual afirmou que o documento "apenas
vem corroborar o que a defesa vem reiteradamente afirmando", que Maluf
tem doenças "graves e permanentes".
"A defesa segue convicta de que uma negativa da prisão domiciliar
fatalmente impõe graves prejuízos à saúde do parlamentar, além de
significar sofrimento desnecessário e desproporcional a um cidadão de 86
anos de idade, em claro ataque à dignidade da pessoa humana",
acrescentou o advogado.
A condenação
Condenado em abril pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado passou a cumprir na semana passada a pena de 7 anos e 9 meses de prisão
(em regime fechado) à qual foi condenado pelo crime de lavagem de
dinheiro no período em que esteve na Prefeitura de São Paulo.
O cumprimento da pena foi determinado pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, no último dia 19.
A defesa de Maluf chegou a recorrer à presidente do Supremo, Cármen Lúcia, mas a ministra rejeitou o recurso e manteve a prisão.
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